Um atacante de 19 anos cobiçado por clubes europeus e um goleiro ídolo do seu time que vive sua primeira chance na seleção. Gabriel Jesus e Fernando Prass, ataque e defesa, juventude e experiência. Convocados para a seleção olímpica. Nesta quarta-feira (29), em entrevista coletiva no centro de treinamento do Palmeiras, ambos comentaram a convocação para defender o Brasil na Olimpíada.

O goleiro Fernando Prass comentou a sua primeira convocação para a seleção brasileira, aos 37 anos: “Quando você é jovem que nem o Gabriel, além de ter talento, é mais fácil. Com uma idade mais avançada as coisas ficam mais restritas. Há um pouco de preconceito, por que dão muito importância aos números, mas as vezes a idade engana”, comentou.

Estou me sentindo muito bem, tanto fisicamente como mentalmente. Estou como se fosse um menino que nem o Gabriel”, completou Prass.

A convocação de Gabriel Jesus, diferente do goleiro alviverde, já era esperada. Com 16 gols na temporada, marca que iguala o artilheiro do ano em 2015, o garoto vive um grande momento dentro do Verdão.

Gabriel afirmou estar muito contente com a convocação, porém, não realizado: “Só ficarei realizado se vier a conquista do outro”, disse Jesus.

A grande fase de Gabriel chamou a atenção de grandes clubes europeus, como o Barcelona. E a Olimpíada com certeza será uma vitrine ainda maior para os clubes de fora observarem o jogador. Questionado sobre isso, o atacante disse estar focado no Palmeiras.

Enquanto eu estiver vestindo essa camisa só estarei com o pensamento aqui. Só penso em jogar bola”, afirmou o jogador de 19 anos.

Gabriel Jesus ainda foi perguntando sobre sua futura parceria com Neymar na seleção: “Só o conheço no videogame. Vou conhecer lá. Tudo indica que a gente vai se dar bem, dentro e fora de campo. Deve ser uma pessoa baca de se trabalhar. Tomara que a gente dê muito certo dentro de campo”.

Semelhanças e diferenças contrastam essa dupla convocação palmeirense. Para Prass, “são situações parecidas, mas, se for entrar na vida de cada um, são diferentes mesmo. Eu, com quase 38 anos, tenho objetivos em comum com o Gabriel, mas outros totalmente diferentes.  Ele sonha em fazer sucesso lá fora, assim como todos os jovens jogadores que estão começando a carreira,  e eu não tenho mais essa ambição. Eu quero fazer uma história bonita no Palmeiras e vincular a minha imagem ao clube. E quando eu parar de jogar, as pessoas falarem: ‘É o Prass, goleiro do Palmeiras’”.

Ainda nesse assunto, o goleiro alviverde mostra não se dar por satisfeito em relação ao seu auge na carreira: “Acho que ainda está chegando. Muito embora a seleção seja o ápice, ainda tem a principal e as conquistas. Graças a Deus com 37 anos ainda estou crescendo na carreira".

Sendo o jogador mais velho na seleção, a responsabilidade de liderar a equipe dentro e fora de campo já ronda o goleiro. Micale, ainda hoje, afirmou que Prass tem o perfil ideal que a seleção quer para daqui pra frente.

Em termos de liderança, é difícil falar até porque é um grupo que eu não conheço. Quando se forma um grupo muito em cima da hora, tem de entender a característica de cada um, ver aonde se encaixa e como as coisas funcionam. A questão da liderança sai ao natural, mas lógico que se espera uma postura diferente de um jogador mais velho. Tomara que eu passe algo para eles, mas o grupo é feito de trocas. Não só eu passarei como eles também”.

Para Prass, a questão do Brasil nunca ter ganho o ouro não o incomoda: “Acho que pra mim não muda muito, a minha responsabilidade e jeito que eu ia encarar seria o mesmo se tivesse ganhado. Depende de nós, não precisamos carregar pesos de outras pessoas, assim como não carregamos as glórias. Cada um escreve sua história”.

Por último, a dupla foi questionada diante de uma possível hipótese. Final da Olimpíada, disputa de pênaltis, quem iria bater, Fernando Prass ou Gabriel? O goleiro logo de cara respondeu: “bate o Neymar”.