De um lado, a euforia completa e absoluta. Do outro, um vexame histórico. Com uma exibição irreconhecível, o Brasil foi atropelado pela Alemanha e está eliminado da Copa do Mundo. Com cinco gols nos 30 primeiros minutos, os alemães não tomaram conhecimento dos brasileiros e voltam a uma final de Copa depois de 12 anos - a oitava do time germânico na história.

Os europeus dominaram toda a partida. Com facilidade impressionante, ainda mais se tratando de uma semifinal, a Alemanha abriu 5 a 0 em 29 minutos de jogo. Bastava os alemães se esforçarem um pouco, para que a bola balançasse mais uma vez as redes de Julio César. A goleada só não foi maior ao final do primeiro tempo porque a Alemanha não quis.

No segundo tempo, o Brasil voltou melhor para tentar resgatar alguma dignidade. Paulinho entrou bem, criou jogadas e esbarrou em Neuer que, quando exigido, provou porque é um dos melhores goleiros do Mundial. Apesar da melhora, o Brasil ainda viu a vantagem alemã aumentar junto com o vexame. O placar final foi 7 a 0 para a Alemanha, maior goleada sofrida pelo Brasil em toda sua história. Foi também a maior goleada em uma semifinal de Copa, superando o 6 a 1 do Uruguai sobre a Iuguslávia em 1930.

Agora, a Alemanha espera o vencedor da outra semifinal, entre Argentina e Holanda, que se enfrentam nesta quarta-feira (9), na Arena Corinthians, em São Paulo, para conhecer o seu adversário na final do Mundial, que acontece neste domingo (13), no Maracanã, no Rio de Janeiro. Já o Brasil, espera o perdedor do duelo entre argentinos e holandeses para saber o oponente na disputa de terceiro lugar do próximo sábado (12), no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.

Alemanha passeia e define classificação em 30 minutos

O torcedor brasileiro já imaginava que seria um jogo difícil. O alemão, também não esperava uma vitória fácil. Todavia, nem o mais otimista alemão ou o mais pessimista dos brasileiros poderia imaginar o que aconteceu. Sem qualquer dificuldade, como em um treino de luxo, a Alemanha matou o jogo em 30 minutos, abrindo 5 a 0.

O jogo começou com o Brasil tentando ditar o ritmo do jogo, tentando trabalhar a bola, trocar passes, mas encontrava forte resistência do sistema defensivo alemão. Ao seu estilo, os europeus rapidamente assumiram o controle do jogo e não demoraram a iniciar o passeio para cima dos donos da casa.

Aos 10 minutos, Kroos bateu escanteio e, mesmo com sete jogadores brasileiros na grande área, Müller apareceu sozinho, completamente desmarcado, para marcar o primeiro. Nos 10 minutos seguintes, o Brasil tentava reagir, mas, sem achar espaço, deixou o nervosismo tomar conta, errou muitos passes e pouco criou.

O que já era ruim, se tornou um vexame histórico entre os 22 e os 28 minutos de jogo. Aos 22, Klose recebeu livre, bateu, Julio César defendeu, a bola voltou para o próprio Klose, que, mais uma vez sem marcação, dominou, ajeitou e marcou o segundo. Um gol histórico, que o transformou de maneira isolada em maior artilheiro da história das Copas, superando, ironicamente, o brasileiro Ronaldo.

Aos 24, Kroos também apareceu livre após boa troca de passes que não encontrou qualquer marcação brasileira, e bateu forte da entrada da área para marcar o terceiro. O Brasil mais uma vez deu a saída, perdeu a bola e viu Khedira receber bom passe para anotar o quarto.

Quando o vexame parecia não ter como ficar maior, aos 28 minutos, o Brasil foi surpreendido por um contra-ataque rápido que chegou em Khedira, que marcou pela segunda vez e sepultou de vez as esperanças dos brasileiros. No Mineirão, o tom da incredulidade era dado por torcedores que já deixavam o estádio.

Depois do quinto gol, a Alemanha, plenamente satisfeita com o resultado, tirou o pé. Tocou a bola, continuou tirando os espaços do Brasil e administrou o resultado. Se aproximou do gol apenas mais uma vez na primeira etapa, deixando a sensação de que, pelo incrível que pareça, a goleada por 5 a 0 ainda ficou barata para os anfitriões.

Alemanha definiu vitória no primeiro tempo (Foto: Divulgação/Fifa)

Brasil melhora, mas vexame aumenta no adeus ao sonho do hexa

Com Paulinho e Ramires no lugar de Fernandinho e Hulk, o Brasil melhorou. Nada que desse alguma esperança para o torcedor, mas ao menos o escrete brasileiro mostrava alguma dignidade em campo. Em 10 minutos, foram criadas pelos donos da casa, que pararam duas vezes no goleiro Neuer, que fez mais uma grande partida.

Logo o ímpeto inicial do Brasil passou e a Alemanha voltou a administrar o resultado com certa tranquilidade. Aos 16 minutos, Müller bateu bem e Julio César fez boa defesa. Aos 23, os brasileiros não tiveram a mesma sorte e Müller, vindo do banco de reservas e completamente desmarcado, marcou o sexto.

Entre vaias e gritos de olé, os brasileiros ainda sofreram o sétimo gol quando Schürrle, sem ângulo, chutou bem e anotou o sétimo, sem qualquer esforço do arqueiro brasileiro, Júlio César, que desabou no gramado.

Reconhecendo a superioridade do adversário, a torcida presente no Mineirão se limitou a aplaudir o toque de bola alemão. O segundo tempo dos brasileiros pode ter sido muito melhor que o primeiro, mas, ainda assim, ficou novamente a sensação de que a goleada por só não foi maior por falta de vontade da Alemanha.

O Brasil chegou ao gol em algumas outras oportunidades, mas as finalizações que foram muito, mas muito longe do gol, só ajudaram a aumentar o vexame, que ainda poderia ter sido maior se Ozil não perdesse um gol cara a cara com Julio César. Segundos depois, Oscar recebeu bom passe, driblou o zagueiro e bateu bem para marcar o gol de honra. Nada, no entanto, que diminuísse a vergonha no fim da jornada rumo ao hexa.

Schürrle aumentou a goleada (Foto: Divulgação/Fifa)
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