Desde a sua inauguração, no ano de 1965, o Estádio do Mineirão foi a casa do futebol das Minas Gerais. Um dos maiores e mais emblemáticos estádios do Brasil, o Governador Magalhães Pinto foi palco de grandes embates entre os clubes mineiros e também de grandes vitórias dos times locais a nível nacional e até Continental, principalmente de Cruzeiro Atlético-MG.

Em 2010, o Estádio saiu de cena por um motivo bastante nobre: o início das reformas para a Copa do Mundo de 2014. Com o outro estádio de Belo Horizonte, o Independência, de propriedade do América-MG, também em reformas, os dois gigantes de BH adotaram Sete Lagoas, Uberlândia dentre outros municípios mineiros como palco de suas partidas. Com a reinauguração do estádio do Coelho, no início de 2012, ambos voltaram para a Capital.

Quando o Mineirão foi reinaugurado, porém, uma mudança séria aconteceu na estrutura do futebol local. O Cruzeiro entrou rapidamente em acordo com a nova administradora do agora moderníssimo estádio, a Minas Arena, mas com o Galo, foi um pouco diferente. O Presidente Alexandre Kalil não aceitou as exigências da empresa e optou por continuar mandando os seus jogos no Independência, inclusive os da Copa Libertadores, onde a equipe já começava a ter um certo favoritismo.

E assim vem sendo até os dias atuais. O Galo só deixou de jogar no Horto em duas oportunidades e por motivos de força maior: nas finais da Libertadores de 2013 e da Recopa Sul-Americana de 2014, contra Olimpia e Lanús, respectivamente, já que o regulamento da Conmebol proíbe finais em praças com capacidade inferior a 30 mil torcedores - caso do Independência. Nas duas oportunidades, os mineiros sagraram-se campeões, bem como no Campeonato Mineiro de 2013, quando estragaram a festa do rival e faturaram mais uma taça.

Nesta quinta (4), o Atlético venceu o Palmeiras por 2 a 0 no Independência e, depois de vencer por 1 a 0 em São Paulo no jogo de ida, garantiu vaga nas quartas de final da Copa do Brasil, título que ainda não possui. Na entrevista coletiva após a vitória, o técnico Levir Culpi revelou o que poucos imaginavam: a pedido dos jogadores, a diretoria atleticana cedeu e o duelo contra o Corinthians será no Mineirão.

O objetivo é transformar o estádio, com capacidade para 65 mil torcedores, em um verdadeiro caldeirão, em um diferencial naquele que promete ser o mais equilibrados dos confrontos que definirão os semifinalistas do torneio. A presença do dobro de torcedores em relação aos jogos que acontecem com capacidade máxima no Horto também deve causar impacto positivo na renda e será uma oportunidade para o torcedor atleticano matar as saudades do estádio que recebeu seis jogos da Copa do Mundo e três da Copa das Confederações.

Ao todo, as duas equipes já se enfrentaram seis vezes em mata-matas com os quatro jogos com mando do Galo no Mineirão e com seis classificações corinthianas. Quatro delas pelo Brasileirão: além das quartas de final em 1990 e da semifinal de 1994, o Timão bateu o Atlético na final de 1999 e nas quartas de final de 2002, esta, inclusive, com uma vitória por 6 a 2 em pleno Mineirão no jogo de ida. Os paulistas ainda levaram a melhor no único duelo entre os dois times pela Copa do Brasil, em 1997, pelas oitavas de final.

Na tarde desta sexta-feira (5), a CBF sorteou a ordem dos mandos de campo dos confrontos das quartas de final, bem como as datas das partidas. No primeiro dia de outubro, uma quarta-feira, Corinthians e Atlético começam a definir um dos semifinalistas na Arena Corinthians, em São Paulo. Exatas duas semanas depois, no dia 15, será definido no Mineirão, em Belo Horizonte, o classificado. Ainda não há uma confirmação oficial, mas provavelmente os jogos serão às 22h.