O Brasil chega à mais uma final olímpica. É a quarta decisão em toda história, igualando a marca de outras seleções: Hungria, Argentina e Iugoslávia. O adversário da vez é a Alemanha, dois anos depois da goleada sofrida no Mineirão, o Brasil volta a enfrenta-los, mas desta vez no Maracanã.

Nessa Olimpíada, a Seleção Brasileira começou de forma desanimadora, com dois empates contra equipes fracas: África do Sul e Iraque. O que gerou uma série de críticas a respeito do desempenho que era apresentado. Contudo, na terceira partida, contra a Dinamarca, venceram por 4 a 0 e convenceram a torcida de que aquele time poderia brigar pelo ouro.

Contra a Alemanha, o Brasil tentará pela quarta vez se sagrar campeão do torneio, nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, chegamos também a final, mas perdemos para o México por 2 a 0. O time comandado por Mano Menezes era amplamente favorito. Continha em seu elenco jogadores como Neymar, Oscar, Leandro Damião e Alexandre Pato, que estavam em ótima fase, mas ainda assim batemos na trave novamente.

(Foto: Julian Finney/Getty Images)

A primeira decisão do Brasil, foi em Los Angeles 1984. O time era formado, praticamente, por jogadores do Internacional de Porto Alegre, e na época não existia restrição de idade, mas existia restrição de jogadores profissionais. Então foram chamados 11 atletas do Inter e os outros vieram do Flamengo, Corinthians, Ponte Preta (2), Santos e Aimoré. Dessa geração foram revelados Mauro Galvão, Gilmar Rinaldi, Dunga, Winck e Milton Cruz. Perderam a final para a França por 2 a 0.

Na Olimpíada seguinte, Seul 1988, o Brasil de Bebeto, Romário, Jorginho e Taffarel, que viriam a conquistar o tetracampeonato mundial em 1994, foi vice para a União Soviética. Os Canarinhos voltariam a decepcionar em Altanta 1996, quando ficaram com o bronze

(Foto: Bob Thomas/Getty Images)

Talvez fosse a melhor geração que já levamos à Olimpíada. Zagallo, técnico na ocasião, convocou um time fenomenal, e já com restrição de idade, chamou Bebeto, Aldair e Rivaldo dos jogadores acima dos 23 anos. O elenco ainda contava com Roberto Carlos, Dida e Ronaldo Fenômeno. Chegamos à semifinal contra a pequena Nigéria, que já havíamos os derrotados na fase de grupos. O Brasil vencia por 3 a 1 e faltando 12 minutos para acabar a partida cedeu o empate indo para a prorrogação. Na época, tinha o chamado “gol de ouro”, explicando melhor: a partida acabaria assim que saísse o primeiro gol na prorrogação, sem dar chance ao adversário de empatar. E foi o que a Nigéria fez. Kanu chutou de fora da área e Dida aceitou. Zagallo diz que essa foi a pior derrota de sua carreira.

Diferente das outras seleções citadas como maiores finalistas, o Brasil jamais conquistou uma medalha, como podemos ver. A Hungria, líder do ranking de medalhas, venceu três das quatros finais. A primeira conquista veio em 1952, com a melhor geração húngara da história, que tinha Púskas, Kocsis e Hidegkuti. Foram para a final contra a Iugoslávia e os derrotaram por 2 a 0. Aquela seleção ainda seria vice-campeã do mundo para o Brasil em 1954.

Nos Jogos de Tóquio 1964, voltaram a uma final e venceram a Tchecoslováquia por 2 a 1, sagrando-se bicampeã e quatro anos mais tarde conquistaria o tri em cima da Bulgária, com um placar elástico de 4 a 1. Na edição seguinte, em Munique 1972, avançaram novamente à final, mas dessa vez foram derrotados pela Polônia por 2 a 1.

A Iugoslávia, sexta no ranking, venceu somente uma dessas quatro finais. A primeira decisão foi contra a Suécia, em Londres 1942, e perderam de 3 a 1. E nas duas outras edições seguintes também chegaram à final, mas bateram na trave para a poderosa Hungria de Puskas e cia e União Soviética, respectivamente.

Na quarta final consecutiva, em Roma 1960, enfrentaram a Dinamarca, mas dessa vez conseguiram o único e inédito ouro da sua história os batendo por 3 a 1.

E por último, a Argentina. Os Hermanos ocupam a terceira colocação no quadro de medalhas no futebol olímpico. A Albiceleste é bicampeã do torneio de verão. A primeira vez que chegaram a uma final, deram de cara com outro sul-americano, o Uruguai. Aquela edição de 1928 realizada em Amsterdã, foi a primeira final entre dois países latino-americanos, onde os uruguaios venceram os argentinos por 2 a 1, sendo que a partida foi para a prorrogação.

Em Atlanta 1996, no mesmo ano que a melhor geração olímpica do futebol brasileiro perdeu de uma incrível virada para a Nigéria, os argentinos também sentiram o gosto de amargurar a derrota para a seleção africana por 3 a 2. Oito anos à frente, o primeiro ouro em Atenas 2004.

Aquela conquista simbolizou muito mais que o primeiro ouro no futebol olímpico para o país, mas também a primeira medalha de ouro para o país depois de 52 anos. Até então, a última havia sido em Helsinque, nos Jogos de 1952, no remo. Foi uma campanha perfeita até a final, seis jogos com seis vitórias, 17 gols marcados e tendo Tevez como artilheiro da competição com oito gols, o último na decisão, vitória por 1 a 0 sobre o Paraguai.

Em Pequim 2008, foram a sua segunda final consecutiva. Enfrentaram a Nigéria, o algoz de Atlanta. Na época, a Argentina tinha um time invejável com Riquelme, Messi, Di Maria, Lavezzi, Agüero e Mascherano. Enfrentaram a Holanda nas quartas e derrotaram o Brasil na semifinal por 3 a 0, dois do jovem Agüero e um de Riquelme (pênalti). Os nigerianos até tentaram repetir o feito de 12 anos antes, criaram boas chances, mas não foram capazes de segurar o bom ataque argentino. O gol da vitória magra por 1 a 0 saiu apenas no segundo tempo com Di Maria após belo passe de Messi, logo aos 13 minutos da etapa final.

(Foto: AFP/Getty Images)
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