Após nova derrota no Brasileiro – que deixou o Fluminense a um ponto do Z-4 – e o protesto dos torcedores no aeroporto, a crise no Tricolor ganhou mais um capítulo nesta terça-feira (3). Em áudio vazado e obtido pelo portal 'Netflu', o vice-presidente de futebol, Fernando Veiga, destrinchou a real situação financeira do clube. E o prognóstico é preocupante. Segundo ele, a receita que o Flu possui atualmente equivale a 'de um time pequeno, de Atlético-GO':

''A gente tem receita de time pequeno, de Atlético-GO'' - Fernando Veiga

"A gente não tem dinheiro para pagar salário de R$ 20 mil. Há um mês, corremos atrás de volantes e zagueiros medianos que pediram 250 mil para jogar pelo Fluminense. Como é que a gente paga isso? Nossa receita é baixíssima. A gente tem receita de time pequeno, de Atlético-GO. Nós somos time grande, um time enorme, um dos maiores times do mundo, mas a gente hoje tem receita de time pequeno'', relatou.

Fernando Veiga também fez um balanço da gestão do ex-presidente Peter Siemsen, antecessor de Pedro Abad. Em meio a elogios, também houve críticas. Para ele, as contratações daquela época tiveram 'caráter técnico muito duvidoso e ruim':

''O Peter fez um excelente trabalho nos três primeiros anos de gestão, pelo menos na minha área. Ele fez uma reestruturação enorme dentro do clube. E hoje muito do que a gente está colhendo na base devemos a ele. Mas ele pecou muito no segundo mandato, principalmente no último ano, quando ele fez algumas contratações de caráter técnico muito duvidoso e ruim. Foram contratos caros e que a gente fica amarrado.''

Por fim, o dirigente lamentou a demora no processo de reestruturação do clube após a saída da Unimed, que foi patrocinadora do Tricolor de 1995 até o fim de 2014.

''Sabíamos que os dois primeiros anos dessa gestão seriam muito difíceis pelo o que encontramos no futebol. O que o Abad está fazendo deveria ter sido feito há muito tempo, quando perdemos a Unimed. Só que fazer isso não é para qualquer um. Essas medidas são antipopulares, que expõem muito ele e a maioria dos presidentes não quer fazer isso. O cara que entra lá quer ser campeão, ficar de bem com a torcida e isso é feito a qualquer custo. E esse "qualquer custo" deixou a gente na situação que estamos hoje. A gente encontrou o clube em um caos total'', encerrou.