Em partida válida pela quinta rodada da fase de grupos da Copa do Nordeste de 2014, o Náutico recebeu o Sport na Arena Pernambuco. Era um "jogo de seis pontos", pois quem vencesse encaminharia sua classificação à fase de mata-mata e, de quebra, deixaria o rival em maus bocados no certame.

Quem ficou com a vitória foi o Leão da Ilha do Retiro: 3 a 0. O "chocolate" foi a primeira vitória rubro-negra na temporada de 2014 e veio para dar moral a um time que vinha passando por uma fase turbulenta, ressaltada com a demissão de Geninho do comando técnico.

Com o triunfo, o Sport foi a cinco pontos e ultrapassou o Náutico, estacionado nos quatro, na tabela de classificação do grupo D do Nordestão. Na última rodada, recebe o líder Guarany de Sobral na Ilha do Retiro. O Timba, por sua vez, irá a João Pessoa enfrentar o Botafogo-PB em partida atrasada da terceira rodada.

Rubro-negros saem na frente

O jogo mal começou e o técnico interino Eduardo Baptista teve que efetuar sua primeira substituição no Sport. O zagueiro Oswaldo se machucou após dividida com o atacante Hugo e teve que sair. Em seu lugar entrou Ferron.

Com a partida em andamento, ficava evidente que o estilo de jogo adotado por ambas as equipes era o mesmo: atuavam com homens abertos pelos lados e um centroavante. A primeira oportunidade clara de gol veio aos 12 minutos, quando Pedro Carmona fez linda jogada pela direita e cruzou para Zé Mário, que mandou por cima.

Dois minutos depois veio o castigo. Ananias, de cabeça, mandou a bola para o fundo das redes e abriu o placar para os rubro-negros. Após saírem na frente, os leões se fecharam e passaram a apostar nos contra-ataques, realizando as jogadas pelas laterais. Os adversários também armavam suas jogadas nestes setores do campo. No entanto, erravam muitos passes. Depois de ficar em desvantagem no marcador, o Timbu só criou uma chance de gol, com William Alves. Este chutou por cima. O Leão não criou mais alguma.

Já na segunda metade da primeira etapa, o árbitro Emerson Sobral se viu obrigado a distribuir cartões amarelos, de tão faltoso que o duelo começou a ficar. Ewerton Páscoa, do Sport, e Rodrigo Possebon, do Náutico, foram advertidos.

A forte marcação leonina anulou as pretensões do Alvirrubro - "Faltou concluir mais", como bem frisou o meia Zé Mário à hora do intervalo - e os times foram aos vestiários com o marcador apontando 1 a 0 para os visitantes.

Falha de Gideão confirma a vitória do Sport

Na volta do descanso, Lisca mexeu em sua equipe, colocando o estreante Paulo Júnior no lugar de Possebon. Baptista, por sua vez, não fez alterações no Sport.

Logo no primeiro lance de perigo da segunda etapa, a rede balançou mais uma vez. Neto Baiano chutou, Gideão "bateu roupa" e Érico Júnior aproveitou o rebote para fazer 2 a 0. A torcida do Náutico não perdoou e vaiou o goleiro. Nervoso e apático, o time alvirrubro seguiu errando muitos passes e desperdiçando as oportunidades que apareciam.

No Sport, Felipe Azevedo substituiu Ananias, autor do primeiro gol. Logo depois, Zé Mário deu lugar a Marcos Vinícius no Náutico. A peleja "esfriou" e o Leão da Praça da Bandeira fez mais uma alteração - neste caso, a última -, com Renato substituindo Renê.

Aos 29 minutos, Neto Baiano quase marcou um golaço digno de ser reprisado daqui até a eternidade: chapelou o zagueiro Flávio e chutou sem deixar a bola cair. Gideão, desta vez, fez bela defesa. Nada que impedisse os torcedores de continuarem vaiando o goleiro. Não tardou muito e Lisca fez a última substituição no CNC: Marcelinho na vaga de Hugo. A soberania rubro-negra, no entanto, continuava.

Dez minutos após a pintura do avançado, Flávio quase se redimiu ao "se aventurar" no ataque, subir mais alto que a defesa e mandar a pelota por cima do travessão, raspando o "poste superior" da meta de Magrão. Mas o defensor voltou a fazer besteira. Aos 41 minutos, Flávio derrubou Renato na área e Emerson Sobral assinalou pênalti, punindo o jogador com cartão amarelo. Neto Baiano mandou uma bomba no meio do gol e converteu, dando números finais à partida: 3 a 0.

Agora, a crise parece ter mudado de lado. Mesmo com o fato de ter um jogo a menos que o arquirrival e, em tese, depender só de si, os torcedores timbus não têm motivos para confiar numa eventual classificação do Náutico para o mata-mata do Nordestão.