Arena Castelão lotada. Cerca de 45 mil torcedores estiveram presentes, fizeram mosaico, gritaram, empurraram o Fortaleza. O CSA não levou em consideração a pressão, o retrospecto de invencibilidade como mandante do adversário, foi letal nos contra-ataques e conquistou impressionante e fundamental vitória na capital cearense. No primeiro jogo da decisão do Campeonato Brasileiro da Série C 2017, o Azulão do Mutange foi eficiente nas finalizações e venceu por 2 a 1. Michel Douglas e Pablo (contra) marcaram os gols que aproximam os alagoanos de fazer história. Cristiano (contra) descontou.

Com o resultado, o time marujo pode até ser derrotado por uma vitória simples que é campeão. Ao Leão do Pici, resta vencer por dois gols de vantagem para garantir a taça. Para ambos, o título é inédito. Para o CSA, pode ser um título inédito não apenas para a sua galeria e história mais que centenária, mas também para o futebol alagoano como um todo. O segundo e decisivo confronto, que certamente será histórico, está programado para acontecer às 19 horas (18h, no horário do Nordeste) do próximo sábado (21), no Estádio Rei Pelé, em Maceió/AL.

CSA suporta pressão e abre vantagem

Empurrado pelo torcedor e pela atmosfera do Castelão, o Fortaleza partiu para o ataque e buscou dominar o jogo. O CSA manteve a postura que atua fora de casa. Os alagoanos cadenciam, fortalecem a marcação no meio de campo para evitar o ataque adversário e aproveitar vacilo do oponente para levar perigo e buscar vantagem. A partida começou travada, mas, quando os cearenses chegaram, o goleiro Mota trabalhou bem. Na primeira boa chegada tricolor, Bruno Melo cobrou falta com perigo, mas o arqueiro azulino defendeu.

Com o mando de campo, mais posse de bola e bem presente no campo ofensivo, o Leão do Pici mantinha a calma e trabalhava bem a pelota. Quando parecia estar ameaçado, Marcelo Boeck agia tranquilamente. Ainda assim, não era assustado. Os azulinos chegaram apenas uma vez, com Marcos Antônio. Nos outros lances de bola parada, a defesa afastou.

No decorrer da partida, a defesa alagoana encontrava dificuldades na comunicação, uma vez que era titular com essa formação pela primeira vez no torneio. O Fortaleza cercava a área, tentava explorar as laterais ao máximo, principalmente pelo lado direito do campo ofensivo, mas não conseguia finalizar. Quando o Azulão chegou de maneira efetiva, abriu o marcador. Aos 38 minutos, Daniel Costa chegou pelo lado direito e rolou para Dawhan. O volante cruzou e Michel Douglas cabeceou no canto direito de Boeck. Os mandantes quase responderam com perigo. Jô recebeu duas vezes, bateu de frente para o goleiro Mota e o arqueiro levou a melhor. Ainda assim, a arbitragem assinalou impedimento na jogada.

Em novo contra-ataque, Azulão sacramenta vitória

Atrás no marcador, o Fortaleza adiantou ainda mais suas peças para buscar o empate. O técnico Antônio Carlos Zago trocou os dois atacantes para dar mais movimentação e confundir o sistema azulino. As laterais eram bem usadas, mas a dificuldade em passar pela marcação era grande. A primeira chance real veio quando Jô fugiu da marcação pela esquerda, cruzou na área e Leandro Lima foi travado pela defesa.

O CSA repetiu o panorama de todo o primeiro tempo. Assim como na reta final do primeiro tempo, o Azulão do Mutange manteve a estratégia e ampliou a vantagem. Aos 15 minutos, Daniel Costa puxou contra-ataque pela direita e cruzou rasteiro. O volante Pablo tentou se antecipar a Michel Douglas e empurrou contra o próprio gol. E quase conseguiu o terceiro. Mais uma vez em contra-ataque, Rafinha recebeu, avançou e bateu cruzado. Didira completou na pequena área para o gol, mas a arbitragem anulou o que seria o terceiro gol azulino.

No desespero, o Fortaleza foi ao ataque, mas sofreu com o abatimento pelos dois gols tomados. Teve a reação inicial de encurralar no campo ofensivo, principalmente por seguidas cobranças de escanteio, mas o goleiro Mota e a defesa conseguiram suportar a pressão. Com isso, os mandantes trocavam passes no meio de campo e não furavam o bloqueio azulino. Os últimos minutos foram de tensão. Aos 43 minutos, Ronny acionou Gabriel Pereira. O atacante bateu cruzado, a bola desviou no zagueiro Cristiano e o goleiro Mota nada pôde fazer. Ainda assim, com quatro minutos de acréscimo, os leoninos tentaram uma última cartada, mas a vitória e a vantagem continuaram com o CSA. O segundo e decisivo confronto terá fortes emoções e vai ficar na história.