O clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro ocorreu neste domingo (6), pela final do Campeonato Mineiro. No clássico entre os times mineiros, a vida não é fácil para os atacantes, com Victor e Fábio defendendo os gols de cada clube. Mais uma vez, os goleiros bloquearam os atacantes e a partida terminou em um empate sem gols.

Victor chegou ao time alvinegro em 2012, o goleiro vem construindo uma grande história pelo Atlético. O goleiro foi um dos principais nomes na conquista da Copa Libertadoresem 2013, Victor defendeu três pênaltis nas fases eliminatórias, e o mais marcante de todos foi contra o Tijuana, salvando o Galo da eliminação no último minuto de jogo. Victor tem passagens pela seleção brasileira e é cotado a disputar o Mundial em Junho. Em pouco tempo, o goleiro conquistou a massa atleticana e entrou para a história do clube mineiro.

Fábio é o segundo goleiro que mais vezes vestiu a camisa do clube celeste, o jogador chegou em 2004 e é ídolo da torcida do Cruzeiro. Fábio foi eleito o melhor goleiro doCampeonato Brasileiro em 2013, torneio no qual o Cruzeiro se sagrou campeão. Fábio vem mantendo a regularidade pelo logo dos anos, e por não atuar na seleção brasileira, é considerado injustiçado por muitos. Fábio faz parte do Hall da Fama do time celeste, e vai escrevendo uma grande história no clube.

Em um clássico disputado desde 1921, os goleiros constumam ter atuações de gala, relembre conosco os goleiros que fizeram história em clássicos entre Atlético e Cruzeiro.

João Leite, o “goleiro de Deus”

Foto: Divulgação/Atlético Mineiro

João Leite é o jogador que mais vezes atuou pelo Atlético-MG. O goleiro tem uma grande história no time alvinegro, tendo atuado por 685 partidas, e o saiu com um retrospecto vitorioso, foram 413 vitórias, 176 empate e 96 derrotas.

Em 57 clássicos disputados, são 24 vitórias, 22 empates e 11 derrotas.

Formado nas categorias de base, João Leite vestiu a camisa do clube por 17 anos. Por ser evangélico, o goleiro ganhou o apelido de “Goleiro de Deus”, o jogador era acostumado a entrar com uma bíblia em campo e entregar para um jogador, sendo adversário ou não.

João Leite também se destacou em clássicos, em toda a sua história foram 57 clássicos disputados, foram 24 vitórias, 22 empates e apenas 11 derrotas, com quatro pênaltis defendidos.

E o primeiro clássico sempre é o mais marcante, a estreia de João Leite contra o Cruzeiro foi em 1977, em uma partida válida pela a primeira fase da Copa do Brasil, o Galo venceu por 1 a 0 e João Leite conseguiu evitar o forte ataque do Cruzeiro.

“O Cruzeiro tinha um grande time, com Raul e Nelinho. Especialmente o Nelinho, que vinha acabando com os goleiros do Galo, principalmente nas cobranças de falta, cruzamentos e lançamentos. Foi uma emoção, mas uma responsabilidade muito grande também”, relembra.

“Eu me recordo que o Vantuir e o Márcio, que eram os zagueiros do Atlético, logo me avisaram: ‘Jogue adiantado porque o Nelinho sempre lança uma bola para o Revétria, que é muito perigoso”, conta.

Raul Plassmann, o lendário goleiro celeste

Foto: Divulgação/Terceiro tempo

Raul é o goleiro que por mais vezes vestiu a camisa do Cruzeiro, foram 557 partidas disputadas pelo clube, tendo ganhado uma Copa Libertadores da América e umaTaça Brasil, detendo o Santos de Pelé.

Raul Plassmann defendeu três pênaltis contra o time alvinegro

Em um clássico na década de 60, a camisa oficial de goleiro não serviu em Raul, que então pegou um blusão emprestado do lateral Neco. Quando entrou no Mineirão, o jogador foi muito ridicularizado pela torcida rival. Plassmann respondeu em campo, tendo fechado o gol e segurado um empate sem gols naquela oportunidade, desde lá, a cor amarela foi seu talismã da sorte e entrou para a história do Cruzeiro.

“Isso é muito importante para mim. Colocar mais uma cor na bandeira do clube, nas cores do Cruzeiro, não é para qualquer um. Um motivo de orgulho. Tão importante quanto um grande título. Vejo que continuo jogando pelo Cruzeiro mesmo tendo me aposentado quando vejo o Fábio de amarelo. Um prosseguimento da minha história do clube, sempre vão lembrar de mim”, disse o goleiro.

Raul Plassmann disputou o clássico mineiro por 44 vezes e defendeu um pênalti por três vezes. Um dos clássicos marcantes para Raul foi à final do Campeonato Mineiro de 1967, o goleiro defendeu um pênalti quando o jogo ainda estava 0 a 0, no fim da partida, o Cruzeiro saiu com a vitória por 3 a 1.

O dia de glória para Gatti

O Cruzeiro tinha grandes problemas para enfrentar o Atlético-MG, em um jogo válido pelo Campeonato Brasileiro de 2007, Fábio e Lauro estavam machucados, Gattiteria que assumir a titularidade do jogo, após ter sido falhado contro o Juventude e ser vaiado pela torcida, o desafio era complicado para o goleiro.

E a missão foi concluída com êxito. Após o Cruzeiro sair vencendo por 2 a 0, o time alvinegro conseguiu o empate e viu Gatti salvar o time celeste, o goleiro defendeu o pênalti de Marcinho, dando mais forças a equipe para a vitória. O jogo terminou com a vitória de 4 a 2 do time celeste, e Gatti saiu como o herói do jogo.

“O jogo estava empatado em 2 a 2 e defendi um pênalti e na sequência o Cruzeiro virou para 4 a 2. O legal é que até hoje, tanto cruzeirenses como atleticanos quando me reconhecem na rua falam daquele jogo e do pênalti que eu defendi. Foi muito marcante!”, disse o goleiro em uma entrevista.

Rafael Gatti, hoje com 28 anos, atua pelo Volta Redonda. O jogador não conseguiu repetir as boas atuações e não se firmou em nenhum clube, o jogo foi os 15 segundos de fama para o goleiro.

Velloso foi a muralha alvinegra em 2000

O dia 23 de abril de 2000 ficou marcado para história de Velloso, o goleiro teve uma excelente atuação sobre o Cruzeiro. Em um jogo movimentado, o Atlético-MG abriu o placar com Marques e tomou a virada no segundo, mas mesmo assim, o Galo foi forte e acabou em vantagem, com um placar de 4 a 2.

Velloso foi responsável por defesas espetaculares no jogo, tendo defendido um pênalti cobrado por Oséas na partida. O grande trio de ataque formado por Marques, Ramone Guilherme brilhou, mas naquele dia o herói foi considerado Velloso.

Velloso fez uma grande história no Palmeiras e Atlético, e para ele, o clássico mineiro é o mais emocionante: “Os dois são muito legais, mas acho que o clássico mineiro é mais emocionante. Em São Paulo, não tem só Palmeiras e Corinthians, ainda há o São Paulo e o Santos, então divide a atenção entre os quatro times. Já em Belo Horizonte a cidade é dividida apenas em dois clubes, isso aumenta a rivalidade e o clima de clássico no dia do jogo é muito bom.”