Nesta segunda-feira (16), a coletiva de imprensa da Seleção Brasileira foi concedida antes do treinamento no Estádio de Pituaçu, em Salvador. O lateral-direito Daniel Alves garantiu um time ofensivo contra o Peru, diferente do que se viu contra a Argentina, na rodada passada das Eliminatórias. “Vamos tomar a iniciativa do jogo desde o primeiro momento, não ser tão espectadores. Cabe a gente ter a percepção e a leitura do jogo pra gente competir e não perder um tempo como na Argentina”, comentou.

O jogador do Barcelona fez questão de relembrar o embate com os argentinos. Admitiu que almejava a vitória, mas saiu satisfeito com o empate em 1 a 1. “Ganhar sempre é fundamental e imprescindível. É evidente que as coisas não fluem como se planeja. Um ponto, dada as circunstâncias, foi positivo. A gente saiu contente mais com a entrega, com a luta e com a dedicação do que com o jogo no contexto geral”, disse.

O defensor ressaltou sua felicidade pelo retorno à Bahia, estado onde nasceu. “É uma honra estar aqui, de volta à Bahia, que tantas alegrias me deu. Espero que essa entrega dos torcedores, que já esgotaram os ingressos, seja traduzida dentro de campo com uma grande apresentação", declarou.

Em relação à situação do Esporte Clube Bahia, clube que o revelou para o futebol e que ficou pelo caminho na luta pelo acesso à Série A, o lateral falou brevemente. “Eu não posso opinar do que não vivo. Só vejo de longe o que acontece por aqui. Acompanho por resultados. Só sinto muito o fato de que o Bahia não subiu. Espero que no ano que vem possa voltar para o lugar que as pessoas e a história merecem”, afirmou,

Perguntado sobre a filosofia de jogo do técnico Dunga, o atleta foi enfático. "Não acredito que Dunga seja um treinador resultadista. A ideia dele é unir bons resultados e boas atuações”, opinou.

E pediu paciência aos críticos. "Não temos que colocar prazos. Temos que tentar que as ideias, as filosofias de trabalho que são implantadas, sejam assimiladas o máximo possível. Faz com que a gente dê um passo à frente e melhore. Hoje não há uma facilidade tão grande como antigamente. Cabe a gente tentar construir uma partida equilibrada jogo após jogo. As pessoas pedem respeito pela história da Seleção. Respeito se conquista a cada jogo”, avaliou. “Nosso país é muito crítico e pouco paciente. Acredito que se as coisas remassem no mesmo lado, ficaria mais fácil. Hoje, aqui no Brasil, as pessoas só veem o problema, não veem a solução. A gente quer crescer, a gente quer melhorar. E quanto mais informações em prol, será melhor”, concluiu

Para Dani Alves, os jogadores da Canarinho são referências tanto pelo que fazem nos gramados quanto pelo extracampo. “Em um grupo sempre é necessário ter referências. Acredito que todos podem ser líderes e apontar coisas mais além do futebol. Com o tempo que a gente tem aqui e com a experiência que a gente tem no futebol, não só na Seleção Brasileira, mas como nos clubes também, a gente adquire um pouco. Há outros jogadores experientes, como Kaká e Neymar, que apesar da idade, é maduro. Precisa ter os líderes futebolísticos e os líderes em outros aspectos. A galera tem oportunidade para opinar. Quanto mais opiniões tiver, mais a gente poderá crescer como profissional e como pessoa”, assegurou.

Por fim, ele comentou suas atuações no Barça e na Seleção. Para ele, a filosofia de cada equipe pesa no seu desempenho. “Eu não posso jogar aqui na Seleção como jogo no Barça. Aqui tem uma filosofia que não tenho lá. Tenho que jogar dentro do que me pede o treinador. A gente tem que se reinventar a cada dia. Penso que tenho que mostrar meu valor a cada dia. Não acho que não tenho que aprender só porque já ganhei muita coisa. Não quero ser medíocre”, encerrou.

Brasil e Peru medirão forças na Arena Fonte Nova na terça-feira (17), às 22h (de Brasília). O compromisso vale pela quarta rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018.