A segunda passagem de Oliveira Canindé à frente do comando técnico do CSA chegou ao fim na manhã desta segunda-feira (08). Um dia após a derrota por 3 a 2 para o CRB e o tricampeonato alagoano conquistado pelo arquirrival, a diretoria azulina começa a realizar modificações no elenco e na comissão técnica para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série C e o treinador foi demitido. Por causa do curto tempo entre as duas competições, a tendência é que as modificações sejam anunciadas sem demora.

A primeira passagem de Canindé no Mutange aconteceu em 2014. Apesar da polêmica em sua saída ao aceitar proposta do América-RN logo após a eliminação no Nordestão daquele ano ante o Sport, o treinador teve o retorno discutido pelos torcedores. Em setembro de 2015, a volta foi confirmada. A missão era clara: dar calendário ao time, que amargou duas eliminações consecutivas no Campeonato Alagoano. Após uma boa campanha no estadual, veio a derrota para o CRB na decisão. Entretanto, mesmo com o revés, o objetivo inicial tinha sido alcançado. Disputar a Série D.

Apesar de um começo discutível na competição nacional, o CSA se estruturou e conseguiu fazer uma boa campanha. Passou como líder em uma chave composta por Parnahyba-PI, Central-CE e Guarani de Juazeiro. Na segunda fase, novo duelo contra o Parnahyba e classificação. Nas oitavas de final, duelos contra o Altos-PI e o time seguiu em busca do acesso à Série C. Nas quartas de final, o jogo mais esperado. O duelo contra o Ituano com vitória de 3 a 1 no placar agregado garantiu o fim da pasmaceira azulina. Após garantir o acesso, disputou a semifinal contra o São Bento e foi derrotado pelo Volta Redonda na decisão, e a chance de entrar na história como o primeiro alagoano a conquistar um torneio nacional ficou no quase mais uma vez.

Foto: Alisson Frazão/Oitcho/Ascom CSA
Foto: Alisson Frazão/Oitcho/Ascom CSA

Em 2017, calendário cheio no primeiro semestre. De cara, Copa do Nordeste, Campeonato Alagoano e Copa do Brasil. Na competição doméstica, campanha sem sustos e invicta. Mas as más atuações no Nordestão - último colocado em um grupo composto por CRB, Itabaiana e ABC, e a goleada sofrida pelo Sport na primeira fase da Copa do Brasil aumentaram a pressão e as críticas sobre o elenco e comissão técnica.

A fase final do Campeonato Alagoano reservou desconfiança. No hexagonal, a classificação para as semifinais veio apenas na última rodada em uma atuação sofrível contra o Santa Rita. Na semifinal, o risco de não seguir no torneio foi grande, mas a classificação contra o ASA em Arapiraca foi bastante comemorada, mas não foi o suficiente para tirar o jejum de títulos. Com mais duas derrotas ante o Galo na decisão, mais um vice-campeonato e o time segue sem vencer o estadual desde 2008, o maior jejum em sua história mais que centenária.

Ao somar as duas passagens à frente do time marujo, Oliveira Canindé comandou o time em 83 partidas. Foram 45 vitórias, 16 empates e 22 derrotas, com aproveitamento pouco superior a 60%. Em três decisões disputadas em um intervalo de um ano, três vice-campeonatos. Em uma rápida publicação em sua rede social, Canindé agradeceu o apoio e lamentou o fato de não ter conquistado nenhum título em Alagoas.

"Despedida: grato ao CSA (Centro Sportivo Alagoano), à sua imensa torcida e a todos os azulinos pelo apoio que tive enquanto treinador do clube. Sai o treinador e permanece o torcedor. Quero me desculpar por três vezes chegar e não conquistar o título; batemos na trave por três vezes e a bola não entrou. Mas vai chegar o dia das conquistas e essa imensa e maravilhosa torcida terá a felicidade que eu tanto quis e não pude dar. Muito obrigado por tudo, CSA", declarou.

Passado o Campeonato Alagoano 2017, o time muda o foco para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série C. Até esta terça-feira (09), a diretoria azulina promete anunciar lista de jogadores dispensados e contratados, além do novo comandante. A primeira rodada está programada para este fim de semana, e o CSA encara o ASA às 16 horas deste domingo (14), no Estádio Rei Pelé, em Maceió/AL.