O Brasil voltou a ser verde pela nona vez na história. Nada representa mais esse time do que o gol único da vitória sobre a Chapecoense marcado por um coadjuvante do numeroso elenco alviverde, Fabiano, em uma das principais jogadas do time de Cuca e em um lance em que não aconteceu exatamente o planejado, mas deu certo.

Não que tenha sido assim durante todo o ano. Foi o começo irregular, com direito a eliminação precoce na Taça Libertadores e goleada para o frágil Água Santa, que o Palmeiras iniciou sua trajetória. O começo frustrante causou a troca de comando: saiu Marcelo Oliveira, veio Cuca.

Cuca chegou e, apesar de um começo irregular, acertou o time. Foi assim que o Verdão embalou e superou até o desfalque do ídolo Fernando Prass, substituído com louvor pela grata surpresa Jailson. Nem mesmo os desfalques de Gabriel Jesus foram capazes de atrapalhar uma campanha espetacular rumo ao título brasileiro que não vinha desde 1994.

Melhor momento da temporada

Com o título brasileiro confirmado e com a liderança em quase todo torneio, fica difícil escolher um melhor momento, embora seja certo que ele ocorreu durante o Campeonato Brasileiro.

É fato que o time de Cuca encantou muito mais no primeiro turno quando, ainda sem tanto conhecimento do modelo de jogo por parte dos adversários, a velocidade do trio Dudu, Roger Guedes e Gabriel Jesus fez ótimas exibições. No segundo turno o brilho abaixou, mas deu espaço para a organização e solidez defensiva que, somados, deixaram Jailson sem derrotas no Brasileirão.

Considerando que o momento do título é o que marca a história de um clube, o auge do Palmeiras foi essa reta final de Brasileirão, período no qual o time perdeu apenas um jogo e comandou tranquilamente a ponta da tabela.

Pior momento da temporada

Se o ano terminou bem, não foi assim que começou. O mês de março foi infernal para o Verdão. Marcelo Oliveira seguiu com um péssimo futebol dentro de campo e não resistiu a uma derrota para o Nacional-URU dentro do Allianz Parque – jogo este no qual o Palmeiras terminou com dois jogadores a mais.

Cuca assumiu e demorou a engrenar. Com derrotas consecutivas e confirmação da eliminação na Taça Libertadores, ele ainda encarou uma dura goleada para o Água Santa por 4x1 – jogo este que marcou o começo da grande virada palmeirense na temporada.

A grande mudança de 2015 para 2016

Não foi apenas de comando que o Verdão passou de 2015 para 2016. A insistência em bolas longas foi substituída por boa transição e toque de bola. A força ofensiva nas bolas paradas permaneceu, mas passou a ser uma grande arma – e não a única como no ano passado.

Outra mudança importante veio no setor defensivo. Uma verdadeira peneira caracterizou o Palmeiras de 2015, enquanto que neste ano, especialmente no segundo turno do Brasileirão, foi muito difícil vazar a meta palmeirense. Mérito para a organização tática de Cuca.

Quem foi destaque

É difícil eleger um único destaque de um time cuja grande marca foi o jogo coletivo. Zagueiros que ajudam marcando gols no ataque, atacantes que não poupam esforços em ajudar a marcar. Gratas surpresas como Roger Guedes, Tchê Tchê e Jailson.

Mesmo assim, impossível deixar de associar a taça com três jogadores essenciais: Dudu, Gabriel Jesus e Moisés. Dudu foi um dos grandes assistentes do torneio, Jesus um dos artilheiros e Moisés, mesmo com desconfiança no começo, tomou conta do meio-campo e parecia se multiplicar a cada jogo.

Quem decepcionou

Contratado para ser o grande camisa 10 do time e finalmente liberar o clube do meia Valdivia, Cleiton Xavier não esteve nos seus melhores momentos da carreira. Ele até participou bastante da campanha, mas acabou substituído em boa parte das partidas, deixando a desejar.

Outro que segue devendo é o atacante Barrios. Com alto custo para o Verdão, Barrios jogou pouco e não deixará saudades caso saia do clube na próxima janela. Por vezes, foi preterido até por Leandro Banana.

Os treinadores

Marcelo Oliveira começou o ano como treinador do Verdão – um erro acobertado pelo título da Copa do Brasil do ano anterior. O time apresentava várias falhas e não tinha nenhum padrão de jogo, fato que voltou a se repetir no começo de 2016 e que levou a demissão do treinador pouco tempo depois da conquista nacional.

Mesmo assim, Marcelo pode se dizer responsável pela ótima temporada feita pelo Dudu, já que de tanto insistir em colocá-lo como armador da sua equipe, o jogador criou boa capacidade de organização da equipe. A grande mudança, contudo, foi feita por Cuca, que deu nova cara ao time palmeirense e soube reorganizá-lo para manter-se competitivo ao longo do certame.

O que esperar de 2017

(Foto: Ricardo Sctucket/CBF)
(Foto: Ricardo Sctucket/CBF)

O grande objetivo palmeirense era o título brasileiro – e foi conquistado. A notícia boa para a torcida alviverde é que o ano que está por vir tem tudo para ser muito bom para o Palmeiras. Alguns destaques já chegaram (Raphael Veiga, Keno e Hyoran), enquanto que as sondagens por novos reforços também animam (Guerra, Gustavo Scarpa e Pratto, por exemplo).

Para 2017, o grande foco será a Taça Libertadores – título que o clube conquistou apenas uma vez, em 1999. Nada que deixe o Brasileirão em segundo plano: o Verdão deve ser um dos favoritos novamente na próxima temporada.