O Fluminense movimentou o mercado da bola ao anunciar uma lista de atletas que não estavam nos planos do clube. Dentre eles, o de Diego Cavalieri. De acordo com o clube, a diretoria iniciaria uma reformulação que visa reduzir a folha salarial. O problema é: o goleiro não gostou de como foi tratado. E nesta quinta-feira (18), o goleiro concedeu coletiva para se manifestar sobre o assunto.

"Fui pego de surpresa. Mas pelo prazo, isso que me deixou mais magoado. Faz parte do clube não querer contar com seu trabalho, mas a maneira que foi. Dia 27 me ligaram. Marcelo Teixeira depois me ligou no dia 28 falando que eu estava fora, que ia resolver a rescisão. Pra você arrumar outro time nessa data fica complicado. Foi isso, WhatsApp um dia antes e depois rescisão", explicou o goleiro

"Claro que você tem sentimento ruim. Por fazer parte da história do clube e por ser profissional. Sei que os responsáveis foram o presidente e Marcelo Teixeira. Se tivessem jogado franco, seria de uma outra forma. Sei quem são os responsáveis por isso. Mas o carinho pelo clube, pela torcida, não abala em nada. São só com essas duas pessoas que tenho chateação pela falta de respeito e profissionalismo da parte deles. Tudo tem maneira de conduzir. Com ética e caráter. Não houve da parte deles", completou. 

Cavalieri entrou na Justiça contra o Fluminense para conseguir a rescisão imediata do contrato, além de cobrar o que ganharia até o término do vínculo. O Fluminense estima uma economia anual de R$ 20 milhões e a diretoria buscou um acordo amigável com os atletas e sua realocação em outras equipes. No caso do goleiro, o acordo não teve muito sucesso.

"Existe contrato. A atitude deles já foi tomada e a minha também. É deixar isso prosseguir na justiça. Tem tudo no contrato. Eu estou bem tranquilo porque é o advogado que está seguindo" , declarou Diego Cavalieri sobre ação na Justiça

O Fluminense deve ao goleiro cerca de seis meses de FGTS, quatro meses de direito de imagem, 13º salários de 2016 e 2017, além de férias. Cavalieri foi incluído na lista de dispensa junto a Wellington Silva (lateral), Henrique, Marquinho, Artur, Robert, Higor Leite e Maranhão.

"Não houve reunião pra redução salarial. Isso é mentira. Não tive contato com ninguém, só com Marcelo Teixeira. Abel entrou em contato, mandou mensagem, a gente conversou. Conheço ele desde 2011. Ele demonstrou preocupação e chateação", finalizou o goleiro. 

Confira outros trechos da entrevista de Diego Cavalieri:

Dispensa de outros jogadores: 

"Sempre fui ético e profissional e não foi assim da parte deles. Atitude do Scarpa também foi de correr atrás dos seus direitos. Mas tudo tem dois lados. A forma que ele foi feito é o problema. O pior foi com o Marquinho que estava lesionado. Isso pra mim foi absurdo. Ele operou há uma semana e mandaram ele embora, não esperou a recuperação. Não tem condição de conversar com esses caras"

Relação com Abel Braga: 

"Abel ficou chateado. A gente tem relacionamento logo. Ele é franco, direto. Falei pra ele que continuava tudo da mesma maneira, que acreditava no que ele falava pra mim. Ele ligou pra dar força, dizer que tava chateado e desejou sorte na carreira"

Relação com a diretoria: 

"Teixeira foi direto comigo. Falou que eu tava fora e precisava rescindir. Ele foi bem direto. Hoje não tem possibilidade de sentar e conversar, principalmente por quem está no comando hoje. Pra mim, essas duas pessoas não tiveram respeito. Cheguei no CT. Tinha o pessoal da comissão é só não falei com o presidente e com o Marcelo Teixeira. Não falei porque não quis. Saio com a cabeça erguida"

Carinho com o clube: 

"Amo o clube, mas não quero conversar com eles. Torço para que o Fluminense encontre seu caminho e que tenham pessoas capacidades para ajudar o Fluminense a se reerguer. Na rua, os torcedores me pedem desculpa pelo ocorrido. Isso faz valer a pena o esforço. O que vale é esse reconhecimento do torcedor"

Propostas: 

"Tudo é questão de oportunidade. Fica difícil projetar algo com todos os Estaduais já se iniciando. Oportunidade pode vir a aparecer. Hoje é diferente pelo ocorrido. Não penso em parar porque é o que gosto de fazer. É ter paciência que algo vai aparecer. Qualquer proposta tenho que analisar. Continuar no Rio seria o ideal por causa dos meus filhos. Continuei trabalhando da mesma maneira. Ocorrem boatos, mas não teve contato com Flamengo ou outro clube"