Dez anos. Esse foi o tempo de espera do torcedor corinthiano para ver o seu time na Sul-Americana. E a reestreia no torneio foi tensa, nervosa, com gols chorados, mas que garantem boa vantagem para a partida de volta. Diante de 23 mil pessoas e baderneiros chilenos, o Corinthians recebeu a Universidad de Chile e venceu bem por 2 a 0. Rodriguinho e Jádson garantiram a vitória em na Arena Corinthians.

Com gol em cada tempo, o Timão agora pode até perder por um gol na partida em Santiago que garante a vaga pra próxima fase. O duelo será apenas em maio, mas a Fiel ainda terá muito por sofrer, já que encara as finais do Paulistão, além da quarta fase da Copa do Brasil.

Domínio chileno e gol chorado alvinegro

A Arena Corinthians já viu o torcedor chileno vandalizar o estádio antes mesmo da bola rolar. O clima quente das arquibancadas enferveceu os jogadores visitantes e o time azul começou tendo mais iniciativa. Mesmo fora de casa, La U teve maior posse e encurralou o alvinegro, que sofria pra trocar passes e quase não ocupava o campo de ataque.

E os primeiros minutos mostrariam o que seria a partida. O time chileno era melhor organizado e usavam setor esquerdo pra atacar, lado de Léo Príncipe. E assustava Cássio com muita facilidade, principalmente após bate-rebate na entrada da área, onde o goleiro voou bem pra espalmar.

A resposta corinthiana foi rápida, com passe bem feito de Jádson para Jô, mas o camisa 7 furou de canhota e a bola ficou fácil com Herrera. Foi o único lance importante nos primeiros 20 minutos de jogo, onde quem parecia mandar na partida era a Universidad.

Conforme o tempo andava, o ritmo do jogo diminuía, mas ainda melhor para a equipe chilena. Carille tratou de mudar a posição de seus três meias, colocando Jádson na esquerda e Romero na direita. Jô saía muito da área pra receber e abrir espaços, mas o Corinthians estava muito acuado e lento na transição.

A ruindade do jogo foi aumentando. A equipe do Chile alternava momentos de intensidade com cadência, já que o empate lhe interessava, tendo em vista que a decisão será em Santiago. A atuação corinthiana era medonha, mas futebol é bola na rede. E ela balançou no melhor estilo Corinthians, sofrido. A zaga chilena saiu mal, Jádson teve uma ajuda do juiz que entrou no meio do caminho e ele avançou pelo meio, abriu pra Jô, que rolou pra Arana cruzar. A zaga afastou pra cima, Romero recebeu, rolou pingando pra Gabriel, que mandou uma pedrada de direita e Jhonny Herrera fez milagre. A bola pegou no travessão, subiu, Maycon tentou de bicicleta, Herrera novamente espalmou, mas Rodriguinho chegou finalizando pro fundo da rede.

O primeiro tempo foi todo chileno em posse de bola e domínio territorial, mas com efetividade plena do time alvinegro. Ainda tinha muito por vir e a Fiel não tinha segurança na equipe corinthiana.

Melhora alvinegra e vantagem construída

Se antes de começar o jogo, o pau comeu entre torcida chilena e polícia, no intervalo tivemos a situação novamente. Muitas cadeiras voaram e isso fez o reinício do jogo atrasar. Quando a bola finalmente rolou, o mesmo cenário do primeiro tempo. Domínio, pressão e facilidade da U em chegar na área rival. Lorenzetti teve boa chance em batida de falta, mas a equipe chilena apresentava nervosismo e errava muitos passes.

Apesar de ainda priorizar a defesa, o Corinthians estava melhor postado. Conseguia sair mais, trocar passes, ter mais velocidade, mas ainda num sofrimento danado pra finalizar. A Fiel fazia a sua parte, incentivava, mas a criação era terrível.

Pra sorte do Timão, a equipe da Universidad também passou a sofrer pra criar ataques. A defesa bem postada do Corinthians impedia chegadas mais importantes e o time parecia conformado com o placar. O que eles não esperavam é que a melhora corinthiana resultaria em gol. E que gol! 

Falta na intermediária. Jádson bateu no segundo pau, Jô deu de casquinha pra bagunça e Rodriguinho dividiu com a zaga. A sobra ficou com o corinthiano, que gritou alto, pediu a bola e sentou o pé direito de primeira. No cantinho, indefensável, golaço!

O gol tranquilizou o Timão, que passou a ter mais espaços e Carille observou bem. As mudanças que o treinador fez buscaram o espaço do contra-ataque e com velocidade. Clayton e Jô tiveram enormes chances, mas pararam no goleiro Herrera, cara-a-cara em ambos.

Melhor do que o apresentado na etapa inicial, o Corinthians foi mais soberano e sabedor do que fazer. A vitória até poderia ter sido maior, caso os atacantes conseguissem finalizar melhor. A vantagem pra volta está construída.

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Sobre o autor
Diego Luz
De video game à política. Lendo tudo,ouvindo bastante e vivendo com base naquilo que acho certo. Muito prazer.