Apesar do desempenho do Brasil na vitória contra a Sérvia não ter agradado o torcedor presente no Estádio do Morumbi, o treinador Luiz Felipe Scolari aprovou a atuação da Seleção Brasileira no último teste antes da estreia na Copa do Mundo, na próxima quinta-feira (12), também em São Paulo, mas na Arena Corinthians.

Felipão viu uma evolução no time brasileiro e acredita que a Seleção vai estar ainda melhor para o jogo contra a Croácia: "Nós vamos estar em melhores condições físicas. Nós melhoramos uns 10, 15% do jogo contra o Panamá (na terça-feira) para esse jogo de hoje. Então, nós estaremos próximos do ideal contra a Croácia", afirmou.

Minutos depois, entretanto, Felipão afirmou que não há mais o que melhorar fisicamente. Segundo ele, essa última semana de preparação será focada em aspectos táticos e técnicos: "Fisicamente, não tem muito o que acrescentar. Seguiremos o trabalho normal. Taticamente, podemos equilibrar mais alguma coisa e podemos melhor bastante a bola parada. Acho que nós ainda desperdiçamos uma ou outra jogada de bola parada. Temos jogadores bons no cabeceio, mas não conseguimos fazer o nosso gol ou causar alguma dificuldade ao adversário. Então, é nisso que daremos um enfoque maior nessa semana", declarou.

O treinador da Seleção Brasileira fez questão de enaltecer o time da Sérvia e de lembrar que foi um adversário que exigiu mais dos brasileiros: "O jogo foi bem jogado pelas duas partes. A equipe da Sérvia é boa, com uma estatura elevada. Foi difícil parra nós ter o controle da bola porque é um time de muita qualidade. E só não esteve na Copa porque perdeu para a Croácia por 1 a 0 e ficaram com três pontos de desvantagem. Quando eu vi a postura tática da Sérvia, já vi que seria muito difícil conseguir a vitória", contou Felipão.

Dois assuntos polêmicos foram levantados na entrevista coletiva, mas foram analisados com tranquilidade pelo treinador. O primeiro foi a queda de desempenho do time brasileiro quando o craque Neymar não está em seus melhores dias ou recebe forte marcação do adversário: "Temos essa dificuldade (de criar com Neymar bastante marcado) como Portugal tem com o Cristiano Ronaldo, a Argentina tem com o Messi, todos os times tem com jogadores que podem desequilibrar e que em determinados momentos estão marcados por um, por dois, por três. Cabe aos nossos jogadores encontrar "buracos" ou situações para fazermos os gols", acredita.

Felipão também se mostrou tranquilo com as vaias recebidas pela Seleção ao final do primeiro tempo e nos minutos finais da partida, além de evitar atribuir as reações ruins ao fato da partida ter ocorrido em São Paulo, palco da estreia no Mundial e que, tradicionalmente, tem uma torcida mais rigorosa: "é normal. As vaias apareceram como apareceram em Goiânia, como apareceram em outros lugares onde a gente não jogou nas condições em que estamos acostumados. Não foi problema para nenhum dos nossos jogadores, que estão totalmente preparados e sabem que, se não jogarem bem, uma ou outra discordância vai aparecer. Mas eu acho que, no fim do jogo, dos 67 mil, 65 saíram felizes. Temos que agradecer ao nosso torcedor", afirmou, tranquilo.

Por fim, Scolari salientou que o gol marcado por Fred foi fundamental para retomar a confiança do atacante: "O gol foi muito importante. Hoje de manhã ele estava me dizendo: 'eu sou atacante, eu vivo de gols, eu tenho que fazer gols'. Estamos tentando tirar isso dele, não é ele que tem que fazer gols, ele é um dos que tem que fazer. Se ele não fizer, mas outro fizer, está ótimo, saíremos com a vitória do mesmo jeito. Mas o gol foi bom para mostrar que ele está jogando na sua melhor condição, a de centroavante: é uma bola, são duas bolas para ele matar o jogo. Por isso é um dos mais importantes do Brasil nessa posição. Ele vai se sentir mais confiante", acredita.