O ano de 2015 terminou da melhor maneira possível, ao conquistar a campanha recorde da história, fazendo o 2016 do Sport ter a melhor expectativa. A permanência de Falcão no comando, as contratações sem sucesso e um estilo de jogo apático causaram revolta na torcida, deixando ar de desconfiança. Nem mesmo a mudança para Oswaldo fez os rubro-negros terem segurança, já que a apatia teve sequência.

Já na reta final da temporada, com um clima pesado, a diretoria fez a mudança crucial. Sem apostar em medalhões para comandar o time, os dirigentes decidiram efetivar Daniel Paulista, que chegou a dar um gás e ficar próximo de evitar o descenso antecipadamente. Restando só três rodadas para o final do Brasileiro, os pernambucanos viram a degola voltar a ameaçar, mas a evitaram apenas na 38ª e última ante o Figueirense, garantindo ainda a vaga restante na Sul-Americana em 2017.

Melhor momento da temporada: último jogo do ano

Sem conseguir empolgar durante todo o ano, uma vez que a apatia se alastrou por todo o elenco, o Leão viveu mais baixos que altos. Foram esses momentos bipolares que causaram insatisfação nos torcedores, sem que boas situações ficassem marcadas na memória dos leoninos. A situação que mais deixou os rubro-negros fazendo festa foi justo na 38ª e última rodada do Campeonato Brasileiro 2016, após superar o Figueirense por 2 a 0, com gols de Rogério e Diego Souza.

Leão garantiu permanência na elite pelo quarto ano consecutivo (Foto: Williams Aguiar/Sport)
Leão garantiu permanência na elite pelo quarto ano consecutivo (Foto: Williams Aguiar/Sport)

A vitória diante do alvinegro foi tão importante ao clube que o drama do rebaixamento caiu no colo do Internacional, caindo à Série B pela primeira. Com mais de 25 mil presentes à Ilha do Retiro, a ansiedade tomava conta das arquibancadas, até que a abertura do placar soltou o grito preso na gargante da maioria. Quando o ídolo Diego Souza foi às redes, aliado ao resultado final do Colorado, os pernambucanos se empolgaram ainda mais.

Pior momento na temporada: início ruim nos torneios

Início no Campeonato Pernambucano e no Brasileirão. Ambos foram um verdadeiro caos no Sport. No Estadual, os dois primeiros duelos, contra Salgueiro e América, resultaram em duas derrotas e levaram o time à lanterna, o que daria um prognóstico do sofrimento por vir. A seguir, no decorrer, os leoninos até conseguiram se recuperar para ir à final, todavia acabaram sendo vice para o arquirrival Santa Cruz.

Em plena Ilha do Retiro, Leão foi derrotado pelo América e viu vaga nos semi ficar ameaçada (Foto: Williams Aguiar/Sport)
Leão foi derrotado pelo América e viu vaga nos semifinais ficar ameaçada (Foto: Williams Aguiar/Sport)

Já no certame nacional, a expectativa foi frustrada depois de começar 2016 mal das pernas, ficando 12 das 38 rodadas na zona da degola. As primeiras cinco, inclusive, o Leão somou somente uma vitória e cinco pontos, ficando na 18 colocação. A superação e arrancada veio após a 15ª rodada, oscilando ainda entre bons e maus momentos.

Reformular a base titular é fundamental para 2017

As contratações ruins, para suprir as ausências de Marlone e André, levaram o Sport a se desesperar no decorrer do ano. Foram reforços que quase culminaram no rebaixamento, deixando torcedores sem a melhor perspectiva. Sem conseguir empolgar, as atuações foram bem abaixo do esperado, causando insatisfação nos rubro-negros, já que o clube poderia viver seu melhor ano.

Elenco teve atuações abaixo das expectativas e não agradou a torcida (Foto: Williams Aguiar/Sport)
Elenco teve atuações abaixo das expectativas e não agradou a torcida (Foto: Williams Aguiar/Sport)

Para 2017, espera-se que a chapa de situação conquiste a eleição para presidente agora em dezembro, devendo alterar a filosofia traçada e, com isso, dar novos ares à Ilha do Retiro. Boa parte dos jogadores que possuem contrato até o fim de 2016 não devem seguir defendendo os leoninos, dando chance do plantel sofrer séria reformulação.

Diego Souza e um 2016 coroado com artilharia do ano

Maestro. No dicionário, é aquele que dirige uma orquestra ou banda. No futebol, não é diferente. O jogador com tal adjetivo é responsável por carregar uma equipe, marcando gols ou dando assistências para servir os companheiros. Em 2016, no Brasileiro, Diego Souza foi que teve a honra de ser assim designado pelos torcedores do Sport. Não por acaso, o atleta foi artilheiro ao marcar 14 tentos e igualou com o ex-atacante Luís Carlos, maior goleador em uma edição do nacional, em 1985.

Artilheiro do Brasileiro pioneiramente, camisa 87 foi fundamental para evitar descenso (Foto: Williams Aguiar/Sport)
Artilheiro do Brasileiro, camisa 87 foi fundamental para evitar descenso (Foto: Williams Aguiar/Sport)

Indo às redes, o camisa 87 representa 28,6% do total do time, sendo o terceiro mais fundamental ao conjunto, atrás só de Grafite e William Pottker. Esses 14 gols em 34 partidas, somados às seis assistências, os deixou ao lado de Robinho (Atlético-MG) como o jogador que mais foi importante nos jogos. Com contrato até o fim de 2017, o meia deve ter melhora nos números, tentando alcançar a artilharia rubro-negra na história do Brasileirão, pois marcou 27 tentos em três edições, tendo apenas o já falecido Leonardo à frente, com 33.

Lesões afastam e causam dispensa de Mark González

Contratado a peso de ouro para suprir a ausência de Marlone, que foi para o Corinthians ao fim de 2015, o meia Mark González veio para o Sport como principal reforço. Apesar de todo o histórico de lesão, que já o havia deixado de fora dos gramados por dois anos, o chileno teve a melhor expectativa por parte da diretoria. Logo no início do ano, o meio-campista sofreu duas contusões, afastando-o da equipe.

Chileno passou mais tempo no DM que em campo e desagradou a torcida (Foto: Williams Aguiar/Sport)
Chileno passou mais tempo no DM que em campo e desagradou a torcida (Foto: Williams Aguiar/Sport)

Veio o Brasileirão e, com isso, mais tempo afastado da torcida. Dos 13 duelos em que foi relacionado, atuou em oito, sendo somente quatro de titular. Desses, apenas um esteve durante os 90 minutos, que foi o penúltimo antes de voltar a se lesionar. A última contusão foi a gota d'água aos dirigentes, que optaram por rescisão amigável e optaram por dispensá-lo antes mesmo do fim do vínculo.

Falcão, Oswaldo e Daniel Paulista: oscilação à frente do time

Remanescente de 2015, Falcão era a expectativa de que o Sport desse sequência da filosofia de Eduardo Baptista. Mesmo mantendo o bom trabalho no fim do último ano, o comandante mostrou falhas quando teve de montar o grupo, trazendo atletas sem melhorar o rendimento da equipe e com atuações ruins, sendo eliminado na semi da Copa do Nordeste e demitido antes da final do Pernambucano.

Remanescente de 2015, Falcão não conseguiu empolgar em 2016 (Foto: Williams Aguiar/Sport)
Remanescente de 2015, Falcão não conseguiu empolgar em 2016 (Foto: Williams Aguiar/Sport)
Campeonato Jogos Vitórias Empates Derrotas
Copa Sul-Americana 2015 2 0 1 1
Campeonato Brasileiro 2015 11 7 1 3
Copa do Brasil 2016 1 0 0 1
Campeonato Pernambucano 2016 10 5 2 3
Copa do Nordeste 2016 10 5 2 3
Taça Ariano Suassuna 2016 1 1 0 0
Total 35 18 6 11

Contratado para buscar conquistar o título do Estadual e comandar o Leão durante o Brasileirão, Oswaldo foi derrotado logo na sua estreia e viu o Santa Cruz ganhar o Pernambucano, sendo bicampeão. Com a chegada do nacional, a tendência era de melhor adaptação do elenco, mas a apatia se manteve durante o torneio e oscilando no decorrer. A a insatisfação da diretoria, porém, veio na reta final, na 30ª rodada. A derrota para a Chapecoense, fora de casa, culminaram na saída.

Derrota para Chapecoense e atuações irregulares culminaram na saída de Oswaldo (Foto: Williams Aguiar/Sport)
Derrota para Chapecoense e atuações irregulares culminaram na saída de Oswaldo (Foto: Williams Aguiar/Sport)
Campeonato Jogos Vitórias Empates Derrotas
Copa Sul-Americana 2016 2 0 1 1
Campeonato Brasileiro 2016 30 9 7 14
Campeonato Pernambucano 2016 2 0 1 1
Total 34 9 9 16

Sem muitas opções no mercado e ainda brigando para não cair após três anos consecutivos na elite, os rubro-negros decidiram efetivar o auxiliar Daniel Paulista. Campeão da Copa do Brasil em 2008 ainda como jogador, o ex-volante leonino fez um estágio com Eduardo e foi o escolhido para encerrar a Série A. Com três vitórias logo nos quatro primeiros confrontos, o comandante parecia ter dado novo gás, mas viveu uma oscilação no fim e só evitou a queda na última partida, ao derrotar o Figueirense diante de uma Ilha do Retiro lotada.

Responsável por evitar queda, Daniel teve seu nome exaltado pela torcida na efetivação (Foto: Williams Aguiar/Sport)
Responsável por evitar queda, Daniel teve seu nome exaltado pela torcida na efetivação (Foto: Williams Aguiar/Sport)
Campeonato Jogos Vitórias Empates Derrotas
Campeonato Brasileiro 2016 8 4 1 3