Após 84 jogos disputados em 365 dias, um título estadual e duas finais alcançadas, chegou ao fim a temporada 2017 para o Flamengo. Sem nenhum título de expressão - vice na Copa do Brasil e vice na Copa Sul-Americana, o rubro-negro terminou o ano com um sentimento de frustração que há tempos não se via no time da Gávea. No Brasileirão, a sexta posição garantiu, ao menos, vaga direta ao clube na fase de grupos da Copa Libertadores da América.

Neste especial de retrospectiva, a VAVEL Brasil faz a análise individual de todos os jogadores do Flamengo na temporada 2017. Quem se destacou? Quais foram as gratas surpresas? Quem mais decepcionou? Acompanhe nossos comentários abaixo. 

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Goleiros:

Diego Alves - Estreou contra o Corinthians no primeiro turno e trouxe mais segurança para a defesa do Flamengo, acabando com o baixo rendimento dos goleiros em 2017. Titular com Reinaldo Rueda no Brasileirão e na Sul-Americana, mas ficou de fora da Copa do Brasil. Terminou a temporada com uma lesão grave na clavícula e só retorna às atividades no próximo ano.

Thiago - Reserva do Muralha em boa parte da temporada, conseguiu ganhar espaço a partir da semifinal da Copa do Brasil. Acabou falhando no primeiro jogo da final diante do Cruzeiro, mas foi bem nas outras oportunidades que foi exigido.

Alex Muralha - Extremamente criticado pela torcida, acumulou falhas em todas as competições que disputou em 2017. Teve diversas chances de se redimir durante a temporada, mas não conseguiu aproveitá-las. Deve deixar o clube na janela do início de 2018.

César - Passou de quarto goleiro para titular no final da temporada, com as contusões de Thiago e Diego Alves e falhas de Muralha. Entrou pressionado e superou as expectativas, pegando pênalti e fechando o gol contra o Junior Barranquilla na Colômbia, antes de garantir vaga na final da Sul-Americana. Deverá ser o segundo goleiro rubro-negro para 2018.

Mesmo sob pressão, César teve ótimas atuações e garantiu a segunda vaga para 2018 | Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Mesmo sob pressão, César teve ótimas atuações e garantiu a segunda vaga para 2018 | Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Zagueiros:

Réver - Capitão e titular absoluto na zaga do Flamengo, ficou de fora poucos jogos na temporada por conta de contusões. Ajudou o Flamengo com gols importantes e atuações seguras.

Juan - Um dos melhores jogadores do time na temporada. Sofreu desgaste por conta da temporada longa, mas sempre que jogou manteve a classe e a categoria, fundamental na defesa rubro-negra aos 38 anos de idade. Suas atuações no ano renderam a renovação de contrato até o fim de 2019.

Rafael Vaz - Outro jogador bastante criticado pela torcida, não conseguiu fazer uma boa temporada e falhou vezes no ano. Teve muitas oportunidades por conta de contusões de outros companheiros, mas não se firmou.

Léo Duarte - Atuou pouco nessa temporada, foi bem nos jogos que entrou, mas não teve sequência. Fica a expectativa por mais espaço e tempo de jogo no próximo ano.

Rhodolfo - Contratado no meio do ano para ser titular, começou fazendo bons jogos, mas caiu de rendimento. Sua temporada acabou sendo marcada pela confusão com Felipe Vizeu no segundo turno, na vitória diante do Corinthians na Ilha do Urubu.

Dupla de zaga titular garantiu segurança para o Flamengo; temporada positiva rendeu renovação de contrato para Juan | Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Dupla de zaga titular garantiu segurança para o Flamengo; temporada positiva rendeu renovação de contrato para Juan | Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Laterais:

Rodinei - Não atuou muito como titular, jogando mais como ponta direita, principalmente ainda com Zé Ricardo, correspondendo bem, mesmo improvisado. Fez gols importantes como no título do Campeonato Carioca, contra o Avaí no Campeonato Brasileiro e diante do San Lorenzo (ARG), na Libertadores, jogo da eliminação rubro-negra. Deve permanecer para a próxima temporada.

Pará - Titular absoluto da lateral direita, iniciou bem a temporada, mas caiu o rendimento na reta final, principalmente após a chegada de Reinaldo Rueda. Atuou 62 vezes no ano, oscilando bastante e terminando o ano como um dos mais criticados pela torcida rubro-negra.

Miguel Trauco - Primeiro reforço para 2017 com a saída de Jorge, Trauco começou bem ofensivamente, mas tinha deficiência defensiva. Foi melhorando no decorrer da temporada, porém acabou caindo de rendimento novamente no fim do ano.

Renê - Contratado no início do ano, atuou pouco pelo time e ao contrário de Trauco, possui mais qualidade de marcação do que de apoio ao ataque. Fez uma temporada regular e deverá permanecer como reserva em 2018.

Dotado de ótima técnica e visão de jogo, Trauco terminou o ano sendo criticado pela torcida flamenguista | Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Dotado de ótima técnica e visão de jogo, Trauco terminou o ano sendo criticado pela torcida flamenguista | Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Volantes:

Rômulo – Contratado para suprir a limitação na posição, Rômulo começou a temporada como titular no lugar de Márcio Araújo, um dos nomes mais criticados pela torcida rubro-negra. Fez gol na estréia da Libertadores, mas acabou se lesionando e não conseguiu ter boas atuações com a camisa do Flamengo. Pelo contrário, é um dos jogadores que grande parte dos torcedores querem que saiam do rubro-negro já nesta janela.

Márcio Araújo – Divisor de opiniões, Márcio Araújo perdeu espaço com a chegada de Rômulo, mas logo retornou ao time titular com a lesão do jogador supracitado. Apesar das inúmeras críticas por parte da torcida, esteve longe de ser o principal problema do Flamengo na temporada. Mesmo sendo um dos que os torcedores julgavam fazer parte da “panela de Zé Ricardo”, o camisa 8 também teve oportunidades após a chegada de Rueda. No entanto, perdeu espaço com a ascensão de Cuéllar, titular absoluto na posição.

Willian Arão – Peça importante no meio-campo rubro-negro, Willian Arão foi mais um a ter uma temporada aquém do esperado. Chegou a ser barrado, ficando no banco de reservas ainda com Zé Ricardo. Quando ia mal, todo o Flamengo ia mal, algo que aconteceu diversas vezes durante o ano. Teve um total de 67 jogos na temporada – número absurdamente alto, com nove gols e nove assistências.

Cuéllar – Uma das boas surpresas para a torcida rubro-negra foi o colombiano. Preterido por Zé Ricardo, o colombiano ganhou a vaga como titular com Rueda e não saiu mais. Foi um dos volantes com maior número de desarmes na temporada, sendo o que menos minutos precisava para efetuar um desarme. Foi a solução para o problema de primeiro volante que o Fla tem vivido nos últimos anos e, em 2018, será também titular absoluto com o treinador colombiano.

Cuéllar ganhou a vaga de titular e não saiu mais | Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Cuéllar ganhou a vaga de titular e não saiu mais | Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Meias:

Mancuello – De titular no início da temporada a esquecido. Mancuello começou o ano atuando como o ‘ponta-armador’ tão desejado por Zé Ricardo, mas acabou perdendo espaço com a chegada das novas contratações. Nos últimos meses, teve poucas oportunidades, fez um belo gol na vitória na Ilha do Urubu diante do Corinthians, mas nada mais. O argentino não está nos planos da diretoria para 2018, já vendeu seu carro e deve ir para o futebol mexicano.

Ederson – Após dez meses lesionado, Ederson retornou ao Flamengo em maio diante do Atlético-GO. A expectativa era que, enfim, o meia voltasse a atuar com regularidade. No entanto, um tumor no testículo foi diagnosticado em julho, tirando o jogador de atividades pelo restante do ano.

Matheus Sávio – Jovem da base rubro-negra, Matheus Sávio teve bastante tempo de jogo quando Zé Ricardo ainda era treinador do Flamengo. Fez gols importantes, como na Copa do Brasil diante do Atlético-GO e no empate com o Atlético-MG na estréia do Brasileirão, mas acabou marcado negativamente na eliminação na Libertadores, onde na última partida diante do San Lorenzo (ARG), acabou falhando nos dois gols argentinos.

Everton Ribeiro – Contratação mais cara da história do Flamengo, Everton Ribeiro retornou ao Brasil em junho. No entanto, não conseguiu repetir suas boas atuações quando foi bicampeão brasileiro com o Cruzeiro, e ficou devendo. Não teve pré-temporada e “sem férias” há mais de um ano, fica a expectativa para um 2018 melhor para o camisa 7 rubro-negro.

Diego – Apesar dos 18 gols (vice-artilheiro) e sete assistências no ano, Diego poderia ter tido uma temporada melhor. As boas atuações de 2016 não se repetiram com o mesmo volume, e apesar também do gol contra o Botafogo na semifinal da Copa do Brasil, o camisa 35 acabou sumindo em momentos importantes na temporada, como nas finais diante do Cruzeiro e Independiente (ARG).

Apesar de ser taxado como o ‘armador’ da equipe, Diego nunca teve, em toda sua carreira, este papel por onde passou. Pelo contrário, o meia sempre foi mais um atleta finalizador de jogadas do que armador. Por conta dessa limitação como ‘camisa 10’, muitos torcedores julgam a temporada de Diego como abaixo do esperado.

Lucas Paquetá – Melhor surpresa do ano no Flamengo, Lucas Paquetá é, de fato, quem entra em 2018 com mais respaldo da torcida rubro-negra. Atuou pouco com Zé Ricardo, mas se tornou titular após a chegada de Rueda, chegando a atuar improvisado como centro-avante.

Em sua posição de origem – meio-campo, teve ótimos números, fez gols decisivos como nas finais da Copa do Brasil e Copa Sul-Americana, além de atuações de destaque em meio a um ano onde o que mais faltou foi organização. Em 36 jogos, fez seis gols e deu uma assistência. Apesar das inúmeras contratações para a posição, Paquetá foi o que mais se destacou individualmente no Flamengo em 2017.

Paquetá brilhou em uma temporada onde a desorganização definiu o Flamengo | Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Paquetá brilhou em uma temporada onde a desorganização definiu o Flamengo | Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Atacantes:

Gabriel – Pouco aproveitado e bastante criticado, Gabriel teve uma temporada ofuscada, perdendo espaço com a chegada de outros pontas. De destaque, fica a atuação na estréia da Libertadores diante do San Lorenzo (ARG) no Maracanã, onde fez um gol e sofreu pênalti. Deve ser negociado na próxima janela.

Everton – Pela segunda temporada consecutiva, Everton foi o jogador rubro-negro com mais assistências no Brasileirão: com sete. Apelidado de ‘motorzinho’, o ponta foi uma das peças importantes para o Flamengo na temporada. Foi o primeiro do Fla no ano em assistências, dribles e cruzamentos; segundo em pontaria e chances criadas, além de ser  em gols e finalizações.

Vinicius Júnior – Negociado com o Real Madrid por mais de R$ 160 milhões, a jóia de apenas 17 anos foi integrada ao profissional neste ano. Com bons dribles, conseguia mudar o panorama dos jogos quando entrava, levando maior perigo aos adversários. Fica a expectativa para um 2018 com mais minutos e ainda melhor para o pequeno rubro-negro.

Berrío – Contratado no início da temporada após o título da Libertadores com o Atlético Nacional (COL), Berrío teve dificuldades no início, mas melhorou de rendimento e teve participações importantes, como no gol da vitória diante do Bahia pelo Brasileirão e na jogada do gol de Diego, na semifinal da Copa do Brasil contra o rival Botafogo. No final da temporada, sofreu uma grave lesão e só retorna no ano que vem.

Geuvânio – Contratado no decorrer da temporada, Geuvânio não conseguiu repetir suas boas atuações quando ainda era jogador do Santos e ficou devendo. Para 2018, deve permanecer no plantel rubro-negro e precisará aproveitar as oportunidades para não ser mais um criticado pela torcida do Flamengo.

Felipe Vizeu – 2017 foi uma gangorra para Felipe Vizeu. No início, era terceira opção no ataque, atrás de Leandro Damião e Paolo Guerrero. Chegou a ser preterido por Rueda, que colocava Lucas Paquetá improvisado como 9. No entanto, terminou o ano como artilheiro da Copa Sul-Americana com cinco gols em apenas sete jogos.

Paolo Guerrero – O peruano viveu sua melhor temporada desde que chegou ao Brasil, anotando 20 gols – sua melhor marca e oito assistências. Peça vital para o ataque rubro-negro, acabou sendo pego no doping enquanto atuava pela Seleção Peruana e foi suspenso por um ano em primeira instância, o que o faria perder a Copa do Mundo.

No entanto, o Tribunal de Apelação da Fifa acatou o pedido da defesa de Guerrero, diminuindo a punição pela metade, tempo suficiente para ele retornar e disputar o Mundial pelo Peru. Os advogados do jogador ainda tentam acabar com a punição, enquanto a diretoria rubro-negra aguarda a decisão definitiva do caso para saber se renovará ou não com o camisa 9.

Guerrero teve a melhor temporada desde que chegou ao Brasil | Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Guerrero teve a melhor temporada desde que chegou ao Brasil | Foto: Gilvan de Souza/Flamengo