O meia Bernardo, do Vasco da Gama, se envolveu em um caso de polícia no último domingo (21). O atleta foi sequestrado e agredido por traficantes do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O motivo é um suposto envolvimento amoroso com Daiane Rodrigues, que seria uma das mulheres de Marcelo Santos das Dores – conhecido como Menor P e líder do tráfico na região.

Bernardo e Daiana teriam sido avistados por bandidos na Favela Salsa e Merengue, que faz parte do Complexo, e de lá levados para uma casa no Morro do Timbau, aonde teriam sido atados com fita crepe e espancados. Segundo uma testemunha, a mulher levou sete tiros nas pernas antes de ser liberada pelos marginais e tentou atendimento no Hospital Paulino Werneck, que lhe foi negado. Daiane acabou sendo internada no Hospital Souza Aguiar, aonde permaneceu até esta quinta-feira (25). O caso está sendo investigado pela 21ª Delegacia Policial de Bonsucesso.

Bernardo teria informado o Vasco da Gama sobre o crime também nesta quinta-feira. Renê Simões, diretor cruzmaltino, confirmou ter conversado com o jogador.

“Falei com o Bernardo há pouco tempo, e a nossa prioridade é dar apoio total ao jogador. Claro que o Vasco não quer ver seu nome envolvido em qualquer coisa que não seja da esfera desportiva. Mas entende que o atleta deve receber suporte do clube em qualquer situação, enquanto os procedimentos legais são tomados “ afirmou o dirigente.

A polícia recebeu informação de que o meia estava acompanhado também de outros dois jogadores – um de clube carioca e outro de um time paulista (suspeita-se que sejam Wellington Nem, do Fluminense, e Charles, do Palmeiras), que teriam salvo a vida do jogador afirmando que, caso o jogador morresse, “a favela teria uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) instalada no dia seguinte” devido a repercussão do caso.

Bernardo está se recuperando de uma lesão no joelho e tem cirurgia marcada para o dia 1º de maio, com previsão de retorno aos gramados apenas no final do ano. Renê não quis antecipar se o ocorrido pode acarretar em multa disciplinar para o jogador, que tem contrato com a equipe cruzmaltina até o final de 2015.

“Uma coisa é o contrato de trabalho CLT, a outra é o contrato de imagem, que no caso do Bernardo não existe. Primeiro é preciso pensar no lado humano, e depois, no jurídico. Como tomamos conhecimento hoje, ainda não conversei com os advogados do clube” explicou.