Chegou a hora. O Grêmio encara o Lanús na Argentina, às 21h45 da quarta-feira (29), no jogo decisivo pela final da Copa Libertadores da América 2017. O ambiente está formado. O estádio Ciudad de Lanús, conhecido como La Fortaleza, cheio, assim como esteve a bela Arena no jogo de ida. Um adversário forte, organizado e categórico. Polêmicas extracampo e em relação à arbitragem. O cenário do desfecho da Copa é este. Na partida de ida, o Tricolor gaúcho fez 1 a 0 em seus domínios, em gol marcado pelo meia Cícero, justamente o único dele com a camisa gremista. Se sustentar essa vantagem aberta, o Grêmio conquista o tricampeonato da Libertadores.

Para o jogo derradeiro, os técnicos Renato Portaluppi e Jorge Almirón possuem desfalques nos seus setores defensivos. Do lado gremista, o argentino Walter Kannemann sofreu o contestável cartão amarelo no jogo de ida. Fora da final, Bressan ganha espaço na titularidade para atuar com Pedro Geromel, o capitão tricolor na decisão.

Do lado do time granate, o experiente Braghieri também sofreu o cartão amarelo, contestado pelo Lanús. Sem contar com o defensor, Jorge Almirón tem dúvidas para fechar a escalação. Até mesmo uma mudança mais radical com a colocação do meia Nicolás Aguirre, de 27 anos, é possível.

Importante peça defensiva do Lanús, Braghieri está fora da final da Libertadores

Pelo regulamento, se o Grêmio empatar ou vencer o jogo, será apontado o novo campeão da Copa. O Lanús precisa vencer por no mínimo dois gols de diferença. Em caso de vitória do Lanús por um de diferença, a disputa segue para prorrogação nos dois tempos de 15 minutos. Persistindo a igualdade, há disputa de pênaltis. Vale ressaltar que não há o gol qualificado fora de casa como critério de desempate durante a final.

Lanús tenta terceira reversão de placar em casa para sair campeão

Virada do Lanús sobre River Plate (Foto: Divulgação / Conmebol)

O Lanús foi favorecido por conta da escalação irregular de Luiz Otávio, da Chapecoense, logo na fase de grupos. Com os pontos da partida, os granates pularam para liderança da chave e garantiram a segunda melhor campanha do torneio, atrás somente do Atlético Mineiro. Não somente de brindes como esse viveu o time de Jorge Almirón, campeão do Argentino em 2016.

Na fase de mata-matas, duas reversões chamam a atenção. Nas quartas de final, havia perdido para o San Lorenzo por 2 a 0 e buscou o mesmo placar na volta. Nos pênaltis, eliminou o time Ciclón. Já na fase semifinal, havia perdido de 1 a 0 para o River Plate, saiu atrás no jogo da volta, mas buscou heróica virada, esta contestada pelos millonarios, que saíram derrotados por 4 a 2. O Lanús nesses exemplos demonstrou seu poderio em La Fortaleza, o palco da decisão.

Jorge Almirón leva Lanús para inédita final de Libertadores

Caso consiga superar o Porto Alegrense na decisão, será a terceira reversão de placar em mata-mata, algo inédito na história da Copa Libertadores da América. Somente os campeões tiveram duas reversões conseguidas ao longo da história. Para trazer situações inéditas, o Lanús também tenta ser o primeiro argentino na tríplice Copa Conmebol, Sul-Americana e Libertadores da América. Vale ressaltar que o clube conquistou a primeira em 1996, a Sul-Americana mais recentemente sobre a Ponte Preta em 2013 e agora tenta a inédita Copa Libertadores para ir ao Mundial.

Para o jogo derradeiro, o ausente Braghieri comentou sobre a expectativa. Está confiante na reversão por parte de seus companheiros que vão ao jogo: "Confio nos jogadores para a virada em casa. Em Porto Alegre, fizemos bom primeiro tempo, tivemos as chances, mas no segundo não e eles aproveitaram para o gol. Estou tranquilo, demos a volta em resultados piores", analisou o defensor suspenso por cartão amarelo.

O mesmo relatou que sua infração até poderia ser para o cartão, mas questionou que Geromel não tenha sofrido pela entrada contra Aguirre. Isto mostra que as broncas com a arbitragem de Júlio Bascuñan na ida não ficaram restritas ao lado do Grêmio.

Lanús: uma análise dos gols marcados e sofridos pelo time argentino na Copa Libertadores

O Lanús do duradouro Jorge Almirón, campeão das taças recentes do Lanús, pode ter na decisão: Andrada; Gomez, Herrera (no lugar de Braghieri), Guerreño e Velazquez; Martinez, Marcone, Pasquini, Silva González, Acosta e José Sand.

Grêmio deixa Porto Alegre saudado pela torcida e faz somente um treino em Lanús

Divulgação / Grêmio

Após empate dos reservas, Renato projeta final na Argentina: "Em busca do resultado que interessa"

O Grêmio quer o tricampeonato da Copa Libertadores. O Tricolor conquistou-a em 1983 sobre o Peñarol e em 1995 sobre o Atlético Nacional de Medellín. Contra argentinos, entretanto, ainda não conseguiu o feito. Derrotas para Independiente e Boca Juniors. Mas a história mudou um pouco no jogo de ida, pois o Grêmio conseguiu sua primeira vitória sobre um adversário argentino em final de Libertadores. Trazendo a vantagem, o jogo da volta não será fácil, mas o Mosqueteiro mostrou, ao longo da campanha, condições de suportar o que vem pela frente.

Ao deixar Porto Alegre, o incentivo da torcida não foi diferente. Após mais de 55 mil pessoas na Arena no jogo de ida da final, o aeroporto Salgado Filho registrou centenas de apaixonados colorindo a área externa em azul, preto e branco. Sinalizadores, bandeiras e muitas gravações não faltaram. Todos queriam participar e registrar o momento.

Jael: de criticado pela torcida à peça fundamental em vitória gremista na Libertadores

Apoiados, os atletas seguiram para o embarque e chegaram em Buenos Aires no início da madrugada, indo em direção ao hotel. O único treino preparatório ocorreu no estádio, palco da final da Libertadores, o Ciudad de Lanús, conhecido como La Fortaleza. A expectativa é de mais de 43 mil pessoas na decisão, incluindo os eufóricos e viajantes gremistas, que buscaram esgotar a carga de cinco mil ingressos.

Treino do Grêmio em Lanús na terça-feira (28)
Foto: Divulgação / Grêmio

A atividade gremista logo deu espaço a um jogo-treino, disputado para testar o recurso do VAR - árbitro de vídeo. A contestada ferramenta na partida de ida novamente estará operando na Libertadores.

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Um pilar a menos: a ausência de Kannemann na zaga do Grêmio

Sem contar com o zagueiro Kannemann, o Grêmio vai com Bressan na zaga. A Conmebol negou o recurso gremista para anulação do cartão amarelo sofrido por seu defensor argentino. Sem muito a esconder na última atividade, o time de Renato Portaluppi não deve ter surpresas:

Marcelo Grohe; Edilson, Geromel, Bressan e Bruno Cortez; Arthur, Jailson, Ramiro, Luan, Fernandinho e Lucas Barrios. As opções de entrada mais comuns para Renato nos últimos jogos foram Everton no lugar de Fernandinho, conhecida válvula de escape, além de apostar em Jael quando Lucas Barrios está pouco participativo. Além deles, não se descarta nova aparição de Cícero, o autor do gol do jogo de ida, até porque recebeu oportunidades anteriores nas semifinais do torneio.

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