O mundo do futebol vai parar. De um lado a camisa mais vitoriosa do esporte. Do outro, a raça e a vontade portenha, opostos nesta terceira rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo Rússia 2018. Contando com a volta de Neymar, o Brasil tem outro fator que pode ajudar e muito no duelo. O treinador Dunga nunca perdeu para a Argentina, isso contando apenas as seleções principais.

Seja como jogador ou como técnico, Dunga tem pode dizer que nunca se viu derrotado. Até o momento, apenas pela seleção olímpica, em que o treinador se viu derrotado. Na semifinal das Olimpíadas de Pequim, em 2008, a jovem Argentina, de Messi e Aguero, bateram o Brasil, de Pato e Ronaldinho Gaúcho. Naquela ocasião, a seleção ficou com o bronze e até hoje não conta com a medalha de ouro, a única conquista restante ao time canarinho.

Conhecido por ser um volante de marcação forte, e até ríspida, Dunga também tinha suas vezes de atacante, ao chutar forte de direita. Mas sua liderança e seu comando dentro de campo, que elevaram seu patamar dentro da CBF. Ainda como atleta, o gaúcho levantou a taça da Copa do Mundo de 1994, batendo pênalti na grande final. Já em 98, novamente foi decisivo para o time chegar na segunda final seguida, mas não impedindo a derrota para a França. Esse foi seu último mundial, já que 2002 não foi chamado por Felipão.

Essa raça e vontade sempre foi a demonstração de amor pela Seleção. Sem perder pela Principal com a camisa amarela, dominou os hermanos. E após a problemática campanha em 2006, Dunga foi chamado para resgatar o tradicionalismo nacional. E o começo foi sensacional, se impondo contra a Argentina, em Londres, em show de Kaká, num golaço no seu melhor estilo. Os resultados seguiam muito bom, mas o retrospecto ante os portenhos se mantinha perfeito. Na Copa América de 2007, um chocolate de 3 a 0, mesmo com equipe reserva.

Só que o rsultado definitivo viria nas Eliminatórias para a Copa de 2010. Jogando no acanhado estádio de Rosário, a Seleção não tomou conhecimento e aplicou um sonoro 3 a 1, com ótima atuação de Luís Fabiano. A vitória sobre a equipe de Maradona foi a mais expressiva na primeira passagem. O problema é que durante a Copa do Mundo da África do Sul, o time nacional não repetiu a mesma postura.

A segunda passagem

Novamente chamado após o histórico fiasco brasileiro no Mundial em sua casa, Dunga substituiu Felipão, mesmo com outros treinadores em melhor forma, como Tite e Marcelo Oliveira. Logo de cara, a estreia foi no SuperClássico das Américas, em Pequim. Com Messi perdendo pênalti e Diego Tardelli de carrasco, o Brasil, na nova Era Dunga, começou com o pé direito e venceu o maior rival.

A sequência do treinador, apenas contra a Argentina, é animadora. Sempre criando um clima especial, querendo o máximo de seus jogadores, o comandante nacional quer seguir se impondo frente ao maior rival.

O problema é que, tanto Dunga, quanto Tata Martino, comandante portenho, passam por momentos conturbados. A busca por resultados é grande e recentemente ambos não conseguiram muita coisa. Na Copa América realizada no Chile, o Brasil foi novamente eliminado nas cobranças de pênaltis, enquanto a Argentina foi vice de novo, para a seleção local.

O péssimo início hermano coloca Martino na corda bamba, podendo ser demitido em caso de maus resultados nos dois jogos restantes nesse ano. Já Dunga é contestado e vive instabilidade na mesma proporção em que a CBF é pressionada por mudanças.

Tite surge como substituto e tudo passará por esses dois últimos jogos em 2015. Nessas Eliminatórias para a Copa da Rússia 2018, o Brasil é o quinto com uma derrota e uma vitória. Já o time de Buenos Aires tem uma derrota em casa para o Equador, logo na estreia, e um empate contra o Paraguai.

Sem Messi, Aguero e Tevez, as chances de uma vitória canarinha aumenta, mas vai depender da atitude que a equipe de Dunga terá em campo, num Monumental de Ñunez lotado e pulsante.