Na manhã deste sábado (01) o centro de treinamento do Corinthians foi palco de cenas impressionantes. Um grupo com cerca de 100 torcedores organizados invadiu os campos do CT Joaquim Grava em busca do elenco alvinegro, que faria uma atividade tática às 09h30. Entretanto, a diretoria do clube agiu rápido e evitou maiores confusões, tirando os jogadores do campo e os levando para um lugar mais afastado no próprio CT. Durante a invasão, o grupo chegou a segurar uma faxineira do clube pelo pescoço e furtou três celulares de funcionários do clube.

Depois de mais de duas horas negociando com os dirigentes, os manifestantes decidiram que só deixaram o CT Joaquim Grava após conversarem com um representante do elenco corinthiano. Cinco torcedores foram recebidos pelo técnico Mano Menezes e, após quinze minutos de conversa, todos os corinthianos se retiraram do local.

Entenda como tudo começou

No inicio da manhã deste sábado (01) quinze torcedores corinthianos protestavam pacificamente na porta do CT Joaquim Grava. Preocupada, a diretoria do Corinthians acionou a Polícia Militar, que conversou com os manifestantes. Minutos depois de garantirem que o protesto seria pacífico, os torcedores mudaram de ideia e se dirigiram ao fundo do CT, aonde um outro grupo, com 100 torcedores – de acordo com a PM – derrubava o alambrado que impedia a entrada nos campos.

Os principais alvos dos torcedores eram os atacantes Emerson Sheik e Alexandre Pato – que já haviam sido xingados pela Fiel Torcida no intervalo da derrota por 5 a 1 diante do Santos na quarta-feira, quando ainda estavam no banco de reservas. Sem encontrar os jogadores, os manifestantes invadiram o hotel do CT, aonde ameaçaram a recepcionista e a faxineira. A segunda, inclusive, chegou a ser agarrada pelo pescoço por um dos torcedores.

Depois, partiram para a academia, aonde encontraram o auxiliar técnico Sylvinho, o observador técnico Mauro Silva e o diretor de futebol Ronaldo Ximenes. O consultor médico do Corinthians, Doutor Joaquim Grava, se assustou com a confusão e passou mal. Três celulares de funcionários foram roubados durante a invasão.

Vinte minutos depois da invasão, e depois de negociação com o chefe de segurança do Corinthians, os torcedores se retiraram do CT. Porém, voltaram logo em seguida, alegando que não sairiam enquanto um representante do elenco não aparecesse para conversar com os manifestantes. O encarregado da conversa foi técnico Mano Menzes. Depois de quinze minutos de papo, os torcedores se retiraram do CT e os jogadores ameaçaram não entrar em campo neste domingo (02) contra a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli. 

A manifestação teve participação de membros de três torcidas organizadas: Gaviões da Fiel, Camisa 12 e Pavilhão 9. Depois do protesto, a Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do Corinthians, fez mais ameaças ao elenco.  Em uma mensagem publicada no Twitter, os torcedores afirmaram que a situação pode piorar, caso o time não vença o próximo jogo do clube, no domingo, contra a Ponte Preta. Minutos depois, a publicação foi apagada.