A 'lei do ex' é fatal. E quando se trata de Gonzalo Higuaín jogando contra sua ex-equipe, ela quase não falha. Nesta sexta-feira (1º), o atacante argentinou marcou o gol da vitória da Juventus sobre o Napoli, no San Paolo lotado de napolitanos, pela 15ª rodada da Serie A. Foi o quinto tento de 'Pipita' sobre os partenopei desde que ele deixou o clube, no início da temporada 2016/17.

Com a vitória, a Juventus quebrou uma longa invencibilidade do Napoli na liga italiana. Incluindo partidas do campeonato passado, o time do Sul da Itália não perdia há 26 jogos. Se levarmos em conta somente os embates em Nápoles, o time de Maurizio Sarri não sabia o que era derrota desde o dia 15 de outubro de 2016, quando sucumbiu diante da Roma por 3 a 1.

O resultado faz a Juventus se aproximar do próprio Napoli. Os juventinos foram a 37 pontos, um atrás do líder napolitano, que pode cair para segundo caso a Inter (36) supere o Chievo, em Milão, no domingo (3).

Agora, ambos os times viram a chave e começam a pensar na última rodada da fase de grupos da Uefa Champions League. Na terça-feira (5), a Juventus vai à Grécia encarar o Olympiacos, pelo Grupo D. Os bianconeri necessitam da vitória para se classificarem ao mata-mata na segunda posição da chave.

Um dia depois, o Napoli entrará em campo contra o já eliminado Feyenoord, na Holanda, precisando vencer e torcer por um triunfo do Manchester City sobre o Shakhtar Donetski, na Ucrânia, para avançar às oitavas de final em segundo lugar do Grupo F.

Juventus sai na frente

Sem Mandzukic (lesionado), mas com Higuaín (recuperado de uma cirurgia na mão esquerda), a Juventus saiu da pressão asfixiante do Napoli no início de jogo e abriu o marcador. Douglas Costa roubou a bola no campo de defesa, acionou Dybala, o camisa 10 conduziu a bola até a intermediária e tocou para Higuaín, livre, balançar as redes.

O Napoli tentava impor seu jogo, mas tinha dificuldades. A Juventus, com um enérgico Douglas Costas dando muito trabalho à defesa napolitana, foi melhor nos 20 minutos iniciais. Porém, à medida que o tempo foi passando, os napolitanos equilibram a partida e complicavam a saída de bola dos juventinos, devido à marcação-pressão.

Em dois lances quase seguidos, Insigne colocou Buffon para suar a camisa: o primeiro, em chute de fora da área, aproveitando o “passe” de Chiellini; o segundo, desviando de cabeça após escanteio batido por Callejón.

Napoli trava contra sólido sistema defensivo da Juve

O Napoli voltou do intervalo sem mudanças, mas visivelmente mais ofensivo. O time de Maurizio Sarri ficava mais tempo com a bola no campo adversário e buscava espaço para que Insigne, Mertens e Callejón pudessem infiltrar. Do outro lado, a Juventus se compactava o máximo possível num 4-4-2, com duas linhas de quatro bem estreitas, para não deixar o trio de ataque napolitano trabalhar entrelinhas.

A primeira chance de perigo saiu dos pés de Callejón. A boa troca de passes entre Mertens e Allan esbarrou na defesa juventina e sobrou para o espanhol, que soltou o pé de fora da área à direita do gol de Buffon. Aos 67 minutos, ambos os técnicos mexeram no time pela primeira vez. Sarri trocou Allan por Zielinski, enquanto Allegri tirou Khedira para colocar Marchisio.

Pelo lado direito do ataque, a Juventus arquitetou boa jogada que terminou em gol. De Sciglio tocou para Douglas Costa, o brasileiro passou para Dybala, que recuou a Pjanic; o bósnio cruzou à área, Matuidi chicoteou a bola, e Reina ativou seu reflexo para realizar uma grande defesa. O Napoli respondeu com Insigne, finalizando de canhota à esquerda da meta bianconera.

Sarri perdeu Insigne por causa de lesão e mandou o argelino Ounas a campo, mas o atleta não conseguiu ajudar o ataque napolitano a furar a retranca da Juventus. Nos minutos finais de jogo, Allegri fechou de vez seu time, trocando o lateral-direito De Sciglio pelo zagueiro Barzagli. O Napoli jogou boa parte do segundo tempo no campo da Vecchia Signora, mas não encontrou brechas para empatar o duelo, frustrando um San Paolo lotado.