A Seleção Brasileira de futebol feminino tem bons valores e personagens históricos, que garantiram destaque pela superação e por ter conquistado feitos históricos, tanto no Pan-Americano como na Olimpíada. Dentro de casa, no Rio de Janeiro, diante do torcedor, fica ainda mais necessária a busca pela inédita medalha de ouro.

Uma das atletas da nova geração é a atacante Bia Zaneratto. Com início na Ferroviária, a jogadora se transferiu para a Coreia do Sul e espera, com a experiência internacional, almeja o feito histórico da primeira medalha de ouro na modalidade.

Trajetória na carreira

O futebol faz parte da vida de Bia Zaneratto desde o começo da adolescência. Desde os 13 anos, a atacante faz parte do elenco da Ferroviária e, consequentemente, na Seleção Brasileira. Entre 2007 e 2009 atuou na equipe de Araraquara. Em 2010 atuou no Santos, no ano seguinte jogou no Bangu e em 2012 no Vitória das Tabocas-PE. Entretanto, em 2013, veio a primeira, única e atual experiência internacional, o Hyundai Steel Red Angels, da Coreia do Sul.

Em entrevista concedida no começo deste ano, Bia falou da dificuldade no início da carreira, onde jogava com os garotos para poder fazer o que mais gostava. Apesar do preconceito e da desconfiança inicial, a atacante não desistiu e conseguiu o objetivo: atuar em um clube e se estruturar no futebol e defender a seleção de seu país.

"Eu sempre gostei muito de futebol desde pequena. Já nasci com isso. Com sete anos já jogava campeonatos na escolinha de Araraquara, jogava no meio dos meninos. Com 13 anos fui para a Ferroviária e com 13 anos já estava na Seleção Sub-17. Meu objetivo agora é conquistar a Olimpíada. Falar que não existiu preconceito é mentira, mas acho que passei por uma fase mais tranquila do que as meninas mais antigas. No início, os meninos ajudaram bastante porque eu não tinha como jogar com meninas, então o fato de eu ter eles para jogar foi o que me levou para a Seleção hoje", disse.

Na mesma entrevista, Bia Zaneratto comentou também sobre a adaptação na Coreia do Sul e no futebol asiático. "No começo foi um pouco difícil. Estou lá há três anos e tenho contrato por mais dois anos. Foi uma situação bacana, o país é muito acolhedor, que eu não esperava como seria. Era tudo muito novo no começo. Mas o país me acolheu bem, as meninas do time mais ainda. Desde que cheguei lá fomos tricampeãs. A gente vê o reconhecimento", concluiu.

Expectativa para a Olimpíada

O técnico Oswaldo Alvarez convocou Debinha, Raquel, Andressa Alves e Cristiane como atacantes. A mescla entre experiência e juventude serve como uma passagem de bastão. Os mais experientes praticamente encerram as atuações pela seleção de forma histórica e exibem o desempenho das revelações para os torneios a serem disputados à frente (principalmente Pan-Americano e Copa do Mundo).

Ao lado de atletas importantes e fundamentais dentro e fora dos gramados, Bia Zaneratto tenta a medalha de ouro em terras brasileiras. Em uma fase histórica, a conquista seria a glória e a superação de todas as adversidades, festejadas junto com a nação.

Ficha técnica

Nome: Beatriz Zaneratto João

Idade: 22 anos (17 de dezembro de 1993)

Local de nascimento: Araraquara/SP

Posição: Atacante

Altura: 1,76 m

Clubes: Ferroviária-SP, Santos, Bangu, Vitória das Tabocas-PE e Hyundai Steel Red Angels-COR

Principais conquistas: Prata Jogos Pan-Americanos Guadalajara 2011, Bicampeã Sul-Americana Sub-17 (2008 e 2010), Campeã Sul-Americana Sub-20 (2010), Tricampeã da Liga Sul-Americana (2013, 2014 e 2015)