Em nota oficial publicada no seu site, a Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, se pronunciou sobre os acontecimentos no CT Joaquim Grava no último sábado (01). Embora tenha condenado os atos de violência, a entidade concordou com os protestos, criticou a postura da imprensa e o elenco alvinegro. Segundo a nota, os protestos são justificáveis pela “apatia que tomou de conta da equipe ainda no ano de 2013 e que se arrasta até hoje”.

Confira, na íntegra, a nota da Gaviões da Fiel

A situação ocorrida no último sábado (01/02), no Centro de Treinamento do Corinthians, demonstra não apenas o descontentamento por parte do torcedor organizado em relação à falta de comprometimento por parte dos jogadores e dirigentes do clube, mas sim de todo Corinthiano. Porém, os Gaviões da Fiel Torcida lamenta a linha de conduta violenta em que se deu o protesto. Em nenhum momento a diretoria dos Gaviões da Fiel Torcida compactuou para que houvesse um protesto com atos de vandalismo. Entendemos que o torcedor Corinthiano, que freqüenta os jogos e acompanha o Sport Club Corinthians Paulista, já não suporta mais a péssima administração e apatia que tomou de conta da equipe ainda no ano de 2013 e que se arrasta até hoje. Temos consciência da gravidade dos fatos ocorridos e, sendo provado que algum associado dos Gaviões esteve envolvido em atos de roubos ou agressões, o mesmo será punido conforme reza o Estatuto da entidade.

Contudo, observamos que há uma pré-disposição por parte da imprensa marrom de caluniar as torcidas organizadas, jogando contra elas a responsabilidade de uma paz que não existe no cotidiano do cidadão brasileiro. Não aceitaremos que desassociem o torcedor do cidadão comum, como se fossemos uma subespécie, ou até mesmo marginal, como optam falaciosamente para nos adjetivar. Sabemos que a nossa existência como uma entidade organizada que busca reivindicações, fere diretamente o interesse de órgãos e corporações que visam à paixão do torcedor apenas como fonte de lucro e exploração. O futebol está deixando de ser a cultura do povo para se tornar produto e, nós como uma força das arquibancadas continuaremos a nos posicionar contra em nossas lutas.

A cada notícia recheada de sensacionalismo, notamos o interesse perverso e canalha de associar o caso dos Corinthianos presos no episódio de Oruro e, que conquistaram a liberdade por meios jurídicos legítimos, já que são casos distintos, buscando relacionar a liberdade dos mesmos com o apedrejamento público e constante contra as organizadas.

Quanto ao elenco e a administração atual do Corinthians, é um absurdo que cobrem do torcedor uma paciência complacente. Jogadores de futebol estão sendo blindados em suas profissões do mesmo modo que os políticos corruptos do nosso país. Estão sendo tratados como celebridades, mimados e idolatrados a um ponto em que o fato de não exercerem suas funções com a devida responsabilidade é encarado de forma natural. Nenhum trabalhador brasileiro assalariado tem direito a tais regalias, muito pelo contrário, enfrentam jornadas absurdas com todos os tipos de constrangimentos e humilhações para ganhar na vida o que um jogador celebrado ganha em um mês. O que os Gaviões têm observado é uma total falta de comprometimento, um verdadeiro roubo ao Sport Club Corinthians Paulista. Não estamos cobrando títulos, nem jogadas bonitas, queremos apenas que honrem a camisa do glorioso Corinthians, honrem os salários milionários que ganham e lhes dão direito a suas vidas luxuosas.

Deixamos claro que não somos uma torcida profissional que vive à custa do clube, todos os ingressos e viagens são pagos de forma independente. Não abriremos mão de reivindicar e fiscalizar o clube para o qual dedicamos nossas vidas, tampouco deixaremos de cobrar os nossos direitos como torcedor, incluindo um valor justo dos ingressos.

Quanto à greve, já está é na hora do elenco voltar da mesma, pois já faz um bom tempo que entraram de greve. Quem precisa realmente fazer uma greve são as arquibancadas!    

“Os Gaviões nasceram pra poder reivindicar, os direitos da Fiel que paga ingresso sem parar”