Faltando apenas quatro rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, vencer um clássico pode ser importante para a moral, mas no caso de Avaí e Joinville, o jogo na Ressacada é de vida ou morte. Na luta contra o rebaixamento, uma derrota para um rival direto com tão pouco tempo para se recuperar, pode ser fatal.

No primeiro turno, o JEC venceu em casa por 2 a 0, gols de Jéci (contra) e Guti. No outro confronto no ano, pelo Campeonato Catarinense, o jogo terminou empatado em 2 a 2, também na Arena Joinville. Nos últimos seis jogos na Ressacada, o Avaí só venceu um, empatou outro e perdeu quatro. No total de confrontos, são 59 vitórias do Leão, 51 empates e 83 triunfos do Joinville.

Raul Cabral faz mistério e espera time com mais posse de bola

Após 11 dias da última partida, a derrota por 2 a 1 para o Atlético-PR, o Avaí voltará à campo sem Gilson Kleina, demitido após um acordo com a diretoria avaiana. Também sem Marquinhos, que já havia sido desfalque na partida em Curitiba, e passou por uma cirurgia no joelho. Em 16º, com 35 pontos e sem vencer a sete rodadas, o time precisará de uma reviravolta na trajetória para se manter fora da zona de rebaixamento.

Devido a importância da partida, o clube resolveu fazer mais uma promoção de ingressos, para atrair ainda mais pessoas à Ressacada. Por R$30, cada torcedor pode adquirir dois ingressos. O Avaí tem média de público de 8.609 torcedores por jogo, a 17ª do Brasileiro.

O novo técnico Raul Cabral, que era um dos auxiliares de Gilson Kleina, fechou os treinamentos durante a semana, e deixou várias dúvidas em relação ao time titular.

"Ainda não está definido. Treinamos três maneiras, três formas e vai ser definido o que acharmos melhor. Os atletas vão definir a partida. As estratégias que a gente treina não precisamos mostrar. Tenho dúvidas no meio e no ataque. Temos um grupo qualificado, um grupo grande e gera dúvida a uma ou outra peça. Temos que buscar o melhor encaixe dentro disso", disse.

Além de Marquinhos, o Avaí terá os defalques do atacante William, que ainda se recupera de lesão, do zagueiro Jubal, suspenso pelo terceiro cartão amarelo e do volante Renan, que será julgado hoje pelo STJD por doping.

O treinador elogiou o trabalho de seu antecessor, mas espera implanar um jogo em que o time valorize mais a posse de bola. "Não partimos do zero. O Kleina fazia um bom trabalho e oscilamos. Tem que tirar o que vinha sendo feito de melhor e fazer diferente dos erros. Eu tenho uma ideia de jogo que valoriza mais a posse de bola. Jogávamos mais em transição. Para equipes do porte de Avaí e Joinville isso é muito utilizado e temos que usar também, mas com um pouco mais de posse de bola", explicou Raul Cabral.

Raul Cabral tem dúvidas no meio e no ataque, mas espera time dominando a posse de bola (Foto: André Palma Ribeiro/Avaí FC)

JEC precisa quebrar sina fora de casa para vencer "guerra" na Ressacada

O empate em 0 a 0 contra o Santos, em casa, na última rodada, poderia ser um resultado importante não fosse o desespero do Joinville. Com 31 pontos, a equipe caiu para a lanterna do Brasileiro, e, uma derrota em Florianópolis, praticamente sepulta as chances da equipe de se manter na Série A.

Para vencer na Ressacada, o Joinville vai precisar quebrar um tabu, mas também conta com números favoráveis. Sob o comando de PC Gusmão, o time não ganhou nenhuma partida das 10 partidas fora de casa e tem o pior rendimento longe de casa no Brasileiro ao lado do Santos: uma vitória, três empates e 13 derrotas. Além disso, perdeu os últimos cinco jogos fora da Arena e não marcaram nenhum gol nos últimos seis.

Por outro lado, a única vitória do Joinville longe de casa no Brasileirão foi em Florianópolis: 2 a 0 sobre o Figueirense, em 8 de julho. E, contra o Avaí, o retrospecto recente na Ressacada é favorável: venceu quatro dos últimos cinco jogos, e empatou o outro. Em outubro de 2014, na última visita à casa avaiana, vitória por 3 a 0, quando as duas equipes lutavam pelo título da Série B.

O treinador PC Gusmão classificou o jogo como "guerra" e espera repetir o resultado de sua estreia contra o mesmo adversário desta quarta-feira (18). "Uma vitória nos possibilita caminhar melhor, ainda que não saibamos os resultados dos rivais que estão próximos. Se aumentar a diferença, a chance vai diminuir, mas não acaba, ainda que venha ser bem reduzida. Por isso é guerra. É um clássico, e clássico sempre é guerra. Já havia sido na minha estreia (na 16ª rodada, o triunfo por 2 a 0 sobre o Avaí) e agora será novamente. O momento é diferente, do Avaí brigando para não entrar no Z-4 e nós para tentar sair dele. É assim que estamos encarando", afirmou.

Com poucas informações do rival, pela troca de técnico, PC também não confirmou o time que entrará em campo. "Trabalhamos com os números, com avaliação deles no dia a dia da intensidade no trabalho. Todos os atletas trabalham em alto nível, em 100%. Formamos a equipe com o objetivo de vencer. Vamos procurar fazer o nosso jogo dentro do que trabalhamos no treino e nas observações. Como não saiu nada de lá, se eles vão jogar com A, B ou C, estudamos os jogos anteriores. Mas como se trata de um novo treinador, não sabemos o que o vão fazer. Jogaremos dentro do que trabalharemos, vamos com que está melhor e dentro do que fizemos", explicou.

Para a partida na capital catarinense, o JEC não terá a disposição o lateral-esquerdo Rogério, que cumpre suspensão por cartão vermelho. O zagueiro Bruno Aguiar, o meia William Popp e os atacantes Marion e Ricardo Bueno se recuperam de lesão. Além deles, os laterais Joãozinho e Héracles e o volante Renato já desfalcam a equipe a mais tempo, e podem nem voltar a atuar nesse ano.