Grêmio e Internacional se uniram pela solidariedade nesta terça-feira (29). O acidente com o avião da Chapecoense foi um baque para o futebol brasileiro e a proximidade com o clube de Chapecó foi lembrada pelos dois maiores clubes do Rio Grande do Sul. Além disso, o Brasil de Pelotas, que passou por acidente em seu ônibus durante a pré-temporada de janeiro de 2009, mandou forças aos catarinenses pelo ocorrido. Na ocasião, a delegação xavante teve três óbitos: o preparador de goleiros Giovani Guimarães, o zagueiro Régis e o atacante uruguaio Claudio Milar.

O Grêmio deixou sua bandeira a meio mastro pela manhã, ao saber do acidente que vitimou, já confirmadas, 71 pessoas entre a delegação do clube catarinense, jornalistas e demais tripulantes do voo na Colômbia. O dirigente Nestor Hein também foi um dos primeiros a falar no pedido de adiamento da final da Copa do Brasil, que seria disputada nesta quarta-feira (30). O jogo fica para semana seguinte, conforme o Atlético-MG também havia solicitado pelo presidente Daniel Nepomuceno.

Para o Colorado, o jogo decisivo contra o Fluminense pelo Campeonato Brasileiro também foi adiado para o fim de semana seguinte, no dia 11 de dezembro. O Internacional se manifestou primeiramente no Twitter, ainda na madrugada de segunda para terça-feira. Pela tarde, deixou texto em homenagem a todos, em especial a cinco membros da Chapecoense que perderam suas vidas, mas estarão lembrados na história pelo Colorado. São eles o ex-jogador, ex-técnico e que atualmente era comentarista esportivo, Mário Sérgio, o volante Josimar, o técnico Caio Junior, o zagueiro Filipe Machado e o auxiliar de preparação física, Anderson Paixão, filho de um dos grandes nomes da preparação física no país, Paulo Paixão.

Mário Sérgio também foi lembrado pelo Grêmio, quando foi jogador da equipe no maior título do clube, em 1983. O Grêmio relembrou da passagem de Caio Júnior pelo clube como atleta e técnico, e dos jogadores Matheus Biteco, Denner e Willian Thiego, além de lembranças ao auxiliar Anderson Paixão.

O ex-goleiro gremista Jackson Follmann segue com vida na Colômbia. Precisou amputar a perna direita, mas se encontra em estado de saúde estável. Também com vida, o ex-lateral colorado Alan Ruschel passou por cirurgias delicadas, pois teve múltiplas fraturas.

Grêmio e Internacional são dois clubes muito cotados para auxiliar na recomposição do elenco da Chapecoense, através de jogadores da base e por empréstimo, em assunto para pensar adiante. Pelo chegar da noite, os estádios dos clubes porto-alegrenses ganharam tons de verde para homenagear à Chapecoense, à cidade de Chapecó e mostrar respeito e condolências às vítimas e familiares.

Divulgação
Arena do Grêmio
 Eduardo Deconto / Globo Esporte
Eduardo Deconto / Globo Esporte

A rivalidade Gre-Nal teria uma semana decisiva em jogos para Tricolor e Colorado, mas a solidariedade e condolências falaram mais alto. Houve o lamentável episódio do drone no final de semana, quando gremistas provocaram a torcida colorada pelas chances de rebaixamento e torcedores do Inter partiram para violência contra a suposta casa do agente da provocação. A violência, que já não era justificável, piorou por se tratar da casa errada e os moradores ficaram assustados com a depredação e o vandalismo à propriedade. Um comportamento que não combina com a grandeza dos clubes e que precisa ser urgentemente repensado, ainda mais quando, após a tragédia que abalou o futebol e a sociedade, todos vestiram verde na terça-feira. O respeito pelo adversário e pela vida precisa se sobressair, estar acima das intolerâncias.