A reapresentação do Náutico, após o empate contra o Belo Jardim e a classificação assegurada à semifinal do Campeonato Pernambucano, com duas rodadas de antecedência, foi marcada por explicações. Com atraso de salários e direitos de imagem, fato recorrente nesses últimos anos, a diretoria teve de detalhar a situação financeira do clube para a sequência de 2017.

Isso porque, em acordo firmado na última sexta-feira (24), o elenco decidiu silenciar para que apenas os diretores se pronunciassem sobre o assunto. Em coletiva no CT Wilson Campos na tarde dessa terça-feira (28), Eduardo Henriques e Marcílio Sales, ligados ao futebol, falaram a respeito das pendências. Eduardo, inclusive, comentou também que os jogadores saberão quando serão pagos.

"A gente está aqui porque foi estabelecido por toda a direção que não iria ter coletiva de jogador. Quem ia falar éramos nós. Ninguém adotou essa mordaça de lei do silêncio e, a partir desta quarta-feira, eles falam normalmente. Quando serão pagos, porém, só os jogadores saberão. Fomos surpreendidos por essa ação civil e ficou difícil honrar o nosso compromisso. Não estamos adiantando nenhuma verba, pois nós não temos como fazer isso", declarou o dirigente alvirrubro.

Presidente Ivan Brondi também esteve presente à coletiva (Foto: Léo Lemos/Náutico)
Presidente do Timbu, Ivan Brondi também esteve presente à coletiva (Foto: Léo Lemos/Náutico)

Dívidas com os remanescentes, inclusive, são o maior calo do Timbu. A pendência é ainda maior com tais atletas, o que era previsto por quem seguiu à frente do escrete, ainda que tenham outras mais antigas para debitar. A partir de abril, contudo, os problemas deverão não somente ser solucionados, porém dar mais tranquilidade, conforme assegurado por Marcílio.

"Durante 2017, o Náutico deve um mês (de fevereiro) e duas imagens (janeiro e fevereiro). Nós ficamos com poucos atletas do ano passado e iríamos passar algumas dificuldades, o que já era previsto e a gente ia honrar. A partir de março, a gente daria a posição definitiva para quem ficou a partir deste ano e assim vai ser feito, pois nós já deixamos isso bem claro para eles. Estamos atrasando tudo por conta de um tropeço e uma surpresa, que foi essa ação judicial", disse, que comentou ainda de uma demanda de 1995, bloqueando parcela de cota.

"A gente fez questão de nos reunir e mostrar (aos jogadores) de onde vinha o dinheiro. Ouvimos falar que o Náutico só tinha dinheiro para pagar até o meio do ano e não teria verba para pagar compromissos. Isso traz uma situação desconfortável e mostramos as fontes de renda que temos. O Náutico é um clube de 115 anos e de vez em quando nos deparamos com surpresas. Uma delas é uma ação cível de 1995, o que impede o desbloqueio de cota da CBF. Restabelecemos um curso para que se garanta o salário de quem trabalha", encerrou Sales.