
Uma história triste aos gremistas, mas que sirva de motivação a voltar a encarar essa situação na Copa Libertadores. Em 2002, o Grêmio podia se tornar o primeiro clube brasileiro a ser tricampeão do torneio de maior prestígio e importância na América do Sul. Entretanto, os gols sofridos no Paraguai e os erros de arbitragem na volta culminaram com a eliminação na semifinal para o Olimpia.
Os placares ficaram em 3 a 2 ao Alvinegro em Assunção e 1 a 0 para o Tricolor em Porto Alegre. Na soma dos placares, o mesmo número de gols para ambos e decisão para os pênaltis. O goleiro Tavarelli ajudou a classificar os paraguaios. No presente texto, os dois jogos são passados a limpo na VAVEL Brasil.
Derrota em jogo de cinco gols na ida
Histórico estádio Defensores del Chaco. Público na casa dos 30 mil torcedores. O Grêmio teve uma missão duríssima contra um também bicampeão da Libertadores da América até ali. Erros de passe e dificuldades na construção marcavam o início de partida. Aos 13 minutos, a bendita e bem batida bola parada em falta para o Tricolor. Anderson Lima cobrou com categoria no canto onde deveria estar o arqueiro e fez 1 a 0 ao Grêmio.
Aos 27 minutos, cruzamento da esquerda, o jovem Eduardo Martini, escalado na ausência de Danrlei, sai em falso, pede falta, mas a bola sobra para Orteman chutar firme de perna direita. 1 a 1 para avalanche da hinchada de Olimpia.
Sérgio Orteman esteve impossível de ser parado. O Grêmio não se encontrou em uma saída de bola, o meia argentino dividiu, ganhou a jogada individualmente, entrou no espaço da meia lua da grande área e chutou de canhota para vencer Martini mais uma vez: 2 a 1, aos 11 do segundo tempo. O Tricolor não se encontrava, estava com dificuldades para sair jogando e ainda desestabilizado. Foi uma má jornada de seus volantes. Em uma lateral cobrada rápido, Miguel Benítez escapou em drible pelo meio, chegou próximo da área e chutou forte para mais uma indefesa de Martini: 3 a 1. Tudo se nublava ao Grêmio aos 17 minutos da etapa final.
Mas o Tricolor tinha futebol e conquistou uma boa jogada a 40 minutos. Acalmado após o sufoco da volta do intervalo, a bola passava de pé em pé, Rodrigo Fabri escapou de um marcador e cruzou do lado da grande área, Rodrigo Mendes apareceu desmarcado para cabecear aos barbantes: 3 a 2, sem chances a Tavarelli. O gol recolocava o Grêmio na disputa e trazia a decisão a Porto Alegre.
Olimpia 3-2 Grêmio
Data: 10 de julho de 2002, quarta-feira.
Horário: 21h40.
Local: Estádio Defensores del Chaco, em Asunção-PAR.
Árbitro: Carlos Chandía (CHI).
Assistentes: Jorge Díaz e Mario Vargas (CHI).
Olimpia: Ricardo Tavarelli; Néstor Isasí, Júlio César Cáceres, Zelaya e Henrique da Silva; Víctor Quintana, Sérgio Orteman (Esteche), Enciso e Gastón Córdoba (Estigarríbia); Miguel Benítez (Caballero) e Baez. Técnico: Nery Alberto Pumpido.
Grêmio: Eduardo Martini; Polga, Claudiomiro e Roger; Anderson Lima, Fernando (Adriano), Tinga, Zinho e Pedrinho (Grafite); Fábio Baiano (Rodrigo Fabri) e Rodrigo Mendes. Técnico: Tite.
Gols:
Olimpia: Sérgio Orteman 27/1º e 11/2º, Miguel Benítez 17/2º.
Grêmio: Anderson Lima 13/1º e Rodrigo Mendes 40/2º.
Polêmica arbitragem e classificação paraguaia nos pênaltis

O Grêmio era todo pressão para o jogo de volta. A época era de quem conseguia façanhas e reversões. Logo cedo, o estádio Olímpico aparecia tomado, os sinalizadores coloriam as arquibancadas e as longas bandeiras também. Com bola rolando, um Tricolor em busca de pressionar e o Olimpia em busca de se defender. Ganhar tempo, segurar a posse de bola e tentar mantê-la afastada da meta.
Nos instantes iniciais, não foi bem o que conseguiram. O primeiro gol da partida foi anulado. Jogada para dentro da área pela direita, a bola sobrou para o defensor gremista Claudiomiro concluir ao gol, ele mandou na rede, mas o trio de arbitragem confirmou impedimento no lance. O atacante Luis Mário, à frente, não participou diretamente do lance, mas marcaram impedimento por ele poder, de alguma forma, atrapalhar o goleiro quando a bola passou. Muita reclamação do lado gremista.
Entretanto, a pressão prosseguiu e a bola entrou novamente. Outro cruzamento da direita, cabeçada gremista na área e o meia Zinho desviou, em posição legal, para fazer 1 a 0. Olímpico Monumental em comemoração dos 34 mil gremistas. Mesmo com toda a etapa final para ser jogada, o Grêmio não conseguiu o segundo gol. O Olimpia se segurou como conseguiu, mesmo com a expulsão de Quintana, que agrediu Roger.
Nos pênaltis, a polêmica surgiu na quarta série de cobranças. Empate em 3 a 3. O Grêmio havia errado com o artilheiro Rodrigo Fabri. O Olimpia podia passar à frente, mas Martini defendeu o chute de Caballero. A arbitragem, porém, marcou que o goleiro se adiantou. Foram 10 minutos de paralisação, reclamações da comissão técnica e jogadores gremistas, mas não voltaram atrás na decisão. Nova penalidade cobrada e gol para o Olimpia.
O Grêmio empatou no seu quinto chute, mas precisava da defesa de Martini ou do desperdício do Olimpia. A série voltou a ser paralisada em reclamações, com o Grêmio inconsolável à espera da batida derradeira. Minutos depois, madrugada que entrava no Olímpico, o pênalti foi finalmente cobrado por Juan Franco e definiu a vitória paraguaia por 4 a 3. Olimpia foi campeão nos pênaltis sobre o São Caetano naquela edição.
Grêmio 1-0 Olimpia
Data: 17 de julho de 2002, quarta-feira.
Horário: 21h40.
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre.
Árbitro: Daniel Gímenez (ARG).
Assistentes: Claudio Rossi e Alberto Barrientos (ARG).
Público: 34.180.
Grêmio: Eduardo Martini; Pedrinho, Claudiomiro, Roger e Anderson Lima; Polga, Tinga (Fernando), Zinho e Gilberto (Fabri); Grafite (Fábio Baiano) e Luis Mário. Técnico: Tite.
Olimpia: Ricardo Tavarelli; Néstor Isasí, Júlio César Cáceres, Zelaya e Henrique da Silva; Víctor Quintana, Sérgio Orteman, Enciso e Gastón Córdoba (Juan Franco); Miguel Benítez (Rodrigo López) e Baez (Caballero). Técnico: Nery Alberto Pumpido.
