Tite segue com 100% de aproveitamento no comando da Seleção Brasileira. A goleada de 5 a 0 sobre a Bolívia nesta quinta-feira (6), na Arena das Dunas, em Natal, animou o técnico. Ele enalteceu o empenho e o comprometimento tático dos jogadores na maiúscula vitória em território potiguar. O Brasil segue na vice-liderança das Eliminatórias Sul-Americanas, agora com 18 pontos, na cola do líder Uruguai, que soma 19.

Ainda que o adversário fosse frágil, o foco do plantel não ficou comprometido, disse o treinador. "A equipe teve muita maturidade. Por mais existisse clima de 'já ganhou', ele tinha que ficar lá fora. Não pode ser nosso. Nós sabíamos das dificuldades que poderíamos enfrentar", atestou. "Projetamos em termos de estratégia que a Bolívia iria fazer pressão alta, como fez contra o Chile. Nós tínhamos o risco de perder a bola numa saída, mas também sabíamos que furando esse bloqueio inicial, a gente se utilizaria de Neymar, Gabriel (Jesus) e Coutinho, de jogadas rápidas e de triangulação para chegar na cara do gol", detalhou.

Em relação ao cartão amarelo que tirou Neymar do próximo jogo, contra a Venezuela, fora de casa, na terça-feira (11), Tite mostrou os dois lados da moeda. Atribuiu a punição dada pelo árbitro colombiano Wilson Lamouroux à sequência de faltas cometidas pelos jogadores bolivianos: "O cartão aconteceu por um número excessivo de faltas para o desequilibar emocionalmente. Eles provocaram a situação, não deixaram as jogadas fluírem. Falei para ele no intervalo. Vai jogar, vai para dentro, dá assistência". Por outro lado, admitiu uma parcela de culpa tanto de si próprio quanto do jogador: "Mas tem erro meu, e o processo de maturidade que ele vai ter ainda, que vai continuar".

Tite atribuiu o cartão amarelo recebido por Neymar à sequência de faltas cometidas pelos jogadores bolivianos

Sobre a ausência do camisa 10 no embate com a Vinotinto, Tite foi enfático. "É desumano colocar no Neymar a responsabilidade de que ele tem que resolver tudo", sublinhou. "A equipe tem que ser forte sem o Neymar. E quando tiver o Neymar, ele tem que ajudar a fortalecer a equipe", comentou.

O técnico admitiu, inclusive, que pensou em poupar Neymar contra a Bolívia, tendo em vista o esgotamento físico ao qual o atleta estava sujeito. Agora, pairam em sua mente duas dúvidas: o substituto de Neymar; e se Giuliano, com a consistente atuação desta quinta, continuará na vaga de Paulinho, que cumpriu suspensão nesta rodada e estará apto para jogar no próximo compromisso.