Neste domingo (8), às 16h, Ricardo Gomes pode conseguir levantar a taça no Maracanã pela primeira vez como treinador. Para isso, precisa de uma vitória de, no mínimo, dois gols de diferença em cima do seu ex-clube. Mesmo que não consiga colocar mais um título no currículo, não deixa de ser vitorioso e reconhecido por sua história.

O ano de 2011 foi marcante na história do treinador, que ganhou seu primeiro título de nível nacional como treinador, a Copa do Brasil, com o Vasco. Já em agosto durante um jogo contra o Flamengo, sofreu um AVC na beira do campo que o deixou afastado da função de técnico por bastante tempo. 

Seu maior confronto durou cerca de quatro anos, contra as sequelas do AVC hemorrágico, mas após muita luta conseguiu se sair vitorioso. Logo que apareceu a oportunidade, voltou para o mundo da bola: primeiro como diretor técnico do Vasco em 2012, e no ano seguinte, como diretor técnico de futebol. Porém, sua verdadeira paixão era estar na beira do campo e o ano de 2014 focou mais ainda na sua recuperação.

O Glorioso mostrou-se interessado no treinador e não hesitou em contratá-lo para a campanha da Série B, a qual foi campeão. Hoje, continua no Alvinegro, mesmo com um elenco limitado só perdeu dois jogos em todo campeonato, levando a equipe para a final do Carioca 2016.

Desde sua recuperação, mesmo comandando o Botafogo, mantém uma forte identificação com o cruzmaltino. Em fevereiro foi a primeira vez que enfrentou o Vasco, após o apito final a torcida adversária gritou o nome do treinador que acenou emocionado. O técnico Jorginho é um grande amigo de Ricardo Gomes e não poupou os elogios: 
 
"O Vasco com certeza é muito grato pelo trabalho que o Ricardo Gomes fez aqui. É realmente um gentleman, um líder nato. Nós oramos muito para que ele pudesse se recuperar. É maravilhoso olhar para o campo e poder ver o Ricardo ali, trabalhando. Ele tem muitas alegrias a dar".
 
Ex-auxiliar de Ricardo Gomes nos tempos de Vasco, Cristóvão Borges afirmou que o técnico está mais ''relaxado'' após o acidente vascular: ''Ele é bem concentrado naquilo que faz. Mas, no trato diário, é uma pessoa muito próxima e perfeccionista. E essa característica traz muito sofrimento. Eu nunca perguntei para ele, mas eu percebo que ele está mais relaxado diante da vida.''  
 
Por isso, o clássico de hoje acima da rivalidade é marcado pelo respeito e também pela expectativa do técnico, que mostra confiança e acredita que a conquista do título seria um desfecho do trabalho bem feito durante o ano.
 
"É por isso que a gente está aqui. Isso é o melhor do futebol. Apesar da desvantagem, aconteceu contra o Fluminense, conseguimos reverter, e estou esperançoso para domingo também. Passei por um acidente, Botafogo me abriu as portas, conseguimos essa recuperação em relação à Série A e agora brigando por um título. Hoje não penso mais no acidente, penso na evolução. Ainda bem que tenho um time que corresponde à expectativa".