Após uma reunião na tarde da última sexta-feira (19), o Botafogo e o empresário do volante Marcelo Mattos, Carlos Leite, chegaram a um consenso para a rescisão de contrato do jogador com o clube alvinegro. Agora, para que o acordo seja oficializado, faltam apenas detalhes burocráticos. 

O motivo para a rescisão de contrato do volante, era o alto salário que o jogador recebia, cerca de R$250 mil reais por mês. Cinco vezes mais que o valor estabelecido pela diretoria alvinegra. O presidente do clube, Carlos Eduardo Pereira, falou da saída do atleta. 

"Chegamos a um acordo com o Marcelo Mattos, num formado que vai permitir que ele receba uma quantia bem interessante por mês. É preciso abrir espaço na folha, enquanto trabalhamos algumas possibilidades de receita, com liberação de verbas pela Justiça do Trabalho e recebimento de reembolso da Prefeitura por gastos do clube durante o período em que o Estádio Nilton Santos esteve fechado", afirmou o dirigente alvinegro. 

Marcelo Mattos chegou ao Botafogo em 2010, emprestado pelo Corinthians. Na temporada de 2011, o Glorioso comprou o volante por R$2 milhões, junto ao Panathinaikos (GRE) e o jogador assinou um contrato de três anos com o alvinegro carioca. Desde que chegou ao clube, o volante disputou 178 partidas no Glorioso e marcou dois gols. O principal título do atleta vestindo a camisa do time da estrela solitária foi o Campeonato Carioca de 2013. 

O Botafogo ainda deve alguns salários ao jogador referente ao ano de 2014, quando o clube enfrentou uma das maiores crises financeiras de sua história. A atual diretoria se comprometeu a pagar, parceladamente, o valor que deve ao volante. 

Assim que soube da rescisão contratual, o atleta lamentou a sua saída do alvinegro carioca e se disse surpreso com a atitude dos dirigentes e afirmou não ter culpa de receber o atual salário. "Não tenho culpa por receber esse salário. Fiz meu trabalho no Corinthians, fui jogar na Grécia naturalmente com um valor maior, e o Botafogo foi lá me comprar com a aprovação da diretoria. Então não tenho culpa. Enquanto estive no clube, sempre tentei fazer o melhor. A pressão é grande e passei algumas noites sem dormir pensando se certos jogos dariam certo. Também por conta do salário eu tinha uma responsabilidade a mais, como o Jefferson sempre teve. Aliás, tenho muito carinho por ele. Mesmo agora na Seleção, foi do Jefferson a única mensagem que recebi. Uma mensagem de preocupação, porque ele sabe o que eu fiz de bom para o Botafogo. E pode ter certeza de que vai ser assim onde quer que eu jogue a partir de agora. Se ainda não for, vou fazer do meu próximo clube um clube forte".