Foi uma estreia muito longe do que se esperava. Mesmo assim, o Atlético-MG volta para Belo Horizonte com os três primeiros pontos conquistados na Taça Libertadores da América diante do voluntarioso Zamora-VEN. O jogo aconteceu no Estádio Agustín Tovar, conhecido como "La Carolina", na cidade de Barinas. 

O Zamora foi um time que mostrou muita vontade de vencer, mas pela qualidade mostrada dentro de campo, a equipe venezuelana ficaria apenas na entrega de seus jogadores. O futebol apresentado apresentava defeitos técnicos e muita ingenuidade de alguns atletas. 

O Atlético-MG não entrou com a obrigação de vencer, mas de mostrar um futebol mais evolutivo do vem apresentando nos últimos jogos. Com a formação completa, a equipe mostrou problemas táticos, pouca movimentação e lentidão em excesso. Tudo o que não se viu na equipe de 2013 que sobrou dentro da Libertadores até então.

Primeiro tempo fraco

O Atlético não entrou em campo com a obrigação de vencer, mas entrou com a esperança de seu torcedor em ver um time mais compacto e atuando melhor, sem os mesmos erros que deram o tom das últimas partidas. O Zamora queria mostrar serviço. Encarar o Galo de frente, mas o desafio era muito complicado, ainda que soubesse que a missão era ingrata.

O Galo era confuso. Cheio de erros técnicos e, principalmente, táticos. A equipe se equivocava no posicionamento dentro de campo, mesmo tendo maior posse de bola. Os jogadores eram lentos, a movimentação não era aquela que encantou o Brasil e a América no último ano. A melhor chances atleticana foi com Ronaldinho Gaúcho, em uma cobrança de falta que passou perto da trave direita do goleiro Angulo.

O Zamora era todo empolgação. Sem ter a mesma qualidade do rival, mostrava serviço dentro de campo. Arriscava chutes de fora da área, alguns até de muito longe, mostrando o tamanho da confiança dos jogadores e do sonho que seria um triunfo sobre o atual campeão da América. Os venezuelanos chegaram a marcar o primeiro gol, mas o mesmo foi anulado por ingenuidade do centroavante Falcón, que mesmo impedido, participou da jogada invalidando o lance.

Surpresa negativa

Quem esperava um futebol melhor, mais consistente e com maior rendimento técnico, enganou-se. Principalmente, os torcedores atleticanos, que assistiram uma série de erros infantis, quase amadores, dos jogadores do Atlético. O Galo errava no posicionamento do meio-campo, e também nos passes, alguns de poucos metros, outros para servir o centroavante e ocasionar a definição da jogada.

Quanto mais passava o tempo, mais o Zamora insistia em querer chutar de longe. A bola não chegava próximo ao gol de Victor, e a defesa do Galo mostrava fragilidade. O técnico venezuelano Noel Sanvicente processou as três mudanças antes dos 35 minutos. Paulo Autuori sequer esboçava um aquecimento mais forte de este ou aquele jogador. 

Mas o Atlético ainda tinha uma qualidade a mais que ficou para o final. Aos 44 minutos, Ronaldinho Gaúcho cobrou o escanteio, e Jô escorou de cabeça para as redes venezuelanas. O gol foi um alívio para a pífia atuação do Atlético-MG. Para o time do Zamora e seus torcedores, foi um balde de água gelada nas pretensões de conquistar o primeiro ponto na edição 2014 da Libertadores.