Sem jogar desde fevereiro deste ano, o ponta Aaron Lennon, atualmente defendendo o Everton, foi detido no último domingo (30) pela Polícia da Grande Manchester e encaminhado ao hospital psiquiátrico Mental Health Act depois de relatos sobre o atleta estar vagando pelas ruas de Salford, região metropolitana de Manchester. O clube, em nota, revelou nesta quarta-feira (3) que o ex-Tottenham está recebendo tratamentos para 'doença relacionada ao estresse'. 

Por volta das 16h45, horário local, a polícia da Grande Manchester foi chamado pelos moradores de Salford, preocupados com o bem-estar de um homem que vagava pelas ruas da cidade, segundo o porta-voz da polícia. "Autoridades atenderam e foram verificar. Nisso, um homem de 30 anos foi detido para a seção 136 do hospital Mental Health Act para avaliação", acrescentou.

Durante a tarde no horário local, o Everton havia jogado pouco antes do ocorrido, mas Lennon não estava no elenco do embate. Na nota que o clube liberou nesta quarta-feira, lê-se ainda que a agremiação está apoiando o atleta neste momento difícil, apoio esse que o inglês vem recebendo de muitos jogadores e amigos pelas redes sociais. 

Aaron Lennon joga no clube de Liverpool desde 2015, contratado junto ao Tottenham. O jogador, porém, viveu seu auge pelo clube londrino, do qual defendeu por 10 anos. Esteve presente no elenco de Harry Redknapp que se classificou à Uefa Champions League em 2010, além de destacar-se na posição, situação que lhe rendeu algumas convocações para a Seleção Inglesa. 

Preocupação com saúde mental no futebol inglês não é de hoje

Clarke Carlisle, ex-presidente da associação dos jogadores profissionais da Inglaterra e País de Gales, a PFA, disse em entrevista no ano passado que o esporte precisa cuidar mais da saúde mental dos seus atletas, pedindo envolvimento dos clubes, inclusive.

"Se estiver falando sobre fazer mais, precisa-se de maior envolvimento dos clubes para com a situação", comentou. "Eles são os empregadores e me parece bem bizarro que eles [clubes] não têm dever com a saúde dos jogadores, seus empregados. Nenhuma outra indústria segue esse modelo, onde em todo lugar os empregadores têm obrigação de cuidar da saúde física e mental dos empregados. Não entendo por que clubes de futebol não seguem isso", completou.