Entre uma reconstrução dolorosa e a possibilidade de estar classificada para a Libertadores no último lance do Brasileirão, a vida da Chapecoense em 2017 foi de incertezas por parte da torcida, que jamais poderia prever um desfecho tão bonito.

Mas para quem nunca deixou de lutar em campo, o triunfo foi se construindo de maneira mais bonita a cada dia. Buscando respostas para entender o sucesso do Clube, que mesmo em tempo de reconstrução ficou dez jogos invicto ao final do campeonato, a VAVEL falou com o goleiro Jandrei. Confira: 

Jandrei, primeiramente a VAVEL gostaria de lhe parabenizar por um grande ano e por, junto à Chapecoense, alcançar a Copa Libertadores da América de 2018. Era um objetivo distante, mas com as dez partidas invictos vocês conseguiram alcançar o feito. O que mudou nesses dez jogos para isso acontecer?

"Conseguimos alcançar o objetivo de chegar na Liberadores de 2018 porque crescemos no momento certo na competição. O time amadureceu e conseguimos essa sequência. E claro tem também a participação do Gilson Kleina nessa mudança, que fez um grande trabalho a frente da nossa equipe."

Como é a sensação de voltar, considerando o baque da época onde o time venceu fora mas perdeu no tribunal?

"A sensação é a melhor possível. Um ano de reconstrução, em que ninguém acreditava muito no nosso time. Tínhamos passado de fase na Libertadores quando nos tiraram, e agora poder terminar o Brasileirão em oitavo foi espetacular e um prêmio para todos nós pelo esforço durante todo o ano."

Você se tornou titular em uma época em que a Chape apostava em dois grandes goleiros, o Arthur Moraes e o Elias. Além disso, há a responsabilidade de jogar na posição do Danilo, que era muito querido pela torcida. Você pensou nisso quando virou titular? Como foi assumir o gol da Chape?

"Quando me deram a oportunidade de jogar contra o Corinthians sabia que tinham outros dois grandes goleiros de qualidade e que eu tinha que ir bem para continuar. Além disso tinha também o fato de jogar onde um dos ídolos do clube fez história, e pra mim era uma responsabilidade enorme e foi uma honra poder defender e ajudar a Chapecoense. Pra mim foi um ano espetacular. Tudo aconteceu muito rápido, mas antes disso teve muito trabalho para que eu chegasse em um Campeonato Brasileiro e jogasse todos os jogos. Com certeza cresci muito como jogador e foi um ano especial na minha carreira."

Você assinou até 2021 com a Chapecoense. O que você espera desse vínculo com esse Clube tão querido? Você se sente torcedor da Chape, como parte da instituição?

"Espero que seja um vínculo de muitas conquistas. Gosto muito do clube e com certeza sou um torcedor. Fui muito bem acolhido aqui por todos do time e pelos torcedores, então me sinto um deles." 

O ano foi de reconstrução no Clube, com a infeliz perda de muitos atletas e dirigentes no acidente do ano passado. O que você sentiu nos primeiros meses no Clube e como foi o clima de finalmente enfrentar o Atlético Nacional, com a festa da torcida lembrando os que se foram?

"Senti muita força que vinha de todos os lados para o clube. Foi um ano difícil, mas acho que no final tudo deu certo. A homenagem naquele jogo foi muito bonita, inesquecível e não podia ser diferente. Me sinto honrado em ter feito parte dessa reconstrução da Chapecoense."

Por fim, queremos saber: o que o torcedor pode esperar da Chapecoense em 2018, jogando pré-Libertadores e o Brasileirão pelo quinto ano seguido?

"O torcedor pode esperar a entrega de sempre e um ano em que estaremos muito mais fortalecidos e buscando objetivos ainda maiores."