Não é novidade que os problemas extracampo, especificamente os políticos, tem atrapalhado o Náutico há algum tempo. Desde a renúncia de Ivan Brondi na semana passada e, por consequência, a posse de Gustavo Ventura, que era presidente do conselho deliberativo, a importante partida contra o Brasil de Pelotas, nessa quarta-feira (6), tem tirado o foco do elenco.

O técnico Roberto Fernandes, acostumado com essa situação nas suas diversas passagens pelo Timbu, não consegue esconder sua insatisfação. Fernandes destacou que até tenta blindar o elenco de toda essa crise, mas é praticamente impossível manter a concentração na próxima partida.

"No período entre o jogo contra Ceará até este diante do Brasil-RS, tivemos três dias com o nível de concentração baixo. É impossível os atletas ficarem alheios. Tivemos na mesma semana o discurso de uma diretoria passando para os atletas certas condições do clube. E em um ou dois dias depois, assume outra, com outro formato, com outras ideias, outras programações", afirmou.

Apesar disso, o comandante alvirrubro não dará moleza para o elenco alvirrubro. Ele deixou bem claro que os jogadores serão avaliados pelo seu desempenho em campo e por isso tem cobrado atenção no jogo diariamente. Uma forma de blindar os atletas foi realizar um treino fechado na segunda-feira (4).

"Claro que atrapalha, mas tenho cobrado dos atletas para que eles se foquem em campo, porque eles serão cobrados pelo desempenho deles. Acho que de uns dois, três dias para cá, esse nível de concentração melhorou bastante, mas no final da semana passada foi bem complicado", concluiu.

Devido a eventos religiosos que serão sediados na Arena de Pernambuco no mês de outubro, o Náutico ficará sem poder atuar no estádio por três jogos da Série B do Campeonato Brasileiro. A opção imediata, ratificada pela opinião de Roberto Fernandes, é o estádio do Arruda. Isso porque a outra opção, que seria o Luiz Lacerda, em Caruaru/PE, teria custos inviáveis ao Timbu no momento.

Mas o Náutico esbarra agora em outro problema. Com o processo de recuperação do gramado do estádio tricolor em andamento, a decisão de ceder o estádio ainda não tem como certeza que será positiva. Segundo o presidente do conselho patrimonial, Antônio Luiz Neto, a decisão, por ser de grande importância, ficará a cargo do executivo do clube.