As polêmicas foram muitas envolvendo Vasco e Fluminense em 2015, tanto em campo quanto fora dele. Neste domingo (1), o último capítulo do ano entre os dois. O embate está marcado para o estádio Nilton Santos, o Engenhão. As equipes já se enfrentaram no local neste ano, pelo Campeonato Carioca, e o cruz-maltino venceu por 1 a 0, gol de pênalti do zagueiro Luan.

Desde que Eurico Miranda assumiu a presidência vascaína, não aceitou o acordo entre as equipes com o Maracanã, em que o Fluminense tem direito ao lado sul da arquibancada do estádio. Desde 1950, o Vasco escolheu aquele lado da arquibancada por ter sido o primeiro campeão no estádio. Mas, o acordo antigo teve fim quando o Consórcio assumiu o comando do Maracanã.

Sob o comando do Consórcio, os clubes tiveram que negociar contratos com o Maracanã, e como o Vasco tem seu próprio estádio - São Januário - o Fluminense escolheu o lado sul, por ter um melhor acesso, e isso passou a valer para os clássicos. Já aconteceram cinco clássicos com a torcida tricolor no setor sul, um deles foi no primeiro turno do Brasileirão deste ano, que terminou com vitória do Vasco por 2 a 1, em jogo marcado pela apresentação de Ronaldinho Gaúcho no Fluminense.

Hoje, o cenário é diferente. No jogo do primeiro turno, o Fluminense apresentava Ronaldinho para sua torcida e precisava de uma vitória sobre o rival para assumir a liderança. Curiosamente, o Tricolor perdeu e entrou numa sequência de queda. Ronaldinho não rendeu e rescindiu com o clube dois meses depois e o clube amarga na última colocação do segundo turno do Brasileirão. O Vasco esboçara uma reação, mas ainda segue na lanterna.

O clássico, hoje, tem importância para os dois. Ao Flu, uma vitória afasta mais um pouco o clube da zona do rebaixamento. Para o Vasco, uma vitória pode significar sair da lanterna e subir algumas posições dentro da zona. Já o derrotado do confronto se complicará. Caso o Flu perca, pode se aproximar mais da zona do rebaixamento. Já o Vasco, caso perca, pode ver as chances de escapar do rebaixamento ficarem mais longe.

A bola rola no Engenhão às 18h (de Brasília) e a VAVEL Brasil transmitirá todos os lances em tempo real. 

Vasco conta com retrospecto positivo contra o Flu no ano para vencer e respirar no Brasileirão

O ano até aqui para o Vasco no confronto contra o Fluminense é positivo. Foram dois jogos e duas vitórias para o time vascaíno. No Campeonato Carioca, o cruz-maltino venceu por 1 a 0, no Engenhão - palco do confronto deste domingo - com gol de Luan, de pênalti. Já no primeiro turno do Brasileirão, o Vasco venceu por 2 a 1, em clássico que envolveu muita polêmica no final do jogo entre o zagueiro Rodrigo e o atacante Fred.

"Não tenho opinião sobre ele (Fred), o que falar dele. Eu gosto de marcar jogadores do nível dele, de Seleção, de Copa do Mundo. Sei que se eu marcar ele muito bem, vão me elogiar. Se ele faz os gols que leva a equipe dele a ganhar, vão falar dele. Quero que falem de mim. Eu tenho uma forma de jogar, ele tem a dele. Se irritou não sei porque (no último jogo). Não adianta falar do que já passou. Cada jogo tem a sua história e queremos fazer uma nova história agora. Assim que tem de ser", disse o zagueiro Rodrigo.

O clássico é o último do ano entre as equipes. Vale, para o Vasco, terminar invicto sobre o rival e manter a esperança de escapar do rebaixamento para a segunda divisão.

"Clássico sempre tem um fator novo. Tem uma atmosfera bacana fora do campo que é levada para dentro. Sabemos o que representa, mas hoje pensamos de outra forma. Focamos nos pontos que a gente precisa para sair dessa situação. É um jogo fundamental porque o mando de campo é nosso", finalizou Rodrigo.

O Vasco pode ter, talvez, uma vantagem para domingo. A equipe de Jorginho descansou a semana toda, enquanto o Fluminense viajou para São Paulo onde enfrentou o Palmeiras pela Copa do Brasil e acabou eliminado nos pênaltis. O treinador não acredita em desgaste e que o Flu esteja abalado, pelo contrário, ele acredita que o Tricolor virá mordido para espantar de vez as chances de rebaixamento.

"Eles vêm mordidos e ainda precisam de pontos, apesar de estar muito próximo do seu objetivo. Mas existe sempre a rivalidade muito grande. Eles fizeram um grande segundo tempo e tem um grande treinador, que é o Eduardo, uma excelente revelação, um treinador com pedigree. O pai dele é um grande treinador e um grande amigo. Espero um jogo extremamente difícil", disse.

Fluminense tenta juntar os cacos da eliminação na Copa do Brasil para espantar de vez as chances de rebaixamento no Brasileiro

Após ser eliminado nos pênaltis para o Palmeiras, pela Copa do Brasil, na quarta-feira, ao Fluminense só restou o Campeonato Brasileiro. E a situação do Tricolor não é confortável. Mas é o que a equipe quer buscar. Uma vitória no clássico deixará o Flu próximo de botar fim as chances de rebaixamento. A derrota, por outro lado, pode aproximar mais o Flu da zona.

Eliminado na Copa do Brasil, o Fluminense tem que se recuperar fisicamente e psicologicamente para enfrentar o Vasco. A equipe deve ir desfalcada de Fred, que jogou no sacrifício contra o Palmeiras. Marcos Junior, suspenso, desfalcará a equipe.

"Não levo a palavra obrigação. Nós temos que ir lá e dar o nosso máximo. Estamos em um momento complicado, chateados com a eliminação, mas temos condição de sair desse clássico com uma vitória", disse Gustavo Scarpa, que foi convocado para os amistosos da Seleção Olímpica.

A dúvida de Eduardo Baptista é se poderá contar com Fred. O camisa 9 jogou no sacrifício contra o Palmeiras e pode ter agravado sua lesão. É difícil que o centroavante entre em campo contra o Vasco, mas não é impossível. Caso não jogue, Magno Alves e Wellington Paulista disputam a vaga.

"Ainda vamos esperar. Sabemos que é difícil porque ele foi além do limite, mas jogador desse nível temos que esperar. Se conseguirmos nas mesmas condições (do jogo contra o Palmeiras), acho que vale a pena. Se não tiver risco, vamos escalar. O que ele fez, poucos atletas fizeram. Foi o Fred homem, atleta. Com tudo que já ganhou, quem estava lá dentro viu a dor que sentiu. Vou deixar ele à vontade", disse Eduardo Baptista.