Tetracampeã mundial, a Seleção Italiana passa por um período difícil em sua história. A não-classificação à Copa de 2018, primeira ausência desde 1958, gerou inúmeras consequências, desde a aposentadoria de grandes jogadores desta geração, como Gianluigi Buffon, Daniele De Rossi e Giorgio Chiellini, até mudanças estruturais radicais nas instituições que gerenciam o futebol do país, como a saída de Carlo Tavecchio da presidência da Federação Italiana de Futebol.

Em entrevista concedida à Sky Sport Italia, o zagueiro juventino Andrea Barzagli, um dos atletas que anunciou aposentadoria após o fiasco ante à Suécia, falou sobre os próximos anos da Azzurra no cenário mundial. Na perspectiva do jogador, a Itália precisará passar por um longo e profundo projeto de reformulação.

"Precisamos de um projeto para os próximos 10 anos. Seria errado acreditar que a Itália pode vencer a Eurocopa daqui a dois anos e reprogramar tudo neste curtíssimo espaço de tempo", afirmou.

Barzagli também falou sobre a necessidade de grandes mudanças dentro da Federação Italiana de Futebol (FIGC). Sob a ótica do zagueiro, a presença de ex-jogadores ocupando cargos de gerência no futebol do país poderia ajudar.

"Precisamos de alguém para entrar na FIGC e implementar um programa claro, sem restrições, alguém capaz de tomar decisões livremente e trabalhar a longo prazo. Eu também gostaria de ver a entrada de antigos jogadores na Federação. Não se trata apenas de seu nome, mas de possuir as habilidades necessárias. São mudanças grandes, que não podem ser feitas em apenas um ano", refletiu.

Ilustrando seu raciocínio, Andrea Barzagli fez questão de mencionar exemplos de Seleções que foram bem sucedidas neste processo de reformulação. Uma delas, inclusive, sagrou-se campeã mundial recentemente, após longo período de 'seca' e maus resultados: "Precisamos recomeçar desde a base, nos jovens jogadores, como fizeram a Bélgica e a Alemanha", concluiu.