Na tarde desta segunda-feira (8), Reinaldo Rueda, em reunião com a diretoria rubro-negra, comunicou que aceitou a proposta da Federação Chilena de Futebol e não será mais o técnico do Flamengo, após apenas 4 meses no cargo. O treinador colombiano comandou o clube da Gávea por 31 jogos, com 13 vitórias, 10 empates e 8 derrotas, além dos vices-campeonato da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana. 

Rueda entrou para a vasta lista de treinadores que comandaram o Flamengo no século XXI. O clube ostenta o recorde de trocas de técnico dentre os grandes clubes do país, com 38 mudanças de comando, passando por 25 nomes diferentes. Relembre alguns nomes que saíram do clube de forma contestada, seja pela diretoria ou pela torcida.

Waldemar Lemos (2003 e 2006)

Sim, o senhor Waldemar! Substituindo seu irmão, Oswaldo de Oliveira, o treinador teve sua chegada ao Rubro-Negro cercada de protestos da torcida, no entanto, provou dentro de campo que a escolha havia sido certa. Em 11 partidas, o técnico venceu seis, empatou três e perdeu duas, levando o Flamengo à 8ª colocação do Brasileiro, melhor resultado desde 1997, porém, Waldemar foi dispensado ao final da temporada. Já em 2006, treinou o clube entre Março e Maio, e o levou até a final da Copa do Brasil, mas foi demitido antes do primeiro jogo da decisão, apesar dos bons resultados.

Andrade (2010)

Mesmo tendo sido o comandante da arrancada rumo ao título Campeonato Brasileiro de 2009 e ter classificado o Fla para as oitavas de final da Libertadores, Andrade foi demitido por Patrícia Amorim. O motivo aparente da demissão teria sido a omissão do treinador frente aos casos de indisciplina de Vágner LoveAdriano e Bruno. O técnico esteve à frente do Rubro-Negro por 51 partidas, com 32 vitórias, 10 empates e 9 derrotas, com aproveitamento de aproximadamente 70%.

Silas (2010)

Apesar de comandar o Fla por apenas 10 jogos, o treinador saiu de forma conturbada com a diretoria. Vencendo apenas um jogo, o técnico não teve no Rubro-Negro a sua melhor experiência profissional. Em meio à discussão sobre sua permanência, Silas declarou que não tinha culpa do que acontecia dentro de campo já que ele não fazia gol contra (o zagueiro Jean havia marcado um no jogo contra o Goiás). A afirmação não caiu bem entre os jogadores e o clima ficou insustentável. Mesmo dizendo que não fugiria das críticas e que não pediria demissão, Silas foi demitido após um empate por 1 a 1 contra o Botafogo.

Luxemburgo em seu último jogo pelo Flamengo em 2012 (Foto: Buda Mendes/Getty Images)
Luxemburgo em seu último jogo pelo Flamengo em 2012 (Foto: Buda Mendes/Getty Images)

Vanderlei Luxemburgo (2012)

Contratado para salvar o clube do rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2010, Luxa cumpriu a missão e seguiu no cargo no ano seguinte, quando chegou a ter 26 jogos de invencibilidade, comandando um time com Ronaldinho e Thiago Neves, o treinador conquistou o Campeonato Carioca e levou o Rubro-Negro à pré-Libertadores de 2012. Pouco antes de eliminar o Real Potosí, os jogadores foram comunicados pela diretoria que o técnico seria demitido e trocado por Joel Santana.

Dito e feito. Luxa foi demitido pela então presidente Patrícia Amorim. Em entrevista coletiva logo após o anúncio da demissão, Luxemburgo não poupou críticas à mandatária e a Ronaldinho. O treinador disse que a presidente não tinha pulso para comandar o clube, falou também sobre os problemas de indisciplina do camisa 10 e afirmou que havia sido vítima de um processo de fritura pela diretoria rubro-negra. Na passagem, o "professor" esteve à beira do campo por 84 jogos, sendo 38 vitórias, 32 empates e 14 derrotas.

Mano Menezes (2013)

Após uma derrota acachapante de virada por 4 a 2 para o Atlético-PR em pleno Maracanã, o treinador pediu demissão assim que saiu do gramado, em uma rápida reunião com Paulo Pelaipe, diretor executivo do clube na época. Depois de três meses no cargo, Mano alegou que sua filosofia de jogo não estava sendo entendida pelos jogadores e que quando isso acontece, é melhor para a equipe que o técnico saia. Curiosamente, no dia anterior da partida, o mesmo Mano havia dito, em entrevista coletiva, que as coisas dentro do clube estavam ocorrendo de acordo com o que ele esperava e que era necessário ter paciência para o desenvolvimento de seu trabalho. O atual técnico do Cruzeiro esteve à beira de campo por 22 partidas, com nove vitórias, seis empates e sete derrotas, um aproveitamento de 50%. Mano deixou o clube na 15ª posição do Brasileiro e sem conseguir ao menos duas vitórias consecutivas.

Cristóvão Borges (2015)

O alto índice de rejeição pela torcida, a desconfiança do conselho gestor e a campanha irregular no Brasileirão fizeram com que o treinador e a diretoria entrassem em comum acordo pela recisão do contrato. Cristóvão esteve no comando do Fla por 18 jogos, com oito vitórias, um empate e nove derrotas. As maiores críticas vindas da torcida acerca de seu trabalho eram a demora para fazer substituições na equipe em meio à derrotas, a falta de criação de jogadas ofensivas e as constantes falhas no sistema defensivo. O treinador foi pivô de discussões entre o presidente Eduardo Bandeira de Mello e alguns torcedores após o revés frente ao Vasco, pela Copa do Brasil, coincidentemente, o último jogo de Cristóvão pelo Flamengo.

Zé Ricardo (2016)

Criticado pela torcida por suas escolhas e esquemas táticos, o treinador que hoje comanda o rival Vasco da Gama, ficou por mais de um ano à beira do campo do Rubro-Negro. Após ser o treinador da base, Zé foi efetivado no cargo em Maio de 2016 e ficou por 89 partidas, conquistando 47 vitórias, 25 empates e 17 derrotas, acumulando um aproveitamento de aproximadamente 60% e apenas um título, o Carioca de 2017. Porém, a cobrança por resultados maiores acabaram minando o trabalho do treinador. A eliminação na fase de grupos da Libertadores, a pressão da torcida por melhores resultados e a sequência sem vitórias pelo Campeonato Brasileiro culminaram na demissão de Zé Ricardo após uma derrota em casa para o Vitória por 2 a 0.