Quando o torcedor gremista escuta sobre o Mundial 1995, certamente não gosta de recordar a amarga derrota para o fortíssimo elenco do Ajax comandado por Van Gaal. Mesmo com um time relativamente forte, o grupo de Luiz Felipe Scolari não conseguiu superar o holandês nas penalidades máximas. Porém esse jogou ficou marcado na memória de todos, pelo modo que o time gaúcho se comportou dentro campo, mantendo uma postura defensiva sem ceder espaços ao time campeão da Champions League.

Em 1995, o Ajax conquistava seu quarto título de Champions League numa vitória apertada sobre o Milan disputada Viena, onde Patrick Kluivert marcou o gol decisivo aos 40 minutos da segunda etapa. Com elenco formado por diversos jogadores que fizeram história na seleção holandesa, a equipe de Van Gaal esperava uma partida relativamente fácil contra os brasileiros, por haver uma superioridade técnica e pela dificuldade em vencer uma competição como a Champions League, como foi na final contra Milan que havia em seu elenco jogadores renomados como Alessandro Costacurta, Franco Baresi e Paolo Maldini, que na época eram os titulares da Seleção Italiana.

Já em Porto Alegre, o Grêmio comemorava o segundo título da Copa Libertadores após vencer o Atlético Nacional de Medelín na Colômbia. O time comandado por Luiz Felipe Scolari não era o favorito na competição, mas o técnico gaúcho soube fazer grandes contratações, com o apoio do presidente Fábio Koff ,que acabaria deixando o cargo para Luiz Carlos Silveira Martins em 1997. O clube gaúcho pretendia montar um bom elenco para o próximo ano, por esse motivo decidiu abrir os cofres e comprar os atacantes Jardel e Paulo Nunes, para brigar pelo Campeonato Brasileiro. Porém, o técnico e a torcida gremista sonhavam alto e juntamente com o entrosamento da equipe e com Jardel tendo uma média de um gol por partida, o clube gaúcho ergueu a taça de campeão na Colômbia.

Sabendo que o Ajax tinha um elenco forte, o técnico gremista decidiu optar por um time mais defensivo, com uma marcação mais apertada e utilizando a velocidade como uma arma de contra-ataque, Já o clube comandado por Van Gaal tinha como estratégia a velocidade aliada com a posse de bola, aproveitando a qualidade técnica de Seedorf, Ronald de Boer e Edgar Davids no meio campo.

A partida única ocorreu no Estádio Olímpico de Tóquio no Japão no dia 28 de Novembro de 1995, onde estevam presentes pouco mais de 47 mil pessoas. Com uma marcação forte de Rivarola sobre o atacante Patrick Kluivert e o time gaúcho mais recuado, a primeira etapa foi muito dsputada no meio campo, mas sem grandes perigos ao gol dos dois clubes. Já no segundo tempo a partida continuo truncada, porém Rivarola após dar um carrinho perigoso encima do meia nigeriano Finidi George, o time de Luiz Felipe Scolari recuo mais ainda e decidiu colocar o zagueiro Luciano no lugar do camisa 10 Arílson, repondo a linha defensiva. Jardel e  Carlos Miguel também sairam e deram lugar para Magno e Gélson, porém a partida continuo empatada e na prorrogação o jogo não tinha a mesma intensidade, sendo visível a vontade dos dois clubes em decidir a partida nas penalidades máximas. 

Se nas penalidades máximas o Grêmio podia contar com Danrlei, o Ajax também contava com o jovem goleiro da seleção holandesa Van de Sar, que tinha 2m de altura. O primeiro cobrador foi Dinho que chutou em meia altura no direito, facilitando a defesa do goleiro holandês, já pelo lado dos holandeses o primeiro a cobrar foi o camisa 9 Kluveirt, que chutou para fora. Após Dinho errar a primeira cobrança, Arce mandou a bola no travessão e o time de Amsterdã converteu as outras quatro cobranças, sagrando o Ajax bicampeão do Mundo, já que nos anos 1970 o clube rejeitou jogar dois mundiais de clubes.

Pode-se afirmar que o time gaúcho soube controlar a partida, porém Jardel e Paulo Nunes claramente não estavam em seus dias de brilhos. A expulsão de Rivarola e o meio campo rodeado de jogadores técnicos juntamente com um atacante decisivo, fizeram o Grêmio ter mais paciência em controlar o jogo e não se arriscar tanto nos momentos de ataque. Certamente foi um descontentamento para os jogadores e para os torcedores, mas a dedicação dos jogadores em tentar trazer o bicampeonato mundial, é para se ter orgulho, pois o time de Luiz Felipe Scolari não se intimidou com o holandês em nenhum momento do jogo, ganhando destaque na imprensa nacional e internacional.

Ficha técnica:

Estádio: Nacional de Tókio
Local: Tóquio (Japão)
Data: 28/11/95
Horário: 20h10 (Japão) - 08h10 (Brasil)
Árbitro: David Ellery (ING)
Auxiliares: Jeon Woung (JAP) e Hiroshima Yoahikazu (JAP)
Gols (pênaltis): Magno, Gelson e Adílson (GRE); R. de Boer, F. de Boer, Finidi e Blind (AJX)
Substituições - Grêmio:
Entrou Luciano, saiu Arílson; Entrou Gelson, saiu Carlos Miguel; Entrou Magno, saiu Jardel
Substituições - Ajax:
Entrou Reuser, saiu Litmanen; Entrou Kanu, saiu Overmars
Cartões Amarelos: Arce, Goiano, Gelson e Arílson (GRE); Davids e Kanu (AJX)
Cartões Vermelhos: Rivarola (GRE)
Público total:47.000  .   

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Elenco do Ajax no Mundial: Edwin van der Sar, Frank de Boer, Michael Reiziger, Winston Bogarde, Danny Blind, Ronald de Boer, Edgar Davids, Jari Litmanen (Martijn Reuser), Finidi George, Patrick Kluivert, Marc Overmars (Nwankwo Kanu). Técnico: Van Gaal.
(Foto: Getty Images)

Elenco gremista no Mundial em Tókio

Elenco gremista no Mundial. Em pé: Arce, Dinho, Danrlei, Rivarola, Adílson e Roger. Agachados: Paulo Nunes, Jardel, Arílson, Goiano e Carlos Miguel.
(Foto: Getty Images)

Formação Tática:

Foto: (Wikipédia)
Grêmio: 4-4-2
Ajax: 4-3-3
(Divulgação / Wikipedia)
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