Numa grande festa das duas torcidas, Caldense e Atlético fizeram uma final digna de Campeonato Mineiro. Com muita emoção, reviravoltas e raça, os dois clubes coroaram o fim da competição, com o destaque para o interior - a finalíssima foi em Varginha, com 17 mil pessoas, no estádio do Melão. 

Como todas as histórias de reviravoltas no futebol, os detalhes são importantes. Após um ano, uma Copa do Mundo, e problemas pessoais que o limou aos poucos da equipe atleticana, coube a Jô trazer o campeonato para o time - 2 a 1. O centro-avante agradeceu aos céus e chorou ao fim de partida por sua volta por cima. 

Veterana tem as melhores chances

A primeira etapa da decisão teve um clima muito quente. Como mandante, a Caldense foi segurando o ímpeto do Galo nos primeiros minutos, que precisava do gol. As ações dos times se deram principalmente no meio-de-campo, num jogo bastante pegado.  Lucas Pratto aos 9 minutos lança para Dátolo que manda próximo do gol, interceptado pela zaga. Luan também colabora no ataque, sofrendo com a marcação forte de Serginho. 

Apesar disso, é a Veterana que dominou o jogo. Ainda com seu forte esquema de marcação, com poucos furos, a equipe de Poços de Caldas tinha um contra-ataque forte, com Thiago Azulão, Nadson e Zambi. Paulão, homem-surpresa da Caldense, apareceu num lance rápido da equipe pelo lado esquerdo, quase abrindo o marcador. O jogador mais uma vez, aos 25 minutos, numa cobrança de lateral, cabeceando. 

Com um jogo de muitas faltas e muito truncado, o Galo foi tentando com Marcos Rocha, que voltou de lesão, e mesmo assim a equipe não faz boas jogadas, restando o chutão. Enquanto isso, a defesa alvingera vem com problemas de marcação. A Caldense, aproveitando disso, continua mais belicosa: o melhor lance do jogo, com Nadson mandando uma bola na trave direita de Victor.  

Rodrigo, o goleiro da Veterana, trabalhou poucas vezes, comparado ao primeiro jogo em Belo Horizonte. Como aos 38 minutos, com Dátolo arriscando na entrada da área, e o arqueiro só acompanhou. Cinco minutos depois, Luan manda bola na trave adversária, em pressão alvinegra nos minutos finais. Final, 0 a 0.

Os goleadores apareceram

Se os gols faltaram no primeiro tempo, no segundo os goleadores fizeram a diferença. Vendo a deficiência do meio-de-campo, Levir Culpi coloca Giovanni Augusto e Thiago Ribeiro para acertar o passe da equipe. A Caldense continuou com o estilo de jogo que lhe concedeu vaga à final do Mineiro. 

A mexida de Levir surtiu efeito: com cobrança de lateral de Marcos Rocha, Lucas Pratto sai entre os marcadores, cabeceia e Thiago Ribeiro empurra para o gol. O Galo abre o marcador em Varginha: 1 a 0. Três minutos depois, Rafael Estevam cobra falta, rebatida por Victor, e Luiz Eduardo aproveita para empatar o jogo, 1 a 1, e a Veterana permace com a vantagem no título. 

Mais uma vez precisando do resultado, o Galo volta ao ataque. Thiago Ribeiro e Lucas Pratto continuam na área adversária, tentando. Luan tentou surpreender Rodrigo com cabeceio de fora da área, obrigando o goleiro defender de fora da área. Para trazer mais ofensividade, o técnico atleticano ousa: tira Douglas Santos e coloca Jô. O centro-avante estava há um ano sem marcar gols. Estava.

Aos 33 minutos do segundo tempo, a estrela do Jô brilhou. Muito criticado por suas atuações na Copa do Mundo, chegando a ser afastado da equipe titular, o centro-avante recebe bola de Marcos Rocha na área, faz o pivô e marca a virada atleticana: 2 a 1. Festa da torcida atleticana no Melão.

Vendo sua vantagem virar pó, a Caldense partiu pra cima do Galo. Com as entradas de Cristiano e Léo, a equipe furava por pouco a defesa atleticana, com quase todos os jogadores recuados. Aos 42 minutos, um lance que quase virou a partida novamente: Everton Maradona cobra escanteio e Léo manda no canto direito do gol, passando muito perto. Mesmo com toda pressão, o Galo sagrou-se pela 43ª vez campeão mineiro.