Dois expulsos, gol que anula vantagem nos acréscimos e decisão nos pênaltis. O torcedor azulino não esperava tanto sofrimento nos minutos finais do jogo entre CSA x São Bento. O duelo foi realizado no Estádio Rei Pelé, em Maceió/AL, na noite deste sábado (7), o segundo entre as equipes válido pela semifinal do Campeonato Brasileiro da Série C 2017.

Tudo era favorável aos alagoanos. Vantagem do empate garantida no primeiro jogo, um atleta a mais na parte final do segundo tempo, jogo tranquilo. Até que um pênalti nos acréscimos garantiu a vitória paulista por 1 a 0 dos paulistas no tempo normal e levou a disputa às penalidades máximas. Nos pênaltis, toda a tensão e todo o sofrimento foram convertidos em euforia. O sonho do inédito título nacional ao Azulão do Mutange e ao futebol alagoano ainda está em pé.

Com a classificação, o adversário do time marujo será o Fortaleza, que levou a melhor nos duelos contra o Sampaio Corrêa. Os jogos serão disputados nos dois próximos domingos, em horários a serem confirmados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Certo é que o primeiro jogo será disputado na Arena Castelão, em Fortaleza/CE, e o segundo e decisivo duelo será realizado no Estádio Rei Pelé, em Maceió/AL.

Equilíbrio no primeiro tempo

Mesmo com a vantagem no confronto, o CSA não ficou completamente preso ao campo defensivo. As primeiras boas chances de o placar serem abertas foram dos mandantes, que usavam o jogo aéreo para levar perigo. Na primeira jogada, Marcos Antônio cobrou escanteio, Michel Douglas desviou de cabeça e passou perto da trave. Em seguida, nova cobrança de tiro de canto pelo camisa 11 do Azulão, Dawhan apareceu sozinho na área e testou. Assustou mais uma vez. Mas a real oportunidade de gol veio aos 21, quando Daniel Costa cobrou falta da intermediária e quase marcou um golaço.

O CSA sentiu a saída do zagueiro Jorge Fellipe, por lesão. Ainda assim, não sofreu maiores sustos, embora o São Bento tenha controlado mais a bola na metade final do primeiro tempo e tenha adiantado suas linhas de marcação. A bola parada era o principal jeito de chegar à meta adversária. Em cobrança de escanteio, Rogério apareceu sozinho, mas cabeceou alto, por cima da meta, e perdeu grande chance de abrir o marcador.

Os minutos finais do primeiro tempo foram marcados por faltas, contatos e nenhuma boa chance de gol. As equipes ficavam ao máximo com posse de bola, mas não conseguiam passar pela marcação. Os visitantes tentaram trabalhar pelas laterais, principalmente pela direita, mas o goleiro Mota não precisou fazer nenhuma grande intervenção. Aos azulinos, sobrou o contra-ataque, que não resultou em perigo algum.

Com um a menos, São Bento marca nos acréscimos e leva disputa aos pênaltis

Era tudo ou nada ao São Bento nos 45 minutos finais do duelo. O técnico Paulo Roberto Santos ordenou à equipe paulista para adiantar as peças do campo para abrir o marcador o quanto antes e tirar a vantagem alagoana. Logo no primeiro lance, o marcador quase foi aberto. Maicon Souza alçou bola na área e Mota afastou. A resposta do CSA quase animou a torcida que lotou o Estádio Rei Pelé mais uma vez. Daniel Costa recebeu de Boquita, ajeitou e chutou de longe, forte, com muito efeito. A bola acertou em cheio o travessão.

Os donos da casa voltaram a igualar o jogo e passaram gradativamente a controlar a partida. Com mais posse de bola e controle no meio de campo, o Azulão contou com superioridade de jogadores em campo. Sete minutos depois de receber o primeiro cartão amarelo, o atacante Anderson Cavalo foi advertido com o segundo e foi expulso aos 20 da etapa final. O Bentão perdeu as referências ofensivas e teve mais dificuldades ao chegar ao campo de ataque.

As oportunidades ficaram mais escassas, o CSA cadenciava o jogo, enquanto o São Bento lutava contra todas as dificuldades para poder sair na frente do placar. Com o jogo mais travado, sobraram faltas e cartões amarelos dados pela arbitragem aos jogadores das duas equipes. Quem dava mais perigo ao CSA era Daniel Costa. Mesmo afetado emocionalmente pela morte do irmão no dia anterior ao jogo, o camisa 10 foi o atleta que assustou mais o goleiro Rodrigo Viana, tanto nos chutes de fora da área quanto nos lances de bola parada.

Com a aproximação dos últimos minutos, os alagoanos controlaram a partida e se esforçaram para deixar a pelota no campo de ataque. Os paulistas não conseguiram passar para o campo ofensivo, mesmo com maior necessidade de ter a vitória. De quebra, foi assustado quando Rennan Oliveira cobrou falta com muita categoria e acertou o travessão. Em uma descida aos 45 minutos do segundo tempo, Branquinho foi puxado por Raul Diogo dentro da área. A arbitragem assinalou penalidade máxima e expulsou o lateral-esquerdo azulino. Na cobrança, Everaldo colocou em um canto e Mota caiu para o outro. Placar aberto e vaga nas penalidades.

Azulão melhor nos pênaltis

As duas primeiras cobranças dos dois clubes balançaram as redes. Para os alagoanos, Daniel Costa e Edinho; para os paulistas, Maicon Souza e Rennan Oliveira. O goleiro Rodrigo Viana quase defendeu o tiro de Boquita, mas o CSA conseguiu marcar. Branquinho não teve a mesma sorte e isolou. Mas a esperança do São Bento foi reavivada com a chance desperdiçada por Dawhan. Porém, o goleiro Mota garantiu os marujos na frente com uma bela defesa no canto esquerdo. Na última cobrança, Maxuel colocou no canto direito do arqueiro e fez a festa da massa azul.