O derby paulista que marcou o segundo turno do Campeonato Brasileiro de 2015, no domingo, 06 de setembro, serviu para mostrar o poder de reação do time alvinegro sob o comando de Tite, que correu atrás do resultado por três vezes em uma partida de seis gols, um 3 a 3 justo, que deixou claro o tamanho do clássico paulista, toda a sua rivalidade e seu peso.

A partida, válida pela 23ª rodada do Brasileirão, disputada em pleno Allianz Parque, foi disputada em um ritmo acelerado e acalorado, e o empate, culminando em um jogo com seis gols, acabou se tornando um resultado justo para ambas as equipes, embora as finalizações, jogadas e chances criadas por cada equipe prenunciassem um placar maior.

O sabor agridoce da partida, no entanto, acabou ficando com o time mandante, uma vez que o Verdão saiu à frente do placar em três oportunidades, com Lucas, Robinho e Dudu. No entanto, o Corinthians soube, em três momentos, correr atrás do prejuízo com uma garra e destreza invejável, igualando o placar em três momentos, com gols de Guilherme Arana e Vagner Love, além do gol contra de Amaral.

Com o empate, o Timão se manteve no topo da tabela, somando os cinquenta pontos, mantendo-se a dois pontos de diferença do segundo colocado, o Atlético-MG. Já para o Palmeiras, o resultado o deixou em sétimo lugar, visando o G4 nas próximas rodadas.

Cinco dos seis gols da partida foram marcadas nos primeiros quarenta e cinco minutos do jogo, onde as saídas de bola do Corinthians foram marcadas firmemente pelo time da casa, deixando o alvinegro paulista encolhido na busca pelo contra-ataque - principal ponto do estilo de jogo imposto pelo, até então, técnico Tite em seu tradicional 4-1-4-1, onde o homem à frente do ataque era Vagner Love, amparado por Ralf, Marcial, Jadson, Renato Augusto e Malcom mais atrás, Fagner, Gil, Guilherme Arana e Felipe como defensores, além de Cássio no gol.

Para exemplificar o ritmo alucinado ao qual esse derby histórico ficou marcado, ressaltando a forma com que o Palmeiras, com qualidade e técnica sob as instruções de Marcelo Oliveira e a forma como o Corinthians, com garra e sangue frio para encaixar suas retomadas de bola e contra-ataques, vale atentar para os minutos em que os gols foram feitos na primeira metade do jogo: Lucas, pelo Palmeiras, abriu o marcador aos 18 minutos com uma bola cruzada da linha de fundo, pela direita, desviada em Guilherme Arana.

Aos 24 minutos, o Corinthians mostrou seu poder de reação em uma saída de bola mais rápida, com um passe recebido por Arana de Malcom, onde o lateral tirou a bola de Prass e balançou as redes. Dois minutos depois, aos 26, o Palmeiras respondeu à reação alvinegra com Lucas, que acertou um cruzamento para Robinho.

O segundo gol corinthiano veio no mesmo esquema de reação do primeiro, logo após uma defesa incrível do goleiro alviverde que evitou uma finalização extraordinária de Renato Augusto, onde o time visitante teve uma falta  onde, na cobrança, Marciel desviou, Prass defendeu com uma espalmada onde Vagner Love chegou para finalizar, fazendo a bola resbalar em Amaral por capricho, assinalando o gol contra do volante palmeirense aos 37 do primeiro tempo.

Em contrapartida, o Palmeiras, firme e frio no jogo, voltou à vantagem no placar em uma cobrança de escanteio pela esquerda onde Alecsandro desviou e Dudu, livre, mandou para o gol aos 41 do primeiro tempo.

O segundo tempo veio com o ritmo diminuído e com o jogo típico de um derby truncado, onde as duas equipes estudavam uma à outra, buscando as melhores oportunidades, mas seguindo às premissas do primeiro tempo, onde o Palmeiras controlava o jogo e o Corinthians buscava brechas para o contra-ataque.

Após perder inúmeras boas chances de gol, a premissa do "quem não faz toma" se fez valer fazendo o Corinthians chegar ao gol de empate aos 33 minutos onde, em cobrança de falta, Felipe cabeceou para Vagner que, também de cabeça, marcou o sexto gol da partida; o terceiro para o líder e futuro campeão brasileiro de 2015.

Apesar da vantagem na tabela e da liderança, a vitória para o Corinthians era extremamente necessária, apesar de ser um clássico contra o maior rival dentro da capital, na casa alviverde.

O derby foi disputado com tudo o que um clássico tem direito: emoção, gols, cartões amarelos e calor dentro do campo, acalorando também a disputa pelo título disputado no ano, marcando o melhor jogo do ano. Mais tarde, com a conquista do hexacampeonato, em um retrospecto à toda a trajetória trilhada pelo time de Adenor, o jogo denotaria uma importância extrema para a equipe e sua história, marcando como uma das principais amálgamas da trama construída ao longo de todas as rodadas do Campeonato Brasileiro de 2015 rumo ao hexacampeonato, mostrando ao torcedor corinthiano o poder de reação da equipe bem como seu preparo emocional, físico e técnico para disputar partidas de primeiro nível.