O nono dia de Copa do Mundo foi agitado, com reviravolta nos grupos D e E, mas marcado principalmente pelo sofrimento brasileiro e pela virada da Suíça diante da Sérvia, com um cunho político importante. Uma sexta-feira (22) para testar o coração de qualquer brasileiro. Como diria Galvão Bueno, um 'teste pra cardíaco'. 

O Brasil encaminhou sua classificação no Grupo E, depende apenas de si no duelo contra a Sérvia na próxima quarta-feira (27), após vitória por 2 a 0 sobre a Costa Rica, com gols nos acréscimos. Do mesmo modo a Suíça, que virou contra os sérvios e venceu por 2 a 1. A Nigéria, comandada por Ahmed Musa, também deixou tudo em aberto no Grupo D, após bater a Islândia por 2 a 0.

Repercussões do dia

Tite elogia segundo tempo do Brasil, mas critica criatividade da equipe: “Está devendo”

Thiago Silva comenta choro de Neymar ao fim da partida: "Tirou peso das costas"

Notas: Coutinho e Thiago Silva são destaques na vitória do Brasil contra Costa Rica

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Resumo dos jogos

Às 9h, Brasil e Costa Rica começaram uma batalha que definiria a sobrevivência das seleções no Mundial, já que a equipe da América Central havia perdido na estreia e os sul-americanos empatado de forma decepcionante. 

Um jogo truncado, amarrado, em que o Brasil tentava penetrar nas linhas costarriquenhas. Neymar era caçado, Gabriel Jesus não tinha espaço, William apagado. A responsabilidade estava nos pés de Philippe Coutinho, que tentava algo. 

Um lance polêmico marcou o árbitro de vídeo novamente. Após Neymar receber na grande área e driblar Gamboa, o craque brasileiro foi tocado e Bjorn Kuipers, árbitro holandês, assinalou pênalti. Após rever no vídeo, voltou atrás e marcou simulação do camisa 10. 

Nada que tenha impactado no jogo. Aos 45 minutos da etapa final, Neymar cruzou, Firmino ajeitou, Gabriel Jesus errou o domínio e Philippe Coutinho chegou para, de bico, abrir o placar e desafogar uma nação inteira. Ainda deu tempo do craque brasileiro fazer o dele, após passe de Douglas Costa, só empurrando para o gol e fechar o placar em 2 a 0.

Coutinho e Neymar marcaram os gols da vitória brasileira sobre Costa Rica (Foto: Jean Catuffe/Getty Images)
Coutinho e Neymar marcaram os gols da vitória brasileira sobre Costa Rica (Foto: Jean Catuffe/Getty Images)

No segundo jogo do dia, os africanos da Nigéria precisavam de uma vitória contra a Islândia para se manterem com vida e poderem disputar a vaga nas oitavas contra a Argentina do, até aqui, apagado, Lionel Messi

Apesar do bom primeiro tempo islandês, fugindo até das suas características defensivas, os nigerianos conseguiram a vitória com dois golaços, dignos de Copa, do atacante Musa

Primeiro, o camisa 7 dominou cruzamento de Moses, meia do Chelsea, dentro da área e encheu o pé para abrir o contador. Para fechar o caixão, o atacante dominou um chutão de sua zaga, driblou três defensores islandeses, incluindo o goleiro, e balançou o barbante novamente, fechando o placar em 2 a 0.

Halldórsson e Ingason tentaram, mas não conseguiram parar Ahmed Musa (Foto: Kevin C. Cox/Getty Images)
Halldórsson e Ingason tentaram, mas não conseguiram parar Ahmed Musa (Foto: Kevin C. Cox/Getty Images)

O jogo ainda reservou o uso do árbitro de vídeo, na marcação de um pênalti para os europeus. O craque e camisa 10 do Everton, da Inglaterra, e da seleção, Gylfi Sigurdsson cobrou, mas acabou jogando na torcida, longe das redes. 

As emoções estavam longe de acabar, já que Sérvia e Suíça fecharam o dia de Copa com a primeira virada do Mundial. Mitrovic marcou para os sérvios no primeiro tempo, mas Xhaka e Shaqiri, já nos acréscimos, garantiram a vitória dos helvéticos por 2 a 1.

Xhaka comemorou fazendo o símbolo de uma águia o primeiro gol suíço contra a Sérvia (Foto: Norbert Barczyk/PressFocus/MB Media/Getty Images)
Xhaka comemorou fazendo o símbolo de uma águia o primeiro gol suíço contra a Sérvia (Foto: Norbert Barczyk/PressFocus/MB Media/Getty Images)

Os dois autores dos gols suíços comemoraram seus gols fazendo o gesto de uma águia, símbolo da Albânia, país que é rival histórico da Sérvia. Os dois são de famílias de origem kosovar-albanesa, que se refugiaram na Suíça. Os sérvios inclusive não reconhecem a independência do Kosovo. Shaqiri entrou em campo com uma bandeira kosovar em uma chuteira e da suíça, o que foi entendido como uma provocação à Federação Sérvia de Futebol. 

E há quem nos queira convencer - como o próprio técnico Vladimir Petkovic, da Suíça (ver Repercussões do dia) - que futebol e política não se misturam...