Depois da invasão no CT do Corinthians no último dia 1º de fevereiro, os rumores de uma possível paralisação no Campeonato Paulista para a rodada deste final de semana se fortaleceram, porém, não foi o que aconteceu. Assim que encerrada a partida onde o São Paulo perdeu por 2 a 1 a Ponte Preta, o goleiro e capitão do Tricolor, Rogério Ceni, foi questionado sobre o assunto, e garantiu entender que a proposta é válida, porém, difícil de apoiar, já que da parte corintiana, nem todos os jogadores estavam à par dos motivos para tal.

“O que aconteceu no Corinthians foi terrível, mas tem que analisar posições. Assisti ao jogo quarta à noite (Corinthians 0 x 2 Bragantino), e teve um atleta do time que falou depois da partida que nem sabia por que faria a greve. Você tem que agir dentro da lei, isso tudo é uma proposta bacana. Eu, por mim, apoiaria com o maior prazer. Agora, se nem dentro do clube há o apoio e a consciência disso, é difícil fugir de algo que foge à lei de outros clubes. A gente torce pra que isso (invasão ao CT) não aconteça mais”, afirmou o capitão, em entrevista à rádio ‘Capital’.

A declaração do camisa 1 criticou a postura do atacante Emerson Sheik que, após derrota do Timão para o Bragantino, colocou-se neutro em seu posicionamento por não entender os motivos pelos quais se faria a paralisação.

“Primeiro é importante entender o porquê da greve. Eu, particularmente, não sei os motivos da greve. Existem, sim, motivos para que um dia essa greve possa acontecer. Eu quero entender o porquê da greve para me posicionar. Não estou dentro nem fora da greve, quero entender pra tirar minhas conclusões”

Também questionado, o técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, acredita que o triste episódio em que os alvinegros sofreram com a pressão, a violência e a depredação do local é fruto de um problema vivido pelo país, e não apenas restrito ao futebol.

“Isso não é um problema apenas do futebol. Nosso país está ruim em um monte de coisa. O que aconteceu no Corinthians é reflexo da sociedade. Falta segurança. Aqui parece uma terra de ninguém. A gente não vê nenhum tipo de movimento para mudar isso. A coisa está feia e não é só no futebol. Os políticos de Brasília agem como se aqui fosse a Suíça. Por isso que não saio de casa. Onde eu moro (Morumbi) está muito perigoso. Eu cuido da segurança dos meu filhos e fico refém dentro de casa com a minha mulher”, lamentou.