Seis meses depois de ser demitido do Atlético-MG, o técnico Marcelo Oliveira criticou a maneira que a diretoria do clube o sacou do time. O comandante caiu em novembro do ano passado após perder o primeiro jogo da Copa do Brasil para o Grêmio, no Mineirão. Em entrevista ao programa “Bem, Amigos!”, do canal SporTV, o treinador se mostrou magoado com a cúpula atleticana.

Foi surpreendente, do meu modo de ver foi um desrespeito inédito, não me lembro de um acontecimento assim”, desabafou. “Parece que abriram mão do segundo jogo. Tenho carinho grande pelo Atlético-MG, vivi muitos anos lá e fiquei decepcionado. Tínhamos todas condições de jogar contra o Grêmio, não tinha problema nenhum com ninguém, o ambiente era bom. O futebol foi invadido por pessoas que não são do futebol. A rede social, um comentário, uma pressão da torcida faz com que as coisas mudem rapidamente. Demorei 15 anos para trabalhar como técnico, depois que atuei como jogador. Já sabia que era assim e me prepararei para tudo. Foi um desrespeito inédito, mas nada que vá me abalar para novos trabalhos”.

Marcelo também garantiu que não retornaria ao Galo sob a atual gestão de dirigentes. “Com essa diretoria, naturalmente não e por ter saído dessa forma não sei se voltaria num tempo maior. Temos respeito e carinho pela torcida, pelo clube, grandeza instituição. Às vezes são pessoas que passam pelo clube. Fiquei decepcionado, mas faz parte do meu passado”, lamentou.

Criticado por não extrair o melhor do elenco alvinegro, Marcelo Oliveira não vinha justificando a fama que tinha, construída após um bicampeonato brasileiro conquistado no arquirrival, Cruzeiro. No comando do Atlético desde 20 de maio, em substituição a Diego Aguirre, o treinador obteve 54% de aproveitamento. Em 42 jogos, foram 18 vitórias, 14 empates e dez derrotas. Os números de gols marcados e sofridos mostram bem o porquê de tanto questionamento. O ataque, sob seu comando, marcou 68 gols. Marca tão expressiva quanto a de gols sofridos: incríveis 58, definindo um raso saldo de dez gols.