A temporada de 2015 tem sido muito especial para Palmeiras e Santos. Além da final do Campeonato Paulista, os dois tradicionais rivais decidirão, a partir desta quarta-feira (25), o título da Copa do Brasil que coroará o grande campeão com uma vaga direta para a Copa Libertadores do próximo ano.

Mas, para o Verdão, a tão sonhada chance de disputar novamente uma das maiores competições esportivas do continente poderia ter ido por água abaixo. Caso a equipe estivesse hoje na segunda divisão do futebol nacional, muito provavelmente não receberia o grande aporte de investimentos que levou o clube a disputar duas finalíssimas de importantes competições.

A terceira queda na história quase aconteceu, mas mesmo após a fraca campanha no Campeonato Brasileiro de 2014, o Alviverde se salvou com míseros 40 pontos. Para se ter uma ideia do feito, em torneios anteriores, times que tiveram essa pontuação acabaram rebaixados.

Entretanto, o time de Palestra Itália, com o recém inaugurado Allianz Parque e com a torcida abraçando a causa pelo não descenso, não teria conseguido alcançar esse objetivo sozinho, caso um rival não ajudasse. E justamente ele, o Alvinegro praiano, que duela por títulos com a própria equipe paulistana, foi quem contibuiu para a permanência verde e branca na elite nacional.

Mesmo apreensiva, a torcida alviverde nunca deixou de acreditar (Foto: Friedemann Vogel/Getty Images)

Foi muito sofrido. Os torcedores alviverdes se recordam até hoje daquele momento angustiante em que assistir o time de coração em campo não foi suficiente, mas sim acompanhar Santos e Vitória, que também brigava para continuar na série A, a cada lance, a cada chute, até o apito final.

O empate em 0 a 0 que persistia no Barradão, já ajudava o clube fundado pelo colônia italiana, mas havia o risco dos baianos abrirem o placar e não haveria mais qualquer esperança. Eram jogados os 49 minutos da segunda etapa. Nesse momento, os palmeirenses já tinham finalizado a torcida contra o Atlético-PR, após 1 a 1 em casa, e agora voltavam suas atenções para o Nordeste do país.

A união do elenco alviverde prevaleceu no confronto diante do Atlético-PR (Fofo: Friedemann Vogel/Getty Images)

E, por um instante, o tempo pareceu congelar no passe de Caju para Thiago Ribeiro, e só voltou a andar com a bola morrendo na rede após belo chute de chapa do atacante santista. Imediatamente a torcida rubro negra começou a abandonar o estádio e exatamente naquele hora, o Palmeiras estava salvo.

É difícil imaginar como seria o ano de 2015, mas mesmo com uma grande arena, se o rebaixamento acontecesse, com toda certeza a equipe do Verdão não receberia tantos investimentos e nomes como Dudu, Arouca e Lucas Barrios, além de outros importantes atletas que contribuíram para que o time estivesse em mais essa final.

Agora, na Vila Belmiro, às 22h (horário de Brasília), se inicia uma outra grande batalha, com os rivais frente à frente, e somente no dia 2 de dezembro será possível saber se o final será feliz para os palmeirenses, assim como àquele final de ano em 2014.

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Sobre o autor
Mateus Sacoman
Historiador e mestre pela Unesp, psicopedagogo, articulista literário e esportivo.