O confronto entre os campeões baiano e gaúcho, na estreia do Brasileirão, tinha todos os ingredientes para ser um grande jogo, o que acabou se confirmando. O Inter entregou as faixas de campeão baiano ao Vitória, que estava de ressaca depois da eliminação na Copa do Brasil para o Salgueiro/PE. Após boa largada dos donos da casa, que abriram 2 a 0, o time de Dunga se acalmou, botou a bola no chão e fez valer sua superioridade técnica, buscando um empate que ficou barato para o rubro-negro, mas que acabou sendo bom para as duas equipes, no somatório das circunstâncias do jogo.

O jogo praticamente começou 1 a 0 para o Vitória. Mesmo com o primeiro ataque tendo sido colorado, com a tentativa de Rafael Moura defendida por Wilson, o gol inaugural desta edição do Campeonato Brasileiro foi rubro-negro, com pouco mais de 1 minuto de jogo. Escudero arrancou pela ponta-esquerda, invadiu a área e rolou para Maxi Biancucchi que chegou de trás e fuzilou Agenor. A reação ao fracasso do meio de semana foi imediato, e o Vitória parecia que iria mostrar ao seu torcedor que a eliminação foi um acidente de percurso. No entanto, o time visitante não se apavorou após sofrer um gol relâmpago e passou a trabalhar o jogo com calma.

Não adiantou. Aos 11 minutos, Renato Cajá cobrou falta da direita, a defesa parou e Gabriel Paulista desviou para o fundo das redes. O Vitória abria uma importantíssima vantagem, mesmo sem ser melhor no campo de jogo. Àquela altura do confronto, o Inter tinha cerca de 70% da posse de bola, mas era uma posse estéril, sem profundidade para a criação de oportunidades, sobretudo por conta da péssima aparição de Rafael Moura, que se mostrou sem a chamada embocadura necessária para um homem de área. D'Alessandro era o jogador mais participativo do time colorado, buscando as jogadas, inclusive no campo de defesa, e arriscando chutes de fora da área.

Com 30 minutos, Fred fez uma jogadaça, enfileirando jogadores do Vitória, fica sem ângulo mas rola atrás, para a chegada do uruguaio Forlán que, sem goleiro, manda no cantinho, diminuindo o prejuízo para o Inter. O gol acendeu o time colorado, que seguiu tentando chegar à área dos donos da casa, mas não obtinha grande êxito, ainda que a marcação do time baiano não tenha sido das mais firmes ao longo do jogo. A equipe rubro-negra apostava muito nos contra-ataques, tendo os argentinos Escudero e Maxi Biancucchi bem abertos nas pontas. Em uma dessas saídas, Renato Cajá mandou com relativo perigo ao gol de Agenor. Antes do final do 1º tempo, Forlán teve chance que Wilson interviu.

Dunga parece ter chamado o time para a realidade, pois o início da etapa final foi de grande pressão do Inter, tanto para tentar atrapalhar a saída de bola do Vitória quanto para criar jogadas de perigo. Novamente o argentino Andrés D'Alessandro buscava jogo, desta vez melhor assessorado por Fred, que entrou de vez no jogo, juntamente com os laterais Kleber e Gabriel, estes que se tornaram ótimas válvulas de escape. E foram os 2 homens do meio-campo que participaram da jogada do gol de empate, aos 19 minutos: D'Alessandro fez um lançamento impressionante, de cerca de 50 metros, nos pés de Fred, que dominou e tirou de Wilson, anotando o 2 a 2 no placar.

Depois de meia-hora da etapa complementar, o Vitória se reacendeu para o jogo, mas esbarrou na boa marcação colorada, que ajustou seu sistema defensivo e conseguiu não correr riscos enquanto buscava o gol da virada. D'Alessandro e Vítor Júnior ainda tentaram, sem sucesso, mudar o patamar do jogo, que terminou com o empate em 2 a 2. Um ponto para cada equipe, o que parece ter ficado de bom tamanho pelo que ambos produziram ao longo dos 90 minutos. Na próxima rodada, o Vitória sai para enfrentar o Náutico, quarta-feira (29), no Recife, enquanto o Internacional receberá o Criciúma na quinta-feira (30), em Caxias do Sul.