Desde a fatídica madrugada do dia 29 de novembro, quando ocorreu o trágico acidente aéreo com a delegação da Chapecoense, o mundo passou a vestir a camisa do Verdão do Oeste. Todos os olhares e solidariedade se voltaram para a cidade de Chapecó/SC.

O Brasil acordava naquela terça-feira com a notícia da queda do avião em Medellín. Naquele momento, não haviam torcedores de times X ou Y. A camisa era verde. Verde de esperança. Esperança que, naquele momento, era que não acontecesse o pior. Mas, aconteceu.

As lágrimas do mundo eram uma só. Eram pelos 71 mortos. Eram pelos pais de família, pelos filhos, pelos netos, pelos amigos, sejam eles jogadores, integrantes da comissão técnica, jornalistas ou da tripulação daquele avião. Eram seres humanos que tinham sonhos.

Torcedores da Chapecoense não abandonaram a Arena Condá um minuto sequer após tragédia (Foto: Getty Images)

O sonho da Chapecoense era conquistar a Copa Sul-Americana. O Verdão do Oeste já havia conquistado o Brasil com seu futebol e carisma. Foram além. Conquistaram o mundo. O mundo que deu as mãos em corrente positiva para os amigos e familiares de vítimas. Todos unidos pelo verde da esperança.

União que transbordou nesta quarta-feira (30), no estádio Atanasio Girardot, em Medellín, palco do que seria a primeira partida entre Chapecoense e Atlético Nacional, pela final da Sul-Americana. No lugar da festa, as arquibancadas foram tomadas por lágrimas, cânticos de homenagens e velas. Mais de 52 mil torcedores fizeram uma comemoração à altura para os 71 mortos na tragédia.

Mais de 52 mil torcedores colombianos fizeram uma emocionante homenagem à Chapecoense (Foto: Getty Images)

Na mesma hora, outros corações batiam na Arena Condá, casa da Chapecoense. Os 7.526km não impediram que os laços brasileiros e colombianos se unissem. Nesta hora, já não existiam protocolos. Jornalistas foram aos prantos no meio das transmissões. Jogadores e ex-atletas da equipe catarinense desabaram no gramado, sob as orações vindas da arquibancada.

Obrigado, Chapecoense! Vocês mostraram que a união entre torcidas, clubes e esportes podem, sim, acontecer. Mais do que um título, fica a lição de valorizarmos o próximo. Valorizar o familiar, o colega de trabalho, o motorista que conduz o ônibus, o vizinho que abre a porta ao mesmo tempo que você. Somos humanos. Nós podemos. Nós aprendemos. 

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