Quando entrar em campo para enfrentar o Santos neste sábado (25), no estádio do Pacaembu, às 10h00, o Corinthians estará disputando a sua 17ª final de Copa São Paulo de Futebol Júnior, um recorde absoluto da competição. Outro recorde que o Timão detém é o de número de títulos: são oito conquistas da equipe do Parque São Jorge. O primeiro deles veio ainda na primeira edição da Copinha, em 1969, e o último em 2012. Confira neste Mexendo no Baú especial a trajetória das oito conquistas alvinegras.

Primeira edição, primeiro título

Criada para fazer parte dos Jogos Comemorativos de Fundação do Aniversário de São Paulo, a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 1969 teve a participação de apenas quatro equipes, todas paulistas - Corinthians, Palmeiras, Juventus e Nacional – e foi disputada em duas partidas.

Na semifinal, o Timão eliminou o Juventus da Mooca e se classificou para a final contra o Nacional, que bateu o Palmeiras. Na decisão, vitória sobre a equipe do Nacional e o primeiro título carimbado.

Segunda edição, segundo título

Assim como na primeira edição, apenas clubes de São Paulo participaram da Copinha de 1970. A única diferença foi a presença do Santos no lugar do Nacional.

Na semifinal, o Timão enfrentou a equipe do Peixe e venceu por 3 a 2, garantindo vaga na decisão, contra o arquirrival Palmeiras, que havia eliminado o Juventus. Na final, vitória alvinegra por placar desconhecido e o segundo título em duas edições.

Em 1995, Corinthians quebra jejum

Depois de vencer as duas primeiras edições da Copa São Paulo, o Timão passou por um grande jejum e demorou para voltar a conquistar o título da competição, que só veio em 1995. Nestes 25 anos, o Alvinegro chegou a alcançar a final em mais cinco oportunidades, mas foi batido em todas.

Liderado pela grande promessa Fabinho Fontes, que fazia parte do elenco vice-campeão em 1993, o Corinthians começou a competição vencendo o Fluminense por 2 a 1, pelo Grupo D. Depois de vencer Juventude e Juventus (SP), ambos por 1 a 0, o Timão se classificou para o mata-mata com 100% de aproveitamento.

Nas oitavas-de-final, vitória por 1 a 0 sobre o Guarani e o Corinthians estava classificado para enfrentar o Nacional. A vitória por 2 a 1 sobre a equipe paulista colocou o Timão frente a frente com o rival São Paulo nas semifinais. Depois de um 3 a 3 emocionante no tempo regulamentar, as equipes decidiram a vaga para a decisão nas penalidades. Três erros da equipe tricolor garantiram o Timão na disputa do título.

Na grande final, o Corinthians enfrentou a Ponte Preta e fez mais um jogo emocionante. No começo da segunda etapa Fabinho Fontes abriu o placar para o Timão, mas a Macaca não tardou a responder. Minutos depois, Renato anotou um lindo gol e empatou o marcador no estádio do Canindé.

Com o empate no placar, o Alvinegro pressionou a equipe campineira, criou muitas oportunidades de gol, mas viu o goleiro Fabiano fazer partida inspirada e conseguir segurar o ímpeto do Timão por bastante tempo. Mas a insistência corintiana deu resultado e o zagueiro André, após cobrança de falta, colocou a equipe da capital de novo na frente.

Quando Ricardo Miranda foi expulso, parecia que o título estava garantido para o Timão. Mas a Macaca não desistiu e, com um lindo chute de Xandão de fora da área, recolocou a igualdade no placar do Canindé. A persistência do empate nos 90 minutos forçou a prorrogação.

Na época, o tempo extra era decidido no gol de ouro e por muito pouco não durou apenas um minuto. Toni, camisa 10 da Ponte, recebeu belo cruzamento da esquerda e carimbou o travessão de Nival. Dois minutos depois, veio o castigo. André foi até a linha de fundo e cruzou rasteiro para Toninho, que mandou a bola para rede e sacramentou a vitória e o tricampeonato corintiano.

Em 1999, o tetra

Campeão brasileiro no profissional em 1998, o Corinthians entrou na Copinha de 1999 com uma equipe bastante promissora. Nomes como o lateral-esquerdo Kléber, o lateral-direito Índio, o volante – e atual dirigente do clube – Edu Gaspar e os atacantes Ewerthon e Fernando Baiano eram as grandes esperanças da Fiel Torcida para o futuro do clube e não decepcionaram na Copa São Paulo.

Na estreia, vitória por 3 a 0 sobre o Unibol, de Pernambuco, com dois gols de Ewerthon e um de Gilmar, atacante que entrou no lugar de Fernando Baiano. Na segunda partida, goleada por 4 a 0 sobre o Fluminense com um gol de Fernando Baiano e três de Ewerthon. Na despedida da fase de grupos, vitória sobre o Santo André por 3 a 1, com dois de Fernando Baiano e um de Edu Gaspar.

Nas oitavas-de-final, a goleada por 5 a 1 sobre o Independente de Limeira, com gols de Gil, Ewerthon, Kléber e dois de Fernando Baiano, garantiu a vaga para disputa das quartas-de-final contra o Mirassol. Com gols de Gil, Ewerthon e Gilmar, o Timão venceu a equipe do interior por 3 a 1 e avançou para a semifinal, aonde enfrentou o América-MG.

Com um gol solitário de Fernando Baiano aos 40 minutos do primeiro tempo, a equipe do Parque São Jorge venceu o Coelho e se classificou para a decisão, diante do Vasco. No dia 25 de janeiro de 1999, mais de 17 mil pessoas compareceram ao Pacaembu para ver Edu Gaspar, aos 31 minutos do segundo tempo, marcar um belíssimo gol e garantir o tetracampeonato corintiano.

Escalação do Corinthians na final: Renato; Índio, Marcelo, Anderson e Kléber; Rodrigo, Edu e Gil (Valdir); Ewerthon (Danilo), Fernando Baiano e Andrézinho.

Pentacampeonato vem em 2004

Com uma equipe que contava com muitas promessas que não vingaram, como a dupla de ataque Bobô e Abuda, o Timão conquistou o pentacampeonato da Copa São Paulo em 2004. Na primeira fase, três vitórias por 2 a 1 sobre Figueirense, Angra dos Reis e Paulista de Jundiaí garantiram a liderança do Grupo S e a vaga na segunda fase, aonde o eliminou o Noroeste, também vencendo por 2 a 1.

Nas oitavas-de-final, goleada por 4 a 0 sobre o Força, de São Paulo, e vaga garantida para enfrentar o Santos na fase seguinte. Outra goleada, agora por 3 a 0, garantiu o Timãozinho nas semifinais. Depois de empatar em 1 a 1 com o Coritiba, o Corinthians se classificou nas penalidades e teve pela frente o rival São Paulo na decisão.

Em um jogo extremamente violento, o Alvinegro do Parque São Jorge fez 2 a 0, com gols de Bobô e Rafael e conquistou o pentacampeonato da Copinha. A final ficou marcada pelas quatro expulsões – duas de cada lado. Abuda e Vinícius foram expulsos pelo lado alvinegro e Alê e André pelo tricolor.

Ano novo, rotina velha

Assim como em 2004, o Corinthians entrou na Copa São Paulo de 2005 contando com a sua dupla de ataque, Bobô e Abuda, para conquistar o título da competição. E o roteiro se repetiu. Bobô foi o artilheiro da competição com sete gols e o Timão conquistou o hexacampeonato. No Grupo M da Copinha, o Timão estreou vencendo o Juventus do Acre por 1 a 0, aplicou um sonoro 7 a 1 no Treze, da Paraíba, e venceu a Ferroviária por 2 a 1, garantindo a liderança.

Na segunda fase, vitória apertada por 3 a 2 sobre o Marília e classificação para as oitavas-de-final. Depois de um empate em 1 a 1 com o Atlético Mineiro no tempo regulamentar, o Timão despachou o Galo nas penalidades e se classificou para enfrentar o Vila Nova, de Goiás, nas quartas-de-final.

Outro empate em 1 a 1 forçou mais uma disputa de pênaltis para a garotada do Timão, que converteu todas as suas cobranças e colocou a equipe na semifinal. Com um pouco mais de facilidade o Corinthians fez 3 a 1 no Iraty, do Paraná, e carimbou vaga para a grande decisão.

Mais de 40 mil pessoas lotaram o estádio do Pacaembu para ver Bobô, aos 15 minutos, desperdiçar um pênalti que abriria a contagem em favor do Alvinegro. Nervosos pela chance perdida, o Corinthians deixou o Nacional tomar conta do jogo e saiu atrás no marcador. Caio recebeu livre na grande área e tocou na saída de Júlio César – goleiro campeão brasileiro pelo Timão em 2011 – para abrir o placar.

Para volta do intervalo, Adaílton Ladeira fez uma alteração crucial na equipe: sacou o atacante Abuda e colocou Dinelson, que viria a ser o herói daquela conquista. Aos oito minutos, o meia recebeu de Bobô e soltou a bomba para empatar a partida. Aos 26 minutos, o baixinho Élton fez boa jogada pela esquerda e cruzou na medida para Bobô se redimir do pênalti perdido e virar a partida para o Timão. Dois minutos depois, Dinelson fez um lindo gol de cobertura e sacramentou o hexacampeonato corintiano, agora líder isolado no número de conquistas.

Escalação do Corinthians na decisão: Júlio César; Fabiano, Fábio, Renato e Ronny, Bruno Octávio, Carlão, Elton e Wilson; Abuda (Dinelson) e Bobô.

O heptacampeonato

Quatro anos depois de conquistar o sexto título da Copinha, o Corinthians entrou na Copa São Paulo de 2009 com uma equipe extremamente desacreditada, sem grandes nomes que criassem expectativa para a Fiel Torcida. O único nome mais comentado era o do volante Boquita, que teve passagem frustrada pela equipe profissional nos anos seguintes e não conseguiu consolidar uma carreira. Mas, mesmo sem craques, o Timão manteve a tradição na competição e levantou a taça pela sétima vez na sua carreira.

Na estreia, empate em 1 a 1 com o CS Paraibano e mais desconfiança dos torcedores. Nem mesmo a vitória por 3 a 0 sobre o Democrata, de Minas Gerais, fez a Fiel Torcida se animar. A atuação fraca contra o São Carlos, mas com vitória, garantiu o Timão no mata-mata.

Na segunda fase, vitória apertada por 2 a 1 sobre o Sertãozinho e classificação para as oitavas-de-final. Uma atuação mais convincente contra a Ponte Preta, em vitória por 3 a 1, colocou o Timãozinho nas quartas-de-final. A boa vitória por 3 a 0 sobre o Fluminense fez a torcida acreditar ainda mais e lotar o Pacaembu para a semifinal contra o Avaí, vencida na disputa de pênaltis após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar.

Na grande decisão, cerca de 35 mil pessoas viram o Corinthians enfrentar o Atlético Paranaense com nomes Manoel e Marcelo Cirino, responsáveis pela excelente campanha do vice-campeonato da Copa do Brasil e do terceiro lugar no Campeonato Brasileiro em 2013, já pelo profissional. Depois de um primeiro tempo movimentado, a expulsão do zagueiro Bruno abriu caminho para o Timão conquistar o heptacampeonato.

Apesar de estar com um jogador a mais desde o começo da segunda etapa, o Corinthians só conseguiu abrir o placar aos 30 minutos, quando Douglas ajeitou para Fernando Henrique e o atacante acertou um lindo chute, no ângulo da meta defendida pelo arqueiro Santos e colocou o Alvinegro em vantagem.

Sete minutos depois, a equipe corintiana arrancou no contra-ataque e o meia Jadson ampliou, com bonito chute da ponta esquerda. No minuto seguinte, o Furacão respondeu, marcando com o atacante Patrick e colocando fogo no final da partida. O confronto ficou ainda mais dramático quando, aos 40 minutos da segunda etapa, Boquita e Guilherme foram expulsos, deixando o Timão com um a menos. Apesar da pressão, a equipe do Parque São Jorge conseguiu sustentar a vantagem e garantir o título.

Escalação do Timão na final: André Dias; Rafael Almeida, Nando, Guilherme e Bruno Bertucci; Douglas, Sacha, Marcelinho e Boquita; Jadson (Vinícius Ramos) e Fernando Henrique (Arnon);

O oitavo e último título

Em uma equipe que contava com nomes como o zagueiro Marquinhos, atualmente no Paris Saint-Germain, da França, e convocado para a seleção brasileira, o Timão entrou na Copinha de 2012 como um dos favoritos ao título. A empolgação da torcida só aumentou quando a equipe estreou com um impressionante 9 a 0 sobre o Santos, da Paraíba. As vitórias por 2 a 0 sobre a Desportiva, do Espírito Santos, e 3 a 0 sobre o Juventus da Mooca colocaram o Alvinegro com 100% de aproveitamento na segunda fase.

No primeiro mata-mata, vitória simples sobre o Goiás e classificação para as oitavas-de-final. Nas oitavas, a goleada por 5 a 1 sobre o Primeira Camisa, de São Paulo, garantiu o direito de enfrentar o América-MG nas quartas-de-final. A vitória por 2 a 0 colocou o Timão na semifinal contra o adversário da sua última conquista, o Atlético Paranaense.

Um impressionante 6 a 0, com três gols do artilheiro Douglas Tanque, fez o torcedor alvinegro ficar empolgado para a grande final, contra o Fluminense. Cerca de 38 mil pessoas lotaram o Pacaembu na manhã de 25 de janeiro de 2012 para ver o Alvinegro se lançando ao ataque e o Tricolor das Laranjeiras aproveitando os contra-ataques. Com menos de dois minutos, Marcos Júnior aproveitou vacilo da zaga alvinegra e forçou uma bela defesa do goleiro Matheus Caldeira. A resposta alvinegra veio em belo chute do lateral-direito Cristiano e uma cabeçada muito perigosa de Douglas Tanque, após cruzamento perfeito de Denner.

Com 23 minutos, o Fluminense teve a melhor chance da primeira etapa, quando Marcos Júnior ficou frente a frente com Matheus Caldeira, que fechou o ângulo e forçou a finalização para fora. Apesar das boas oportunidades criadas, o placar só seria alterado na segunda etapa. Michael aproveitou cruzamento de Marcos Júnior e falha de Matheus para abrir o placar para o Tricolor, no único gol sofrido pelo arqueiro em toda a competição – Matheus não participou dos 5 a 1 sobre o Primeira Camisa.

Se, atualmente, o zagueiro de destaque daquela equipe é Marquinhos, o herói daquela manhã foi o outro defensor, Antônio Carlos. Aos 24 minutos do segundo tempo, Matheuzinho cobrou escanteio com perfeição e o zagueiro subiu mais que todo mundo para empatar a partida. 20 minutos depois, já quase nos acréscimos e quando a partida parecia se arrastar para o tempo extra, Matheuzinho cobrou outro escanteio na medida para Antônio Carlos sacramentar a virada e o oitavo título do Corinthians na Copa São Paulo de Futebol Júnior.