Brasil e Chile entram em campo nesta quinta-feira (8), para darem início às Eliminatórias da Copa do Mundo 2018. Às 20h30, em Santiago, as duas seleções irão começar a brigar por uma vaga no Mundial, que será disputado na Rússia, porém, não dá pra falar dessas duas seleções, sem lembrar do épico confronto que ocorreu no ano passado, no Mineirão.

Brasileiros e chilenos se enfrentavam naquela tarde de sábado, 28 de junho de 2014, visando a vaga nas quartas de final da Copa do Mundo 2014. Os anfitriões do Mundial se deparavam com uma seleção que estava encantando a todos, pelo futebol afinado, que havia vencido a atual campeã, Espanha, em pleno Maracanã. Vamos viver a emoção deste clássico continental novamente? A partida terminou empatada em 1 a 1, porém, após cobranças de pênalti, os brasileiros levaram a melhor por 3 a 1.

Primeira etapa: Gol contra chileno e vacilo na defesa brasileira garantem o empate

Pontualmente, às 13h, o experiente árbitro inglês Howard Webb autorizava o início da partida, que teria três horas de duração, com forte teor de emoção, que nem os roteiristas de Hollywood poderiam imaginar. O Brasil reclamou de pênalti logo aos 13 minutos de partida, quando Neymar e Hulk tabelaram na entrada da área, e o último foi travado pelo zagueiro Silva, lance que Webb mandou seguir, porém, cinco minutos depois, Neymar cobraria escanteio pela direita, Thiago Silva desviaria de cabeça para David Luiz completar para o fundo das redes e abrir o placar para os mandantes. David, que era considerado dúvida para a partida, comemorou o gol, mas na verdade, foi Jara quem desviou a bola, configurando o gol contra.

Foto: Getty Images

O Brasil dominava bem a partida, sob forte calor que atuava em Belo Horizonte naquela tarde, tendo algumas chances de gols, e contavam com boa atuação do sistema defensivo. Contavam. Até que um lateral cobrado displicentemente, colocou em xeque a partida, quando Aléxis Sánchez aproveitou a bobeada e igualou o placar, surpreendendo a todos. A seleção comandada por Luiz Felipe Scolari teve mais chances de gols, salvas pelo goleiro Bravo e toda a defesa chilena, mas ao fim da primeira etapa, o sistema defensivo brasileiro bobeia mais uma vez, colocando Vidal em plenas condições para virar a partida, mas David Luiz salvou e recuperou.

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Segunda etapa: Nervos à flor da pele

Na saída para o intervalo, uma confusão se formou, inicialmente envolvendo o atacante Fred e o lateral-direito chileno Medel. O defensor foi tirar satisfações com o camisa 9, após levar um tapa na nuca, porém, a desordem se estendeu para demais integrantes das duas comissões técnicas, que terminou em socos e pontapés no vestiário do Mineirão. Na ocasião, os chilenos acusaram o então assessor de imprensa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rodrigo Paiva, de ter dado um soco no atacante Pinilla.

"Foi uma confusão generalizada, não foi algo só comigo. Só que o Pinilla veio para cima de mim e eu apenas me defendi. Reagi empurrando ele", relatou Paiva.

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Passadas as brigas, as duas equipes voltaram para o segundo tempo, e logo aos dez minutos da etapa final, Hulk dominou a bola para marcar o segundo gol brasileiro na partida, porém, Howard Webb marcou infração, alegando que a bola havia tocado no braço do jogador. Oito minutos depois, foi a vez do Chile assustar, dessa vez, com Aránguiz, obrigando Júlio César a fazer excelente defesa.

(Foto: Getty Images)

O tempo foi passando, o forte calor ainda imperava em Belo Horizonte, e o desgaste foi chegando. O Brasil sentia mais o cansaço físico, dava muito espaço para os chilenos construírem as jogadas, porém, as chances foram desperdiçadas e o segundo tempo terminava. Era hora de ir para a prorrogação, que iria proporcionar muitas emoções para brasileiros e chilenos.

Prorrogação: A bola no travessão que assutou milhões de brasileiros

O cansaço sentido na reta final da segunda etapa pelas duas equipes, foi refletido na prorrogação, onde ambas as seleções, priorizavam o toque de bola, criando poucas chances de gol. Faltando dois minutos para o final da primeira etapa, Hulk passou pela marcação chilena e finalizou, dando trabalho para Bravo, que espalmou a bola, encerrando os primeiros 15 minutos da prorrogação.

(Foto: Getty Images)

A seleção de Felipão começou efetiva na segunda etapa, com mandando por cima do gol, arrancando o "uuuuh" das arquibancadas. Foi só. Os 13 minutos restantes foram de drama para os brasileiros, que assistiam o Chile chegar a todo momento no gol de Júlio César, apesar de toda a cera que protagonizavam em campo. Mas a chance da partida, foi desperdiçada por Pinilla, que recebeu a bola em ótimas condições, mas acabou carimbando no travessão, obrigando a decisão para os pênaltis.(

(Foto: Getty Images)

Pênaltis: A consagração de Júlio César

Ninguém tinha pernas pra mais nada naquele campo, tudo seria na raça, no esforço, na superação. David Luiz, autor do gol brasileiro na partida, começou as cobranças alternadas balançando as redes. Depois do zagueiro, era a vez de Pinilla, aquele, que teve a chance de eliminar os donos da casa, no último minuto da prorrogração. E perdeu mais uma vez, após defesa de Júlio César, pra alegria de milhões nas ruas, e dos milhares que compareceram ao Mineirão.

Pinilla foi o primeiro a parar em Júlio César... (Foto: Getty Images)

A comemoração durou pouco, após Willian desperdiçar o penal, mandando pra fora. Mas ele não deveria se preocupar, pois Júlio César estava no gol, o Júlio que iria defender a cobrança efetuada por Sánchez, aquele que calou o Mineirão ainda na primeira etapa da partida. Marcelo e Aránguiz converteram a cobrança para as suas respectivas seleções, mas Hulk acabou parando nas mãos de Bravo, que dava vida ao Chile. Neymar tratou de esfriar a comemoração chilena, balançando as redes, e Jara acabou finalizando esta história de emoção, acertando a trave.

... depois, Sánchez (Foto: Getty Images)

Como disse Fred em recente entrevista ao canal Sportv: "Se tivéssemos sido eliminados contra o Chile nas oitavas, era justo".