No dia 30 de setembro de 2007, as meninas da seleção brasileira caíram diante da Alemanha na grande final da Copa do Mundo de Futebol Feminino. Devastadas após a derrota por 2 a 0, as jogadoras, com lágrimas nos olhos, pediram em um protesto silencioso: “Brasil, precisamos de apoio”. Quase nove anos depois, o apelo desesperado continua sendo ignorado.

Em 2007, as jogadoras tinham receio que o vice-campeonato na Copa do Mundo mantivesse o futebol feminino esquecido no país. Sim, mantivesse-o esquecido, já que grande parte dos amantes do esporte sequer sabia delas. O mesmo grupo havia conquistado, poucos anos antes, a medalha de prata em Atenas e nada foi feito.

Desde então, a CBF se coloca como “salvadora” do futebol feminino, alegando que faz investimentos e colocando as declarações das atletas sob dúvida e questionamentos. Há um ano foi prometido que as jogadoras que se dedicassem à seleção permanente teriam inúmeros benefícios, carteira e contrato assinados, mas até hoje isso não aconteceu.

Aqueles que comandam a seleção dizem que o cenário atual é o melhor possível e que o time atual é ‘top internacional’, mas onde está todo investimento prometido? Onde está o ótimo campeonato nacional que incentiva grandes nomes a quererem jogar aqui? E as condições de trabalho que conquistam novas jogadoras, a base promissora? Nós não temos nada disso.

Enquanto outros países investem nos campeonatos, times e na divulgação de suas equipes, no Brasil ainda enfrentamos, em diversos pontos, as mesmas barreiras de 2007. Desde então, Marta ganhou mais quatro prêmios de Melhor Jogadora do Mundo – ela já tinha um conquistado em 2006 –, a seleção conquistou títulos, diversas jogadoras foram reveladas e ainda assim o esporte não ganha a visibilidade que merece.

Até quando nossas jogadoras precisarão recorrer a clubes chineses, noruegueses ou norte-americanos para encontrar a estabilidade que não conseguem jogando no Brasil? Quantos pedidos de socorro o futebol feminino precisará implorar até que o mínimo seja investido no esporte brasileiro?

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